quarta-feira, junho 02, 2010

Como é que um Estado se enDívida… e se desenDívida - 6 e fecho

Nesta série continuaria, dia a dia, a acrescentar factos e reflexões sobre o percurso da sociedade portuguesa. Endividando-se(-nos)! Porque a(s) política(s) de direita a isso nos levaram.
E não deixarei de o fazer, mas sinto necessidade de encerrar esta série, decerto para mais tarde recomeçar outra, entretanto adiantando reflexões que se me imponham como oportunas.
Como fecho desta série, algumas reflexões na sequência do ficou para trás.
O País está endividado porque. Porque foram estas as políticas. Não o está porque sim. Porque… aconteceu assim.
E são as mesmas políticas que se pretendem prosseguir...
Há alternativas! Há causas para a dívida e há razões de (di)VIDA.
A internacionalização é um facto. A interdependência decorre dela. Mas a assimetria da interdependência é o resultado de políticas. Ao serviço de interesses de classe.
De há décadas se desvaloriza o trabalho, se menospreza a economia produtiva, se abandona o mercado interno. É um encadear (e endividar!)… lógico. Do capitalismo nesta fase.
Consome-se demais para o que produz. Mas tal seria inevitável nas opções adoptadas, na relação de forças existente e apesar da denúncia permanente e da luta contínua! E consome-se demais para o que se produz porque se consome demais ou porque se produz de menos e se distribui desigualmente demais?
Há alternativas. O endividamento não é uma fatalidade.
Quem denuncia e luta tem apresentado, sempre, alternativas, num caminho possível de avanço da democracia e não do seu recuo. Perigoso! Cada vez mais.
Agora, neste momento, leio – e é preciso que todos tomem conhecimento! – dois exemplos:
  • A defesa do investimento público, não como fonte de negócios privados, mas como revitalização da economia produtiva. Do aproveitamento dos nossos recursos.
  • O aumento das receitas do Estado à custa da tributação adicional do sector bancário e financeiro, dos lucros escandalosos dos grupos económicos e à custa do combate acrescido à evasão fiscal.

Diz, quem obedece a quem manda porque dispõe do capital financeiro privatizado, que não é realista, que os “patrões” não deixariam, que o investimento externo não viria. Mas não é isso. Do que se trata é da relação de forças social e de uma questão de soberania nacional. Que outros têm mantido, e de que os nossos governos sucessivos se têm demitido.
.

Assim se desendividaria o País! Nós.

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

"Produz-se de menos para o que se consome e distribui-se demais desigualmente".
Que grande frase.

Um beijo.

Maria disse...

Vou fazer circular este post entre gente amiga e conhecida (já que não posso abrir-lhes a cabeça...)

Abreijo.