01.05.2016
São
3 da tarde do dia 1º de Maio
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Em
muitas cidades de Portugal, muitos milhares de nós estão nas ruas para
assinalar, indelevelmente, o Dia do Trabalhador.
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Hoje,
em 2016, também travestido de Dia da Mãe (que já foi a 8 de Dezembro e noutros
dias… mas este ano calhou neste!).
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Todos na rua para defender, repor e conquistar.
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Mas
também é indispensável saber porquê.
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Porquê hoje e para onde.
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Todos
os que na rua estão, e muitos dos que à rua não foram por válidas razões?
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A
maior parte?
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Muitos!
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Pelo
menos alguns…
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No dia 1 de Maio de 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores
nas ruas de Chicago, que tinha
como finalidade, não defender ou repor mas conquistar a jornada de trabalho das
8 horas.
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Também nesse dia, e com o mesmo objectivo, teve início uma greve
geral nos Estados Unidos, que originou, nos dias seguintes, mais manifestações
e incidentes, alguns de muita gravidade.
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Não se trata de lembrar a História, que é (ou deveria ser)
conhecida, mas de sublinhar a importância que tinha, então, a questão da
duração da “jornada de trabalho”.
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E
que continua a ter, embora por vezes pareça esquecida nesta nuvem monetarista
em que nos envolveram.
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Com
o capitalismo, o ser humano deixa de ser escravo, e ser escravo significa ter
todo o tempo de vida à disposição de quem é seu proprietário.
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Nesta
etapa histórica, o trabalhador passa a vender horas da sua força de trabalho
para que esta, como mercadoria, fique ao serviço dos objectivos de outros seres
humanos proprietários de outras mercadorias-meios
de produção e circulação de mercadorias.
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Em
1 de Maio de 1886 lutou-se por tempo livre, por o ser humano, com a venda
da sus força de trabalho durante o máximo de 8 horas diárias durante 6 dias da semana,
ter direito, pelo modo como a sociedade se organizava e distribuía a riqueza produzida,
a mais 8 horas de repouso e recuperação diárias, e também a 8 horas livres diárias
e um dia por semana todo seu.
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No
dia 1º de Maio, há que lembrar que é o tempo livre, que é ter uma parte do
dia, da semana, do ano, um tempo da sua vida de que possa dispor livremente que
distingue o ser humano livre do ser humano escravo.
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E
que foi esse avanço civilizacional que o capitalismo trouxe… ou que lhe foi arrancado
pela classe social que ele teve de criar nas suas entranhas.
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Não
o esqueçamos.
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