segunda-feira, abril 04, 2016

Rompendo por entre campanhas:

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Rompendo a campanha de “cerco e aniquilamento”?

A.SÉRGIO BARROSOPUBLICADO EM 01.04.2016
O 31 de março, Brasil afora, parece simbolizar ou convergir numa inflexão contra a marcha golpista instalada no país. Foi uma inesperada pancada na direita neoliberal e seus aliados. Um posicionamento claro, inclusive de repercussão internacional importante.


Manifestação contra o golpe em Brasília, neste 31 de março Foto: Janine Moraes

Cinquenta e dois anos após a instalação da ditadura militar, aproximadamente um milhão de pessoas se mobilizou apenas convocados pela aliança contida na Frente Brasil Popular. Mais uma vez, o circo midiático que patrocina primeiras páginas, telejornais em uníssono, mapas e horários das manifestações golpistas escondeu completamente o chamado para o dia 31.
Somando-se as inúmeras atividades das últimas duas semanas, quem nelas estiveram puderam constatar o seguinte: a) amplia-se a presença ativa das camadas médias incluindo juristas, intelectuais, artistas, e estudantes - estes passando a proliferar debates e atos em universidades do país, de modo autônomo ou em geral inorgânicos; b) massas populares não militantes que orbitam em torno das organizações sociais, moradores das periferias longínquas começaram a participar com decisão e entusiasmo; c) o ambiente unitário e democrático das manifestações dá coesão e combatividade de um arco muito plural de correntes mais ou menos organizadas, orgânicas.
As manifestações visivelmente massivas ocorreram logo a seguir ao espetáculo desastroso do anúncio de “rompimento” do PMDB com o governo Dilma, orquestração manietada às claras pelo insistente golpista e vice-presidente Michel Temer.
Resumindo, as imagens de lideranças degeneradas do partido à frente da reunião (de “três minutos”) foram assim descritas pelo ministro do STF Roberto Barroso: “Olhei e meu Deus do céu, essa é a nossa alternativa de poder”; por outro lado, para o jornalista Clovis Rossi – fiel cão de guarda da oligarquia Frias – aquelas fotos só podem fazer “suar frio” quem as vê, pois “o rompimento do PMDB apenas acrescenta anomalia à podridão” (FSP, 31/03/2016).
Não à toa o editorial do Estadão de 1º de abril – sempre entre ranger de dentes - acusou bem o golpe: “Ontem o panorama já era diferente: a despeito do Diretório Nacional determinar “a imediata saída”, todos os seis ministros passaram a demonstrar que gostariam de continuar ministros” referindo-se a seis dos sete ministros do PMDB no governo. Mas a questão não está equacionada e se remete a uma necessária reorganização do governo.
A “força-tarefa” do Estado de exceção
“Soberano é aquele que decide do estado de exceção” (Carl Shmitt, “Théologie politique”. Paris: Gallimard, 1988, p. 15.) 
A situação política criada, que evoluiu para uma definida campanha de “cerco e aniquilamento”, desenhou desta feita uma espécie de operação “em pinça”, a atingir Dilma e depois Lula.
O movimento golpista, sempre apoiado pelos liberais vira-latas nucleando as forças que atuaram em 1954 e 1964, foi amplamente tramado pelo juiz Sérgio Moro, comparsas do MPF, e a ala neofascista da Polícia Federal. O juiz parece pretender exercitar bem sua condição de discípulo do teórico que fundamentou as teses do nazismo, Carl Shmmit.
Note-se ainda: em 1998, Sérgio Moro e a colega juíza federal Gisele Lemke cursaram por um mês um “programa especial” na Faculdade de Direito da Universidade de Harvard; em 2007, Moro participou de um curso de três semanas no Departamento de Estado americano para “líderes em potencial” –informou o Washington Post!
Esse juiz de Curitiba, que de atabalhoado nada tem, andou justificando suas condenadas arbitrariedades declarando que “os partidos e os governos de hoje não tem condições de resolver a crise do país”; dias depois que “Até o príncipe está sujeito à lei”, numa menção às teorizações de Maquiavel, para justificar a prisão disfarçada – e impedida! - do ex-presidente Lula.

(...)
continua

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