quinta-feira, março 31, 2011
Que dizer disto?
quarta-feira, março 30, 2011
terça-feira, março 29, 2011
Isto tem de ser conhecido e debatido, patrioticamente
Barbaridades inconvenientes: os Rosenberg
Mais informações:
«Um júri reunido em Nova Iorque, EUA, deu Ethel e Julius Rosenberg como culpados do crime de espionagem a favor da União Soviética, a quem teriam passado informação sensível sobre a bomba atómica americana. A sentença de morte dos Rosenberg seria proferida a 5 de Abril do mesmo ano. Documentos provenientes dos arquivos russos indicam que Julius tinha, de facto, ligações aos comunistas, mas a dúvida subsiste até hoje relativamente a Ethel. Ambos negaram o seu envolvimento em operações de espionagem. Este caso foi o detonador de um período de grande intolerância nos EUA, nos anos 1950, liderado pelo senador Joseph McCarthy e a sua Comissão de Investigação das Actividades Antiamericanas, popularmente onhecido como “caça às bruxas”. O processo gerou uma onda de protestos e acusações internacionais de anti-semitismo (os réus eram judeus americanos), com tomadas de posição a favor do casal da parte de Jean-Paul Sartre, Albert Einstein, Dashiel Hammett, Jean Cocteau, Diego Rivera, Frida Kahlo, Pablo Picasso, Fritz Lang, Bertold Brecht e outros intelectuais e artistas. O Papa Pio XII apelou a Eisenhower para os poupar, mas o Presidente dos EUA recusou-se a exercer o seu direito de indulto. Os Rosenberg foram executados ao pôr do sol de 19 de Junho de 1953, na Prisão de Sing Sing, Nova Iorque. Foram os primeiros civis a serem executados por espionagem.» [Público]
(obrigado, Jorge)
A República Checa e Portugal
segunda-feira, março 28, 2011
Palavras surdas, palavras cegas e palavras mudas
Cava... ndo-se mais o fosso!
domingo, março 27, 2011
Líbia - OUTRA informação
Dia Mundial do Teatro
sábado, março 26, 2011
Quantas vezes já se "faliu"?
.
Notas À SOLTA... em viagem de metro
O desespero!
O desespero palavroso
sobre o futuro tenebroso.
De quem?
Para quem?
Por culpa de quem?
À custa de quem?
.
O desfrute!
O desfrute silencioso
em um presente escabroso.
De quem?
Por quem?
A favor de quem?
À custa de quem?
.
Com o consentimento de quem?
Alteração ao Tratado da UE
Conselho Europeu e Alternativas ou coincidências que o não são
O êxito da iniciativa mede-se pela sala cheia da Casa do Alentejo, pela presença de deputados (ou representantes) da Alemanha, de Chipre, da França, da Grécia, de Portugal, do Parlamento Europeu e da Assembleia da República, e não se desvalorize o facto de serem do grupo a que o PCP pertence, ou que do PCP são, porque isso não lhes retira nada, bem pelo contrário, de serem eleitos e representante do povo, e mede-se pela quantidade e qualidade de intervenções desses eleitos e de representantes de actividades relevantes da vida social portuguesa, de economistas a agricultores e pescadores, que preencheram 4 horas de debate, com intervenção final de Jerónimo de Sousa, em que se fizeram análises e foram avançadas posições que são muito significativas, qualquer o posicionamento dos observadores. Como a comunicação social (não!) o comunicará mas nós o iremos fazer, neste nosso cantinho.
A importância das conclusões do Conselho Europeu ver-se-á, sentir-se-á e sofrer-se-á, embora também não tenha (ainda) visto tratamento comunicacional proporcional e ajustado. O CE começou por afirmar a adopção de um "pacote de medida a fim de dar resposta à crise (de que mais adiante é escrito ter-se saído…), preservar a estabilidade financeira e lançar as bases de um crescimento inteligente (!), sustentável, socialmente inclusivo e gerador de emprego”. Depois, resume-se o objectivo do chamado Europa 2020, consolidação orçamental e reformas estruturais, em que se vai, nesse resumo de meia dúzia de linhas iniciais, ao pormenor da referência aos famigerados 3% e ao “ajustamento estrutural anual claramente superior a 0,5% do PIB", em contraste com a vacuidade das referências ao "empenhamento em pôr em prática medidas destinadas a: - valorizar o trabalho, - ajudar os desempregados a reintegrar o mercado do trabalho, - combater a pobreza e promover a inclusão social, - investir na educação e na formação...” e blá-blá-blá sem qualquer tradução prática e apenas repetindo o que há décadas se vem podendo ler ou ouvir como cantos celestiais, ou de sereia.
Tanto mais que, após a parte de texto das conclusões, o essencial está nos anexos, o I sobre o Pacto para o euro mais e o II a Ficha descritiva do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), a que, evidentemente, iremos (todos) voltar.
Que dia! Tanto para dizer...
Muito trabalho...
sexta-feira, março 25, 2011
quinta-feira, março 24, 2011
Quem se julga esta senhora?
Uma mensagem central e urgente
É MUITO IMPORTANTE QUE SE PASSE JÁ E IMEDIATAMENTE UMA MENSAGEM CENTRAL:
O PODER RESIDE NO POVO!
É O POVO QUE DECIDE DAS POLÍTICAS E EXECUTANTES QUE VAMOS TER APÓS AS ELEIÇÕES!
NÃO SÃO OS PAPAGAIOS DO CAPITAL, OS COMENTADORES DE SERVIÇO OU AS "ÁGUIAS" DE BRUXELAS.
A CONTINUAÇAO DA POLÍTICA DE DIREITA NÃO É UMA INEVITABILIDADE!
VAMOS A ISTO! COM A FORÇA DO POVO!
Poemas cucos - sobre a manifestação de 19.03
É feita sobre um texto de um tal Pata Negra, que se auto-nomeou Rei dos Leittões, e até se atreveu a candidatar-se a candidato a Presidente da República (e teria feito muito melhor figura que outros que levaram a candidatura até ao fim), escreve umas coisas que merecem ser lidas... e "cucadas".
Gosto de estar à beira mar,
sentado a observar,
uma a uma,
as pessoas a passar,
de lhes medir os corpos,
de lhes julgar o andar,
de lhes estudar a expressão
e de especular acerca de quem são
e de onde são.
Nada que não se possa fazer,
num descanso de fim de manifestação,
nos Restauradores.
E estava eu ali sozinho,
nesse entretém,
quando uma senhora de 80 anos
(e upa lá…),
de mala de senhora pela curva do braço,
de vestuário bem encaixado na idade,
muito mais baixa que eu
(que não sou alto),
encostou a sua isolação à minha,
e estendeu-me unicamente estas palavras,
assim,
sem mais nem menos,
sem boa tarde,
sem adeus,
ou "quem és tu?":
- Eu nunca vi tanta gente em toda a minha vida!
Ui Jesus, o povo que para aí vai!
Venho lá de cima do Marquês e vem gente de todas as ruas,
a Avenida é uma enchente,
aqui é o que se vê!
Credo Santo nome de Deus!
Em toda a minha vida nunca vi tanta gente!
E,
dito isto,
seguiu,
de passos pequenos mas frequentes,
para o Rossio.
Não faço ideia de onde vinha,
para onde ia,
ou porque estava ali.
Nem sequer interessa se era manifestante,
transeunte,
se ia para sua casa,
que seria logo ali…,
se dava a sua volta habitual,
ou se ia na camioneta p’ró Zambujal!
O que fiquei,
o que eu fiquei mesmo,
foi muito contente
por ter visto aquela senhora entre tanta gente
e,
de entre tanta gente,
ela me ter visto a mim,
e de ambos termos visto tanta gente
como uma senhora nunca viu em 80 anos!
A vertente pessoal, "fulanizada", da realidade em movimento
quarta-feira, março 23, 2011
K.O.!
7º assalto
Num excesso de demagogia.
Que nem sei se só incomoda ou se também assusta!
"Se estivesse no lugar de 1º ministro o que eu faria..."
e mais isto e mais aquilo.
Em campanha despudorada!
Vamos a ver se percebi: "preferir a propaganda ao país..."?
6º assalto
Ou o "regresso da velha senhora”?
Não! O discurso em nome de. De quem? Talvez do "padrinho"...
Tiros ao alvo.
Com muitas ganas com laivos vingativos, mas… com pouca pólvora e sem alvo. Nem primário, nem secundário...
5º assalto
E a recessividade das medidas, dos sucessivos PECs e OEs..
Talvez quando mais se sentiu a ausência de Sócrates, a quem a H. Apolónia notoriamente enerva.
4º assalto
A justiça social!
A "crise dos portugueses"!
3º assalto
Em inglês...
Sócrates a poupar-se (e a poupar-nos!). Para o prolongamento? Ou à espera dos “penalties” ?!
2º assalto
Um joguinho C.Crista-T. dos Santos.
Desinteressante.
De empate, ou de empatas.
1º assalto
Está quase...
Ah! já sei...
façam como o Modelo e o Continente!
terça-feira, março 22, 2011
E não é sábado...
TVisto - "Ler e depois" - 2
2.
* Correia da Fonseca
Contudo, o mais destacado acontecimento televisivo da semana passada foi bem outro: foi o Festival RTP da Canção, não em rigor pelo seu mérito próprio, mas sim pela irrupção (ou talvez erupção) no certame de uma cantiga de perfil marcadamente político, complementada por um apelo directo à participação na manifestação anunciada para o próximo dia 12. Foi um choque. Desde há muitos, muitos anos, que estava o Festival posto em sossego, como a linda Inês camoniana, entretido a colher o «doce fruito» da mediocridade inofensiva, «naquele engano de alma ledo e cego» que, como agora se viu, «a Fortuna não deixa durar muito», quando no palco do Teatro Camões surgiram Os Homens da Luta e arrebataram a vitória graças a uma votação telefónica que bateu o veredicto resultante dos votos do Júri Nacional, este constituído em princípio por elementos técnica e culturalmente habilitados. Em boa verdade, não me parece que a cantiga vencedora, «A Luta é Alegria», seja uma canção muito bela, longe disso, mas, tal como em tempo de guerra não se limpam armas, será aceitável que em tempo de crispações sociais se dispense alguma qualidade estética, embora sempre seja desejável que ela não falte. Porém, o mais importante de tudo não será talvez a canção mas sim o apelo, directamente lançado do palco do Teatro Camões para o País inteiro, em favor da participação na manifestação. A questão é não se saber ao certo de onde é que ela, a manifestação, arranca e para onde é que vai, circunstância que não implica um pré-juízo condenatório mas explica cautelas. Encaro as notícias e os estímulos que estão a precedê-la e lembro-me de um poster de João Abel Manta desenhado nos tempos imediatamente posteriores ao 25 de Abril. Tinha uma figura representativa do Partido Socialista, então muito revolucionário, e uma legenda: «Cuidado com os penduras!». Decerto que não é preciso explicar por que me acode agora à memória a prevenção de João Abel Manta, tão justificada pelos tempos que imediatamente se lhe seguiram.
TVisto - "Ler e depois" - 1
O título deste texto, talvez crónica, propositadamente grafado entre aspas para evitar eventuais suspeitas de desavergonhado plágio, é pilhado a uma das muitas obras de Óscar Lopes, intelectual comunista que é uma das figuras de topo da crítica e do ensaísmo literários no Portugal contemporâneo. Sirva o feio acto da pilhagem como homenagem obviamente modesta ao mestre, mas a tentação foi irresistível. E não por acaso: é que a TVI transmitiu há dias uma breve reportagem acerca da obstinada persistência do analfabetismo no nosso País, espécie de grave doença endémica que resiste à extinção, que coexiste agora com o que se supõe ser «a modernidade», e que tem consequências, um pouco como aquelas moléstias que deixam rasto, como diz o povo. Por isso, como se compreenderá, bem se justificava a reportagem da TVI até como alarme e tácita reclamação de providências, pois que a sabença da leitura abre portas ao entendimento de muitas e variadas coisas, como é sabido, e está no oposto do interesse nacional que tais portas permaneçam fechadas a uma percentagem insuportavelmente elevada dos portugueses. Para mais, como a reportagem referiu, o analfabetismo luso não atinge apenas os velhos, o que a acontecer permitiria supor que haveria de se extinguir em resultado da ordem natural das coisas, mas também adultos e mesmo adolescentes. A sua erradicação é, pois, um combate a travar e um objectivo que se diria consensual se não se soubesse haver os que preferem o povo analfabeto, e por isso tendencialmente mais vulnerável a prédicas vindas de certos púlpitos. Isto não significa, porém, que não saber ler equivalha a não saber pensar e a não perceber o essencial do mundo e da vida. Caberia aqui citar o inesquecível Discurso de Estocolmo de José Saramago e a referência nele contida ao avô analfabeto e contudo sábio, mas não é preciso ir tão longe e tão alto, pois todos sabemos que o entendimento das coisas, designadamente das que mais ferem e marcam o quotidiano de milhares, dispensa a decifração das letras, de tal modo são agrestes. Porém, acontece que a leitura pode acrescentar territórios vastos a essa compreensão inicial, e a conquista deles, tão pouco estimulada pela televisão portuguesa, e mais concretamente pela RTP que ainda há dias se gabava de «cinquenta e quatro anos de serviço público», é uma tarefa cujo atraso tem responsáveis.
segunda-feira, março 21, 2011
Há mais escolha que a que o Governo oferece...
A ler, como me é hábito, a página de Nicolau Santos, tropecei nesta frase. Registei, por ser muito raro, com a pequena reserva de me desagradar aquela designação de líder, assimilada de outros partidos, ao secretário-geral do PCP, mas logo a achei incompleta. Porque não disse mais do que o que transcrevi. Como o deveria ter feito.
É que, sendo certo que o que o Governo-PS oferece aos portugueses é a escolha dolorosa entre PS e PSD, e que o que o PSD oferece aos portugueses é a escolha dolorosa entre PSD e PS, não se fica por aí o que o PCP diz, como colectivo e pela voz do seu secretário-geral.
.
21 de Março - Dia da poesia
Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai
andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
heterónimo de Fernando Pessoa
Quem os viu... e onde os veremos?
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Preparando trabalho
domingo, março 20, 2011
Outra informação, contra a hipocrisia criminosa dos bombardeamentos "humanitários"
ÚLTIMA HORA
2. Autoridades libias abogan por solución pacífica y rechazan intervención extranjera
"Brancas" esclarecedoras
Líbia - outra informação sobre os bombardeamentos "humanitários"
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sábado, março 19, 2011
De regresso a casa
De jornada
sexta-feira, março 18, 2011
Criminosa hipocrisia
1. -
"O regime de Khadafi anunciou esta sexta-feira o cessar-fogo, anunciado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Líbio." (Sol)
2. -
(sexta-feira, 18 de Março de 2011 19:13)
Obama exige a Kadhafi «cessar-fogo imediato»
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje que Muammar Kadhafi deve aplicar «de imediato» um cessar-fogo e admitiu «operações militares» caso o líder líbio não respeite as decisões do Conselho de Segurança da ONU.
3. - (comentário)
Informar-SE
N.º 1946
17.Março.2011
A situação na Líbia, assim como o conjunto de acções que visam possibilitar a agressão militar do imperialismo a este país têm tido rápidos e contraditórios desenvolvimentos nos últimos dias.
Os preparativos militares, as medidas e sanções políticas e económicas e a orquestrada e monumental campanha de desinformação estão montadas. Para finalizar o cenário, faltará a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas que suporte e branqueie a agressão militar, eufemisticamente designada de «zona de exclusão aérea».
O imperialismo procura agir em múltiplas frentes, incluindo a instrumentalização da ONU (registe-se, com os «prestimosos» serviços de Ban Ki-moon, seu secretário-geral), para a concretização dos seus intentos nesta estratégica região, ao mesmo tempo que brande o «pedido» da maioria dos países da Liga Árabe (com a oposição da Síria e da Argélia) de imposição da dita «zona de exclusão aérea», silencia a rejeição desta pela União Africana e boicota activamente as tentativas de mediação e solução pacífica do conflito na Líbia.
É de salientar que entre os que mais clamam pela escalada de agressão à Líbia conta-se os regimes opressores, aliados dos EUA na região, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que não hesitaram em enviar tropas para apoiarem a repressão contra o levantamento popular no Bahrein (onde se localiza a base da V Esquadra dos EUA).
Os próximos dias serão determinantes para o desfecho do primeiro acto da tentativa em curso de domínio imperialista da Líbia (da totalidade do seu território ou impondo a sua divisão) e dos seus enormes recursos naturais (como o petróleo e o gás). Entretanto o autêntico assalto aos milhares de milhões do fundo soberano da Líbia está em marcha, os EUA, sempre na linha da frente no que toca ao saque dos povos, anunciaram já o «congelamento» de cerca de 30 mil milhões de dólares da Líbia.
Os EUA e as grandes potências capitalistas da União Europeia, fomentando contradições e divisões no mundo árabe e tentando utilizar em seu proveito legítimas aspirações populares, procuram, com o apoio de regimes que lhe sejam cúmplices e subservientes, ditar a ordem, se necessário a canhoeira, afinal como quando foi definida, a «régua e esquadro», a partilha colonial do continente africano na Conferência de Berlim, concluída em 1885.
Na Líbia – como a Palestina, o Líbano, a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão e tantos outros exemplos comprovam –, o imperialismo acena cinicamente com preocupações humanistas e a dita «ingerência humanitária», apenas para, semeando a morte e a destruição, assegurar a exploração dos povos e dos seus recursos.
Às forças da paz e anti-imperialistas cabe rejeitar e denunciar qualquer agressão imperialista contra este país – que, em primeiro lugar, representaria um acto contra todos aqueles que na Líbia e no Mundo Árabe lutam pelos seus direitos, a democracia, a soberania e a paz – e pugnar pela resolução pacífica e política do conflito, sem ingerências externas.
Um título: "Diminui o nervosismo dos investidores em relação a Portugal"
ou...
E para manter o ambiente côr-de-rosa vivo, e o inefável objectivo da confiança por estas vias, logo se diz que o juro das obrigações a 10% “recua para 7,542% contra os 7,566% registados ontem”. Com a mesma finalidade, de imediato se acrescenta que “o juro da linha viva da dívida portuguesa da mesma maturidade mais negociada no mercado deslizava para 7,451% (ontem fechou nos 7,474%)”.
Bela véspera!
notas À SOLTA (num caderno ou em papeis avulsos))
quinta-feira, março 17, 2011
Informação… de classe
Se por simples (?!) estudo de natureza política – ou estudo de natureza meramente política… – ou por trabalho académico de mestrado ou doutoramento, houvesse quem pegasse nos variados veículos que informam o cidadão comum, teria, neste últimos tempos, e particularmente nestas duas primeiras dezenas de dias de Março uma elucidativa, e esmagadora!, amostragem do que é uma informação de classe. Nem sequer me arrogo estar a (pré)-enunciar tal estudo ou trabalho, mas apenas, sem qualquer investigação para tal orientada, deixo uma reflexão a partir do que retenho epidermicamente.
Qualquer dos, e todos os meus contemporâneos e vizinhos foram assaltados, avassalados por informação escrita, falada, televisiva, de “redes sociais”
- sobre a Líbia e os antecedentes e preparativos de uma invasão (por outras palavras, claro);
- sobre uma manifestação de protesto de uma geração à rasca, contra (todos!) os partidos, a “classe política”, com entrevistas, artigos de opinião, reportagens sem poupança de tempos e espaços;
- sobre um PEC4 nas versões de uma necessidade patriótica perante legítimas imposições exteriores versus comportamentos inaceitáveis confirmando falta total de ética e incompetência, num dramatizado ping-pong;
- sobre os ricos mais ricos do mundo e satisfação por uns portugueses terem e reforçarem posições nesse “ranking”;
- sobre um tremendo desastre natural no Japão, com consequências humanas dramáticas e um justificado e colateral recrudescer da velha “questão nuclear".
- à volta de aniversários – dos 80 anos do avante!, dos 90 anos do PCP, do 8 de Março –, nas suas históricas e fundas razões de ser e de continuarem a ser;
- à volta de eleições na Irlanda;
- à volta de situação social em degradação, para além de abordagens individualizantes e de apelo à caridade, desresponsabilizadoras e, evidentemente ignorando a ligação a interesses egoístas (de classe) e a luta contínua e solidária;
- à volta de uma manifestação que, na sequência de outras e no quadro dessa luta (de massas), se vai realizar no próximo sábado.
Isto merecia mesmo um estudo ou trabalho aprofundado… embora seja de tal forma evidente que, para o comum dos mortais, não será necessário tal estudo ou trabalho para o comprovar!
quarta-feira, março 16, 2011
Delírios (perigosos) e dislates (escavacados)
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Informações "expressamente" interessantes
Fez-me lembrar uma iniciativa que, há mais de 40 anos (entre 1967 e 1970), levei a cabo, no Diário de Lisboa, no suplemento Economia, com a publicação semanal de dois tipos de fichas, a que me lembro de ter dados dois títulos genéricos – o que é e como é –, exactamente na dimensão de uma ficha, e com o convite a recorte e colecção, em que, por exemplo, numa semana se dizia, o que era a EFTA, e nas semanas seguintes se dizia, com dados estatísticos, como eram os 7 países que formavam essa zona de comércio livre, e, depois, o que era a CEE, e nas semanas seguintes, como eram os 6 países que compunham essa união aduaneira e PAC (política agrícola comum). Boas recordações, apesar de tanta má, como tudo isto ter de passar pela censura fascista! Era uma luta na luta.
Poderá imaginar-se como esta iniciativa do Expresso me interessou. Levou-me a estudá-la e provocou-me umas observações a partir do confronto primeiro, em que o país escolhido para iniciar a série foi a Bélgica.
- Quase a mesma população (entre 10, 6 e 10,8 milhões de habitantes). E ficam-se por aí as semelhanças.
- Enquanto o/as belgas têm um PIB por cabeça de 31,4 mil € o do/as portugueses/as é de 15,8 mil €, ou seja, cerca de metade; os salários mínimos são, respectivamente, 1.415 € e 485€, ou seja, eles recebem de salário mínimo, num mês, o que nós recebemos num trimestre.
- De acordo com os dados publicados, a Bélgica tem o consumo das famílias de 52,4 % do PIB belga, ou seja, 178 mil milhões de €, e as famílias portuguesas consomem 66,8% do PIB português, ou seja, 112 mil milhões de €.
- A poupança global é de 74 mil milhões de € no caso belga, e de apenas menos de 17 mil milhões de € no caso português, mais de quatro vezes inferior.
- As informações estatísticas mais relevadas são as da dívida do Estado, sendo de 98,6% do PIB para a Bélgica e de 82,8% para Portugal, enquanto o endividamento das famílias (em % dos respectivos rendimentos) é de 84% nas belgas e de 129% nas portuguesas.
- Contrariando uma insistente imagem de desmesurado peso relativo do Estado no PIB português, os “gastos do Estado” na Bélgica são de 54,2% do PIB belga e de 48,2% no PIB português em Portugal, e as "receitas do Estado" são de 48,1% e de 38,8%, respectivamente.
- No meio de outras informações, ainda se destaca a de que o rendimento das faixa de 20% dos belgas é de 3,9 vezes superior da mais alta relativamente à mais baixa, enquanto nos portugueses, esse ratio é de 6 vezes.
Acresce, e por aqui me ficaria, que este IDH, ajustado com as desigualdades, ou seja, corrijindo as médias com as dispersões, baixaria para 0,794 na Bélgica (-8,5%) e para 0,700 em Portugal (-12%).
E não termino com um voto pio, como o do comentador escolhido pelo Expresso, Diogo Freitas do Amaral, de que "atingir os níveis belgas poderia ser um objectivo mobilizador para Portugal", mas sublinhando que os rendimentos da população portuguesa que trabalha são muito inferiores, que as famílias se endivida(ra)m para ter um consumo (nível de vida) aceitável, que há uma muito maior desigualdade de distribuição de rendimentos em Portugal, que quem poderia poupar e investir não o fez/faz, que o Estado recebe e gasta menos proporcionalmente mas que, decerto, muito pior distribue a arrecadação da receita e ainda pior aplica os gastos. Somos a "periferia", e como tal nos querem manter os "centrais".