Ao contrário de alguns camaradas que se poupam, e talvez por espírito de sacrifício a roçar o masoquismo, vou lendo e "ouvendo" muita coisa. Mas não o dr. Mário Soares às 3ªs. feiras no DN. Isso não!
Mas sou obrigado a ter conhecimento dessas "páginas de antologia" por duas vias: uma apologética; outra, de denúncia incansável do que esse ícone foi e é na sociedade portuguesa com a sua intervenção, tão de décadas que quase secular, ao desbragado (e nem sempre disfarçado) serviço daquilo contra que luto, o imperialismo travestido de “democracia ocidental”.
Hoje, resolvi colocar as duas “versões” face a face,
Num encantamento de hipnotizado (embora com umas cautelas inabituais quando comenta, semanalmente, estas perorações soaristas…), escreveu afigaro, em Manuelinhodévora:
Hoje, resolvi colocar as duas “versões” face a face,
Num encantamento de hipnotizado (embora com umas cautelas inabituais quando comenta, semanalmente, estas perorações soaristas…), escreveu afigaro, em Manuelinhodévora:
- «Mário Soares coloca no DN de hoje muitas dúvidas, às quais o cidadão atento não pode ser alheio. E, por fim remata o cronista: "São os manifestantes em favor da liberdade, da democracia e dos direitos humanos - que gritam nas ruas e nas cidades do Magrebe e do Próximo Oriente - que mais podem contribuir para enfraquecer o terrorismo radical da Al-Qaeda". Será? os tempos são de muita incerteza...os modelos de democracia(?) daqueles povos terão alguma coisa a ver com a democracia dos povos ocidentais?...ela, usualmente, não tem sido possível um pouco por toda a África: Escapam os povos de Cabo Verde e de S. Tomé e Príncipe, enquanto vigorar a nossa cultura por lá, julgo!»
E, com a sua costumada (e justa) acutilância, escreveu Fernando Samuel, em cravodeabril:
- «(...) 3 - O inesgotável Mário Soares, dedica a sua compacta prelecção de hoje, no DN, entre outras coisas, aos acontecimentos nos países árabes.
Fazendo questão de separar o trigo do joio - coisa que nele significa separar a democracia e a liberdade dos totalitarismos todos - fala-nos do "Presidente Mubarak" e do "ditador Kadhafi"...
E radiante, esfuziante, delirante, Soares observa que "as revoltas verificadas até agora, à excepção da Líbia - que é um caso sui generis - não envolveram gritos de ódio contra a América, o imperialismo ou Israel"...
Facto que, obviamente, garante às ditas "revoltas# um conteúdo democrático que não teriam se houvesse "gritos de ódio" à benemérita "América", ao altruísta "imperialismo" e a esse modelo de democracia que é "Israel"...»
7 comentários:
Sérgio
O Mário pede-te no "cravo..." para que expliques a posição do Partido, quando critica o BE pelo seu oportunismo e depois se pré-dispõe a apoiar a sua Moção de Censura.
Ricardo
Ricardo - obrigado pela chamada de atenção... mas o dito Mário tem toda a possibilidade de saber as NOSSAS razões se procurar em posições do Partido. Quererá ele?
Como sabes, criticamos o BE e as suas "tácticas", o seu oportunismo e o seu anti-PCPismo, estamos contra a política de que o PSD é o principal cúmplice do PS, mas isso não quer dizer que recusemos qualquer medida ou instrumento constitucional, vindo do PS, do PSD, do CDS e, obviamente, do BE, desde que essa medida combata a política de que são intérpretes e que agride os trabalhadores e todo o povo que somos.
Achas que vale a pena dar respostas directas?
Sérgio
Por este comentário não esperava eu.
"Não recusamos qualquer medida ou instrumento, constitucional, vindo do PS, do PSD,do CDS e óbviamente do BE, desde que essa medida combata a politica de que são intérpretes e que agride os trabalhadores e todo o povo que somos"
Não devemos antes desmascará-los, quando eles tomam essas iniciativas demagógicas, para confundir os trabalhadores?
Não achas que apoiar qualquer iniciativa dessa gente, que apenas os reforça?
Desculpa que te diga, mas esta posição do Partido é tão OPORTUNISTA, como o oportunismo que criticamos ao BE
objectivo continuarem a enganar os trabalhadores?
Dado que acabas-te por dar a explicação que devias dar ao Mário, também não compreendo, porque razão o mandas procurar no Partido, onde estão afinal os TELHADOS de VIDRO?
Desculpa estas observações, mas não consegui resistir, já é demais!
Até depois.
Ricardo
Verdadeiramente indignado, mais: enojado!
Há um amigo e camarada, de nome Ricardo, que visita este espaço e tem deixado frequentes e muito úteis (para mim) comentários.
Surge este primeiro com o seu nome, das 14:12, e julguei ser ele a chamar-me a atenção para um comentário noutro blog. Natural. Com naturalidade (e talvex ingenuidade) lhe repondi. Aparece o mesmo nome a assinar um comentário de risposta às 16:40. Até pelos erros gramaticais, tive quase a certeza que não era do meu camarada e amigo Ricardo. Não por não poder haver posições diferentes entre nós - que as há, decerto - mas pelo tom e, MAIS, porque divergências destas não as trataria (nem ele, nem eu) nem ASSIM nem AQUI.
Telefonei ao Ricardo. Tudo se confirmou.
O uso do seu nome é pusilânime, é ignóbil, é... inqualificável. E é de quem não pretende senão dividir, fraccionar, intrigar. Bateu a má porta. Aqui há transparência, aqui não há telhados de vidro. E um comportamento destes é tratado como deve. É inqualificável e desprezível. Repelido com nojo.
São as contingências de se lidar em espaço aberto com quem vive em (e de) esgotos.
Ricardo,
Sendo o PCP um partido marxista-leninista quando intervem, fá-lo no concreto, não numa abstração que apenas reflecte uma aparência da realidade concreta.
O que pretendo é alertá-lo para a necessidade de, objectivamente, analisarmos no concreto uma iniciativa de outro partido (do BE neste caso).
E objectivamente, o PCP censura ou não a política e a acção política do Governo suportado pelo PS e com a cumplicidade do PSD? Mais, o PCP está de acordo ou em desacordo das razões escritas na proposta de moção do BE? E mesmo que não estivesse de acordo com o fundamental da argumentação apresentada poderá o PCP ser associado a um apoio ou suporte do Governo e da sua politica?
Poderemos assumir uma votação em concreto com base em suposições e pressupostos de uma determinada leitura sobre as motivações que levam outros a uma determinada acção? Penso que nesse caso estariamos a ser pouco marxistas.
Ricardo (que costuma conversar conversar por estas bandas, não o responsável pelos comentários anteriores e para que não hajam confusões passo a assinar como Ricardo O.)
Sérgio
Com essa de teres julgado que era o outro Ricardo, acabas por não responder aos "apoios que o Partido possa dar às iniciativas do PS, do PSD e do CDS na medida em que estes combatam a politica de que são intérpretes". Só para RIR
"Com naturalidade, (e talvês ingénuidade)é preciso ter LATA, ou fugiu-te a boca para a verdade?
Ricardo O.
O importante é o Partido demarcar-se das propostas dos outros partidos e denunciá-los, se o fizer seja qual for a posição tomada ela será sempre compreendida pelos trabalhadores.Não vá atrás do oportunismo.
Quanto a ser um Partido M-L:Achas que um Partido que limita a sua intervenção à defesa do Estado de Direito "Democrático" burguês, que não defende a Revolução Socialista e a Ditadura do Proletariado pode ser considerado Marxista-Leninista?
Ricardo
O Ricardo deve estar a falar de outro partido, não o Partido.
E já agora, era bom que estudasse (que estudar não faz mal nenhum) o que Lenine escreveu sobre a ditadura do proletariado, o que significa o termo ditadura e o que, interpretando a realidade, na defesa da luta pela construção do Socialismo, que significa o que para o PCP significa democracia, num desenvolvimento teórico do marxismo-leninismo profundamente ligado às massas (como só assim pode ser a teoria revolucionária).
Aliás, não reconheço esse partido que afirma que só defende o Estado de Direito Democrático. Não deve estar a falar do PCP...
Mas se com isso acha que o PCP não devia defender as liberdades e os direitos conquistados pela luta dos trabalhadores portugueses ao longo de décadas, nas quais se destaca o papel do PCP ao longo dos seus 90 anos de vida, então devo afirmar com toda a firmeza de que está redondamente enganado.
E sabe, é muito diferente ser marxista-leninista a ser M-L. Sabe a história do divisionismo esquerdista português não está assim tão arrumada.
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