novaiorquinas10:
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Um tempo excelente, um dia de aniversário, um cruzeiro de quase três horas ao redor de Manhattan, com vistas impressionantes e belas (umas belas, outras impressionantes, outras ainda ambas as coisas), um almoço amigo, familiar, festivo, um bom pedaço da tarde no Central Park no meio de gente vivendo despreocupadamente o seu domingo com passeio, música, pic-nics, convívio... dá para reflectir? Aí, dá, dá!
Tudo dá para reflectir quando tudo dá para reflectir. E dá inevitavelmente se se passam essas quase três horas do cruzeiro a ouvir um óptimo profissional a acompanhar o que se ia vendo com informações, comentários, ditos e graças.
É verdade que o "meu inglês" é fraco, muito fraquinho, o "inglês dele" é "americano" - apesar de uma boa colocação e clareza de voz -, e que eu não estava muito predisposto, para não dizer nada predisposto, a fazer grandes esforços de atenção (e tradução). Mas o que ouvi e percebi chegou.
O homem era mesmo um bom profissional. Estava informado sobre o que falava, sabia dizê-lo com convicção. Do tal pouco que ouvi e percebi, uma repetição começou a arranhar-me os ouvidos: a do vocábulo "biggest" - pontes, prédios, negócios, quilómetros, dólares, tempos,, esforços para a paz, jogadores de basebol e de basquete, sei lá... tudo - inevitavelmente seguido de "in the world".
Retive a informação sobre uma das "biggest" fortunas feitas por um jovem que começou, aos 16 anos, a transportar pessoas - um tal Van der Bilt - e, depois, a construir e a fazer fábricas e a criar universidades... acho eu. Tempos que lá vão em que se faziam fortunas - das "biggest in the world" - a fazer coisas com alguma utilidade como transportar, investir em fábricas e em construção. Agora fazem-se (e desfazem-se, concentrando-se) in "casinos da finança" e off qualquer coisa.
Claro que não me estragou o dia. Nada. Nem me surpreendeu, a não ser pela qualidade de algumas informações históricas, neutras (se as há...), mas para aqui só trago reflexões. Lentas. Como a que me assaltou sobre a megalomania sem limites e a irresistível vontade que provocam de lhes fazer "baixar a crista".
Além da mensagem que daria para rir, se não fosse matraqueada para se tornar indiscutível, consensual, que se pode traduzir no significado da Estátua da Liberdade se confundir com o símbolo de Democracia, na sua única forma. Esta, como se democracia fosse...
3 comentários:
Coitada da figura! Já perdeu, há muito tempo, o atributo, agora é só estátua.
O Charles Chaplin soube entender e transmitir a mensagem.
Mais uma reflexão,profunda e subtil, acompanhada de uma bela foto.
Monty, tens que ter peciência porque vale a pena.
Campaniça
ELES SEMPRE FORAM OS BIGGEST. SE AQUI HÁ LADRÕES, ELES TÊM BIGGEST.
NO QUE DIZ RESPEITO A BAIRROS PROBLEMÁTICOS, TB ESTÃO NOS BIGGEST.EM RELAÇÃO A CRISES FINANCEIRAS, SÃO , SEM SOMBRA DE DÚVIDAS ,OS BIGGEST. ELES SÃO BIGGEST EM TUDO ,ATÉ NA PREPOTENCIA...
SE BORDALO PINHEIRO AINDA CÁ ESTIVESSE, PODIA EXPORTAR UNS BIGGEST...
tanta pachorra!!!
abraço do vale
O guia seria então uma espécie de "Selecções do Biggest Digest"?
Abraço.
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