terça-feira, junho 08, 2010

Um discurso esclarecedor do novo "governa(regula)dor"

O novo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, não surpreendeu ninguém no discurso da sua tomada de posse. Com menos pose mas com igual convicção, reiterou o apelo recorrente de Vitor Constâncio (antes mesmo de este ser o antecessor daquelee, antes mesmo de ter sido secretário-geral do PS, já quando fazia parte de ministérios de Vasco Gonçalves), "contenção nos salários, para aumentar a baixa competitividade da economia portuguesa".
E facto é que os salários têm vindo a ser contidos, sistematicamente, e quanto a competitividade da economia portuguesa… é o que se vê!
Há que lembrar
1) que os salários representam pouco mais de 10% (cerca de 12%) dos custo nas empresas portuguesas eventualmente candidatas à competição internacional;
2) que a contenção salarial (eufemismo que quer dizer diminuição do poder de compra de quem tem maior propensão ao consumo) representa diminuição do poder de compra, menor procura interna, cujo aumento é verdadeiramente essencial na economia portuguesa.
Quer isto dizer que o novo governador não trouxe nada de novo.
Continuará, no cargo, com o encargo de desempenhar o papel de regulador ao serviço dos banqueiros que deveria regular, e da finança transnacional. Foi, por isso, muito aplaudido e cumprimentado pela assistência ao acto de posse, onde abundavam os "membros do governo" e os “senhores da banca”, além do anterior governa(regulad)or, e onde não se descortinavam (era o que faltava…) gente ligada à defesa dos interesses dos trabalhadores, ou (vá lá…) às actividades produtivas e eventualmente competitivas internacionalmente.
Quem disse ter gostado muito do discurso foi Fernando Ulrich, entre outros… banqueiros. Pois!

4 comentários:

bettips disse...

Os cara-de-pau
o discurso estafado
o povo malhado a quente:
da crise que eles fizeram nas suas negociatas. Cá, lá, a chamada "negociata global", onde todos ajudam.
Abç

Zé Povinho disse...

Teixeira dos Prantos convidou um amigo do peito, ele próprio o confessou.
Abraço do Zé

Sérgio Ribeiro disse...

olá, bettips - a crise que veio com as suas negociatas, como bem dizes, e de que querem fazer as suas negociatas... até à negociata final (que rima com global!)
Beijos
Viva, Zé Povinhos - já que mudou, e com apropósito, letras ao nome dos Santos, podes também acrescentar ou tirar uma letra àquilo de que ele são amigos (quero dizer do preito...), Faz-lhes um manguito, daqueles à Bordalo)
Abraço

Graciete Rietsch disse...

Eles iam mesmo escolher outro que não dissesse amén. Não estou nada admirada,mas cada vez mais a minha revolta aumenta.

Um beijo.