quarta-feira, julho 01, 2009

Reflexões lentas... sem compromisso, sempre comprometidas

novaiorquinas4: Foi logo da primeiras vistas e visitas: a New York Public Library. E será, decerto, das repetidas.
O anúncio da exposição central - 1969-The year of Gay Liberation -, e a gente que esta exposição atrai e por ali anda, quase apagam o cinzento do pano de anúncio da Entre Colaboração e Resistência, mas foi a esta que me dirigi, e que visitei. E a que voltarei.
É uma grande exposição em salões do rés-do-chão, que começou a 3 de Abril e ali estará até 25 de Julho. Em espaços muito amplos, bem organizada, permite um percurso desde 1. 1918-49-Da Vitória à Derrota até ao pós-guerra (8. Aftermath).
Não a percorri com o cuidado e a atenção que merecerá, mas saí do edifício com as reflexões que, lentamente, me vão acompanhando: mais uma acção - e esta com escolhida e elaborada documentação - de um "contar da História", branqueando o nazi-fascismo e criminalizando o comunismo, ainda que não o explicitando, ou até parecendo o contrário.
As seduções da ocupação nazi, apesar, por exemplo das levas de operários forçados para a Alemanha, mas onde se deslocavam artistas franceses para amenizar a inhumana deportação, o charme (nem sempre) discreto do colaboracionismo que a resistência veio perturbar com actos isolados e de "assassinato" de oficiais alemães, talvez bons rapazes, o mal-estar de alguns escritores e intelectuais - Esprit, Lettres Françaises -, inevitáveis referências ao PCF e ao l'Humanité, mas raras e sempre distorcidas.
E leio, no jornal que se distribui com a exposição, coisas que não me permitem deixar de pensar na luta de classes, quotidana, agressiva, apesar de... estar em férias. Como, por exemplo, "listas negras" de artistas colaboracionistas, manuscritas e com ar de coisa de gente vingativa, e a referência ao termo da unidade que foi a Resistência sempre com os comunistas como os responsáveis.
Desconfio que voltarei ao tema...

5 comentários:

olga disse...

Camarada, até de férias andas a pesquisar?!!!Fazes bem, o corpo precisa de férias mas o cérebro pede conhecimento.
Espero que estejam a gostar.
Em breve mando-te fotos da iniciativa da passada 6ª.Já o devia ter feito mas ainda não consegui.
Bjs

Fernando Samuel disse...

Essa ofensiva ideológica, tendo o ideal comunista como alvo essencial, corre todo o mundo.
Só que, o ideal comunista também corre todo o mundo...


Abraço grande.

Anónimo disse...

O tempo não pára e a luta de classes também não.
(Não é original, mas é verdade)

Campaniça

...... disse...

A quem como o Sérgio pouco lhe cabe da palavra férias...

J.S. Teixeira disse...

Os trabalhadores da Autoeuropa não vergam perante nada. Vejam o artigo no blogue O Flamingo.