sexta-feira, maio 27, 2011

Há homens que...

… só com o curriculum encharcado esfregado na focinheira.
Actualizo-me sobre a mal dita economia (porque economia não é!) e vejo que o dr. Vitor Constâncio, o constâncio victor, disse que “Portugal deve ir mais além das medidas acordadas com a troika”! Ele lá sabe como a sua acção de supervisão deixou o sistema bancário português, ou permitiu que ele ficasse.
Só umas notas biográficas de VC. 
Foi secretário de Estado do Planeamento nos Iº e IIº governos provisórios - em que era urgente planificar – e nada planificou; terá dado uma ”preciosa” colaboração a Melo Antunes na elaboração do plano que tanto demorou que chegou tarde no IVº Governo Provisório; foi Secretário de Estado do Orçamento e do Plano do VIº Governo Provisório; foi deputado na AR e presidiu à Comissão para a Integração Europeia; foi Ministro das Finanças e do Plano no IIº Governo Constitucional; foi Governador do Banco de Portugal em 1985 e 1986 e voltou a sê-lo de 2000 a 2009, tendo conseguido ficar no pódio dos mais bem pagos de todos os governadores do mundo (nada menos de 250 mil euros anuais, em 2009); entre 1986 e 1989 foi Secretário-Geral do Partido Socialista; andou pelas administrações do BPI e da EDP; desde 2010, é vice-governador do Banco Central Europeu, decerto como “prémio” por ter errado em todas as previsões macroeconómicas, por ter falhado rotundamente como regulador da actividade bancária (casos BPN e BP), pelo seu brilhante CV que não há “princípio de Peter” que resista
Sempre, sempre contra o povo, atacando os salários e os direitos dos trabalhadores.
Com estes antecedentes no cargo, o actual governador, o dr. Carlos Costa, tem de se esmerar. E, elegantemente, veio dizer que os próximos anos vão ser de “catarse” (saberá o que quer dizer?) e que há “falta de líderes clarividentes”, o que procura compensar com a sua clarividência de considerar o pedido de ajuda (à troika de fora) “inevitável e inadiável”, uma oportunidade de inverter a realidade da "insuficiência crónica da poupança das famílias, empresas e Estado português".
Mas não será que todas aplicações que andam aí pelo mundo da especulação, pelos off-shores e in-shores não são poupanças? A insuficiência crónica de investimento produtivo, ou a crónica ganância e ausência de empreendedorismo produtivo, é de quem dispõe de fartas sobras do seu consumo e luxo.
Ou será que, para o dr. Carlos Costa, poupança é só o que as famílias retiram do pouco que lhes satisfaz as necessidades, e do que as micro, pequenas e médias empresas conseguem que lhes reste depois de pagos os factores de produção e os impostos?

4 comentários:

samuel disse...

Como raio é que fomos cair nas mãos desta canalha...

Abraço.

GR disse...

Não colocaste o mais importante no CV deste crápula, a sua presença em 1988 na reunião Bilderberg. Ele mais não é que um acéfalo serviçal manipulado deste Grupelho fascista.

Gr Bj,

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Samuel - muitos de nós andam distraídos...

GR - em 1988?!
E não só, mas em 1988 era sercretário-geral do PS. Significativo!

Abreijos

Graciete Rietsch disse...

"Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és". Provérbio popular que tem muito de verdadeiro. E VC sabe escolher bem as companhias.

Um beijo.