terça-feira, maio 30, 2017

Hoje, homenagem a Mário Castrim, às 21 horas, no Jardim de Inverno do Teatro.S.Luís



Há bem mais de 50 anos, no Clube do Pessoal do Instituto Luso-Fármaco
Castrim, nome mítico do jornalismo português




15 DE OCTOBER DE 2013


Há onze anos, a 15 de Outubro de 2002, Mário Castrim – jornalista, crítico de televisão, professor e poeta – partiu para a viagem sem regresso. Era, e permanece, um nome mítico do jornalismo português. A sua imagem e a sua memória continuam vivas – para os muitos que o amaram e para os muitos que o odiaram, pois a sua ironia e a sua pontaria certeira, na forma de um português sem mácula, não deixaram ninguém indiferente. (RC)
Dele falo com paixão e gratidão: conheci-o na redacção do Diário de Lisboa em 1971 e muito o admirei e muito com ele aprendi enquanto jornalista e cidadão. Uma redacção que recordo com saudade: foram anos a fio a conviver, a aprender e a crescer com homens e mulheres como Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Maria Judite de Carvalho, Luís Sttau Monteiro, Raul Rego, Ernesto Sampaio, Pedro Alvim, Alberto Villaverde Cabral, Alice Nicolau, Manuel de Azevedo, Vítor Direito, Mário Zambujal ou Fernando Assis Pacheco, para só falar de alguns nomes mas sem esquecer José Cardoso Pires, que durante um ano foi subdirector daquele inesquecível vespertino lisboeta.
Neste 11º aniversário do seu adeus silencioso, recordo Mário Castrim pensando na também jornalista e escritora Alice Vieira, sua paixão e mãe dos seus dois filhos, e republicando o seu último poema, escrito na cama do hospital uma semana antes de partir:
Lágrimas, não. Lágrimas, não. A sério –
Enfim, não digo que. É natural.
Mas pronto. Adeus, prazer em conhecer-vos –
Filhos, sejamos práticos, sadios.

Nada de flores. Rigorosamente.
Nem as velas, está bem? Se as acenderem
Sou homem para me levantar e vir
soprá-las, e cantar os «parabéns».

Não falem baixo: é tarde para segredos.
Conversem, mas de modo que eu também
oiça, e melhor a grande noite passe.

Peço pouco na hora desprendida:
Fique eu em vós apenas como se
Tudo não fosse mais que um sonho bom.

(publicado no Jornal “Avante!”, onde o Mário militantemente colaborou ao longo de muitos anos)
Ribeiro Cardoso
(no Clube de Jornalistas)

2 comentários:

Olinda disse...

Estou muito confusa com as datas deste post!Valeu-me o belo poema de Mário Castrim,na hora da despedida.Tão próprio dele!Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

A confusão é natural. Trata-se de antigo artigo do Ribeiro Cardoso que o Clube de Jornalistas aproveitou agora e a que eu "pedi boleia"... Saudações amigas, camarada.