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Por razões (ou não) pessoais, a
conferência do PCP comemorativa do II centenário do nascimento de Karl Marx tem-me, nos últimos tempos, ocupado de “corpo e alma” (de partilha com – por ordem inversa – algumas preocupações
relativas ao muito usado e abusado físico).
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Acompanhei-a como o maior interesse e
proveito próprios e, ao mesmo tempo, sofri o bloqueio que fez de tão importante
iniciativa uma realização para uso e circuito interno.
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A comunicação
social, reflectindo a correlação de forças na mediatização, reduziu a informação
aos mínimos serviços mínimos, embora alguns espaços informativos e comentadores
indirectamente se auto-denunciassem tocados pelo acontecimento posto em sossego
ou surdina.
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Estimo da maior oportunidade e anatematizador
de conhecidos oportunismos o actual de Jorge Cordeiro no avante!
de 5ª:
- Edição Nº2309 - 1-3-2018
Confissão de Tavares
Rui Tavares em linha com o seu dogmatismo europeísta e truncagem argumentativa, dedicou-se a zurzir nos marxistas. Assinale-se a assumida confissão de «não marxista». Melhor esta clareza do que andar por aí pendurado em Marx, como alguns fazem por oportunismo, graça ou pedantismo pseudo-esquerdista, mas a negar o que de essencial tem a sua teoria enquanto instrumento de transformação revolucionária da sociedade, de concepção e papel do Estado, de evidenciação da relação de democracia e liberdade com o sistema económico, as relações de produção e a exploração.
Treslendo Engels a propósito da União dos Povos da Europa e ignorando o que Lénine escreveu a propósito da palavra de ordem «Estados Unidos da Europa», Tavares decreta que os marxistas deveriam dar loas ao europeísmo. Tavares navega no escuro ao procurar ver nesse texto sustentação para a sua entrega total aos valores do neoliberalismo e do federalismo da União Europeia. Soubesse ou quisesse ler direito e leria em Engels «sem a sua autonomia e unidades restituídas a cada nação europeia (…) nem a cooperação pacífica e inteligente destas nações para fins comuns poderiam consumar-se». Soubesse Rui Tavares do que fala, não invocasse em vão concepções marxistas, e não ignoraria a lei do desenvolvimento desigual no capitalismo que torna impossível o crescimento uniforme do desenvolvimento económico de diferentes economias e dos diferentes estados.
O dogmatismo de Rui Tavares, inerente à sua cegueira federalista, não lhe permite perceber a vida, confunde sofismas com dialéctica, ignora o carácter condicional e relativo de todas as definições em geral que os obreiros do socialismo cientifico sublinharam. Aqui fica o registo de Lénine, longe de pensar que assentaria hoje que nem uma luva a RT, de que «nas condições económicas do imperialismo,(...) os Estados Unidos da Europa, sob o capitalismo, ou são impossíveis ou são reaccionários».
Jorge Cordeiro
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Como me lembrei de algumas conversas
nos idos anos 74/75, em que interlocutores iam mudando de confissões marxistas-leninistas
para só marxistas, para Marx-da-juventude, para socialistas, para “de esquerda”,
para sociais-democratas, e alguns observei continuarem por aí fora (ou abaixo), encontrando-se
frequentemente com sobrevindos de outra fileira - revolucionários-esquerdistas-desiludidos-carreiristas
e por aí arriba -, sempre em entroncamentos de irmandade anti-comunista…
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2 comentários:
Bem observado, e nunca é demais...
Os vira-casacas,são uma espécie sempre presente no decorrer da História!Bjo
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