terça-feira, março 07, 2017

Neste contexto, textos (e cartoon) de hoje e de há 23 anos sobre o futuro da UE

O futuro da U.E. em dois tempos de hoje, um cartoon e uma lembrança de livro de 1994 (23 anos!):

1. Comissão Europeia
Juncker lança debate sobre o futuro da União Europeia

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apresentou, quarta-feira,  1 de Março. Cinco cenários sobre o futuro da União Europeia a 27, como base de um trabalho cujo resultado se veria nas eleições europeias em 2019.
O chamado ”Livro Branco sobre o futuro da Europa”, que Juncker apresentou no Parlamento Europeu (PE), é o contributo da Comissão Europeia para o futuro da UE a 27 para ser debatido com e pelos Estados-membros.
"Temos a Europa nas nossas mãos", disse Juncker…
(e as lembranças que essa expressão levantou! Algumas com quase meio século, como a palavra de ordem para a frente de luta pela segurança e cooperação europeias na viragem dos anos 60 para 70: A Europa na mão dos povos!
Sessenta anos depois do Tratado de Roma, assinado a 25 de Março que lançou a hoje UE, chegou a hora "de uma Europa unida a 27 definir a sua visão para o futuro", disse Juncker.
O 1º dos cinco cenários prevê a continuação do rumo seguido até aqui, com os 27 Estados-membros concentrados no crescimento, emprego e investimento, reforçando o mercado único e aumentando o investimento nas infraestruturas digital, de transportes e da energia.
O 2º cenário centra-se no mercado único, e as opções políticas a servirem para facilitar a livre circulação de capitais e mercadorias.
O 3º cenário é o de querer fazer mais, numa Europa 'à la carte'  com aprofundamentos de políticas específicas, como, por exemplo, a de defesa, entre os Estados-membros que o desejem.
O 4º cenário junckeriano propõe a EU a fazer menos mas com maior eficácia, legislando menos e centrando-se em prioridades claramente definidas.
O 5º e último cenário prevê que se faça mais em conjunto, num caminho para federalização.
Com a apresentação do Livro Branco, que se considerou uma "certidão de nascimento" da União Europeia pós-Brexit, a Comissão Juncker quer envolver os governos nacionais e também os cidadãos da UE num debate alargado sobre o seu futuro.
"Este é o início do processo, não o fim, e eu espero que dê lugar a um debate honesto e abrangente", salientou Juncker, com calendário traçado: até Setembro, quando Juncker proferir o discurso do estado da União, com ideias mais definidas; no Conselho Europeu de Dezembro, com respostas concretas a testar nas eleições para o Parlamento Europeu de Junho de 2019.
Paralelamente, Bruxelas está a preparar documentos de orientação sobre a dimensão social da Europa, a globalização, o aprofundamento da União Económica e Monetária, a política de defesa e o orçamento da UE.
Foi um evidente esforço de apresentação de algo que sacudisse a situação pantanosa pré-eleitoral, que foi recebido com críticas à metodologia – que não às propostas que, espremidas, não propõem nada a não ser mais ou menos do mesmo – em tal ambiente que Juncker foi par(a)lamentarmente inconveniente (J) na linguagem, usando e repetindo a invectiva “merde!”

2.Núcleo duro da UE quer Europa a 2 velocidades
Os líderes de França, Alemanha, Itália e Espanha reuniram-se em Versalhes para manifestar apoio a uma solução onde os Estados-membros da União Europeia possam actuar a diferentes velocidades.
PÚBLICO e REUTERS  - 
6 de Março de 2017, 23:15

Os líderes de França, Alemanha, Itália e Espanha reuniram-se em Versalhes para preparar a cimeira europeia de 25 de Março, em Roma, que marcará o 60.º aniversário do Tratado assinado na capital italiana que fundou a Comunidade Económica Europeia.
O ainda Presidente francês, François Hollande, apelou à união no seio dos 27 Estados-membros na antecâmara do processo de saída do Reino Unido da União Europeia. No entanto, o governante gaulês considera que união não significa uniformidade. Por isso, Hollande defendeu novas formas de cooperação que permitam que os países da União Europeia possam, se assim o pretenderem, acelerar a sua actuação em matérias como a defesa, o aprofundamento da união económica e monetária ou harmonização fiscal.
Por sua vez, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a União pode vir a ter problemas se não permitir que os seus membros participem em diferentes níveis de intensidade: “Nós precisamos de ter a coragem de alguns países seguirem em frente se nem todos quiserem participar. A Europa de diferentes velocidades é necessária, caso contrário, provavelmente, ficará bloqueada”, afirmou, citada pela Reuters. “Se a Europa ficar bloqueada e não desenvolver mais, então este trabalho de paz pode correr perigo mais rapidamente do que se poderia pensar”, concluiu Merkel.
O primeiro-ministro de Itália, Paolo Gentiloni, também apoiou publicamente, em Versalhes, uma Europa a diferentes velocidades para permitir diferentes respostas a diferentes ambições.
Por fim, o líder espanhol Mariano Rajoy garantiu que Espanha está pronta para avançar para a integração “com todos aqueles que desejam procurar essa integração”. “Na minha opinião, é necessário completar a união bancária, é essencial aprofundar a coordenação das políticas económicas para tornar as nossas economias mais competitivas”, afirmou o primeiro-ministro espanhol.
Esta posição comum de França, Alemanha, Itália e Espanha surge depois da apresentação do Livro Branco da Comissão sobre o futuro da Europa, por parte de Jean-Claude Juncker.

3.Cartoon de Luís Afonso:

4.Não resisto à lembrança do mais maldito (ou o primeiro dos malditos) meus livros – Décadas da EUropa-de Roma ao futuro com passagem/paragem em Maastrich, edição de autor, 1993/1994 – em que:


Neste livro, dá-se muito relevo ao relatório Tindemans,



que criou a estratégia do núcleo super-integrado e periferia (das 2 velocidades!)… para que faltava criar e conforma(ta)r a periferia!
O que foi “reparado” a Sul e a Centro-Leste consolidando o “sindicato do grande capital transnacional”!


1 comentário:

cristal disse...

Como não haveriam de ser "malditos" os teus escritos? Descobrias-lhes as estratégias...