O futuro da U.E. em dois
tempos de hoje, um cartoon e uma lembrança de livro de 1994 (23 anos!):
1.
Comissão Europeia
Juncker lança debate sobre o futuro da União Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude
Juncker, apresentou, quarta-feira, 1 de
Março. Cinco cenários sobre o futuro da União Europeia a 27, como base de um
trabalho cujo resultado se veria nas eleições europeias em 2019.
O chamado ”Livro Branco sobre o futuro da Europa”,
que Juncker apresentou no Parlamento Europeu (PE), é o contributo da Comissão
Europeia para o futuro da UE a 27 para ser debatido com e pelos
Estados-membros.
"Temos a Europa nas nossas mãos", disse Juncker…
(e as lembranças que essa expressão levantou!
Algumas com quase meio século, como a palavra de ordem para a frente de luta
pela segurança e cooperação europeias na viragem dos anos 60 para 70: A Europa na mão dos povos!
Sessenta anos
depois do Tratado de Roma, assinado a 25 de Março que lançou a hoje UE, chegou
a hora "de uma Europa unida a 27
definir a sua visão para o futuro", disse Juncker.
O 1º dos cinco
cenários prevê a continuação do rumo seguido até aqui, com os 27
Estados-membros concentrados no crescimento,
emprego e investimento, reforçando o mercado único e aumentando o
investimento nas infraestruturas digital, de transportes e da energia.
O 2º cenário
centra-se no mercado único, e as opções
políticas a servirem para facilitar a livre circulação de capitais e mercadorias.
O 3º cenário é o de
querer fazer mais, numa Europa 'à la
carte' com aprofundamentos de
políticas específicas, como, por exemplo, a de defesa, entre os Estados-membros que o desejem.
O 4º cenário junckeriano
propõe a EU a fazer menos mas com maior
eficácia, legislando menos e centrando-se em prioridades claramente
definidas.
O 5º e último
cenário prevê que se faça mais em conjunto, num caminho para federalização.
Com a apresentação
do Livro Branco, que se considerou uma "certidão de nascimento" da
União Europeia pós-Brexit, a Comissão Juncker quer envolver os governos
nacionais e também os cidadãos da UE num debate alargado sobre o seu futuro.
"Este é o início do processo, não o fim, e eu espero que dê
lugar a um debate honesto e abrangente", salientou
Juncker, com calendário traçado: até Setembro, quando Juncker proferir o
discurso do estado da União, com ideias mais definidas; no Conselho Europeu de
Dezembro, com respostas concretas a testar nas eleições para o Parlamento
Europeu de Junho de 2019.
Paralelamente,
Bruxelas está a preparar documentos de orientação sobre a dimensão social da
Europa, a globalização, o aprofundamento da União Económica e Monetária, a
política de defesa e o orçamento da UE.
Foi um evidente
esforço de apresentação de algo que sacudisse a situação pantanosa
pré-eleitoral, que foi recebido com críticas à metodologia – que não às
propostas que, espremidas, não propõem nada a não ser mais ou menos do mesmo –
em tal ambiente que Juncker foi par(a)lamentarmente inconveniente (J) na linguagem, usando e repetindo a invectiva “merde!”
2.Núcleo
duro da UE quer Europa a 2 velocidades
Os líderes de França, Alemanha, Itália e Espanha
reuniram-se em Versalhes para manifestar apoio a uma solução onde os
Estados-membros da União Europeia possam actuar a diferentes velocidades.
PÚBLICO e REUTERS -
6
de Março de 2017, 23:15
Os líderes de França, Alemanha, Itália e Espanha reuniram-se em
Versalhes para preparar a cimeira europeia de 25 de Março, em Roma, que marcará
o 60.º aniversário do Tratado assinado na capital italiana que fundou a
Comunidade Económica Europeia.
O ainda Presidente francês, François Hollande, apelou à união no
seio dos 27 Estados-membros na antecâmara do processo de saída do Reino Unido
da União Europeia. No entanto, o governante gaulês considera que união não
significa uniformidade. Por isso, Hollande defendeu novas formas de cooperação
que permitam que os países da União Europeia possam, se assim o pretenderem, acelerar
a sua actuação em matérias como a defesa,
o aprofundamento da união económica e
monetária ou harmonização fiscal.
Por sua vez, a
chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a União pode vir a ter problemas se
não permitir que os seus membros participem em diferentes níveis de intensidade:
“Nós precisamos de ter a coragem de
alguns países seguirem em frente se nem todos quiserem participar. A Europa de
diferentes velocidades é necessária, caso contrário, provavelmente, ficará
bloqueada”, afirmou, citada pela Reuters.
“Se a Europa ficar bloqueada e não desenvolver mais, então este trabalho de paz
pode correr perigo mais rapidamente do que se poderia pensar”, concluiu
Merkel.
O
primeiro-ministro de Itália, Paolo Gentiloni, também apoiou publicamente, em
Versalhes, uma Europa a diferentes velocidades para permitir diferentes
respostas a diferentes ambições.
Por fim, o
líder espanhol Mariano Rajoy garantiu que Espanha está pronta para avançar para
a integração “com todos aqueles que
desejam procurar essa integração”. “Na minha opinião, é necessário completar a
união bancária, é essencial aprofundar a coordenação das políticas económicas
para tornar as nossas economias mais competitivas”, afirmou o
primeiro-ministro espanhol.
Esta posição
comum de França, Alemanha, Itália e Espanha surge depois da apresentação do Livro Branco da Comissão sobre o
futuro da Europa, por parte de Jean-Claude Juncker.
3.Cartoon de Luís Afonso:
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/a-mosca-e-os-cenarios-de-juncker-para-o-futuro-da-europa_v986395
4.Não resisto à lembrança do mais maldito (ou o primeiro
dos malditos) meus livros – Décadas da EUropa-de Roma ao futuro com passagem/paragem
em Maastrich, edição de autor, 1993/1994 – em que:
Neste livro, dá-se muito relevo
ao relatório Tindemans,
que criou a estratégia do
núcleo super-integrado e periferia (das
2 velocidades!)… para que faltava criar e conforma(ta)r a periferia!
O que foi “reparado” a Sul
e a Centro-Leste consolidando o “sindicato
do grande capital transnacional”!
1 comentário:
Como não haveriam de ser "malditos" os teus escritos? Descobrias-lhes as estratégias...
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