De acordo com o inquérito ao emprego, o desemprego (em sentido restrito) no primeiro trimestre de 2011 situa-se em 688,9 mil trabalhadores, ou seja, uma taxa de desemprego de 12,4%. No entanto, o INE informa que realizou alterações metodológicas no inquérito, pelo que, a partir destes números, não poderão ser feitas comparações com os períodos anteriores.
Ainda assim, é o próprio INE informa que, de acordo com testes realizados, caso a metodologia não se tivesse alterado o número de desempregados (em sentido restrito) seria de 633,3 mil, o que corresponderia a uma taxa de desemprego de 11,4%.
Partindo destas estimativas, pode afirmar-se, com elevado grau de confiança, que o desemprego se continua a agravar em Portugal. Relativamente ao trimestre homólogo de 2010, existem mais 41,1 mil desempregados, atingindo-se o mais elevado número de desempregados desde que o INE iniciou o inquérito. A taxa passou de 10,6% para 11,4%, um agravamento homólogo de 0,8 p.p., mais de 7,5%.
O número de empregados diminui, o que torna o quadro social ainda mais grave. No primeiro trimestre de 2010 foram estimados em mais de 5 milhões os empregados e, no primeiro trimestre de 2011 ter-se-ia baixado dessa barreira (4,9457 milhões). Tem de se recuar até 1999 para encontrar um primeiro trimestre com menor número de empregados.
Por outro lado, uma vez mais os dados do inquérito a emprego do INE demonstram que os números politizados e governamentalizados do desemprego registado nos centros de emprego do IEFP demonstram que os portugueses que caem no desemprego não acedem aos meios de protecção social no desemprego, nem confiam nas instituições cuja missão é apoiar a colocação e a procura de novo emprego. As chamadas "políticas activas de emprego" não respondem às necessidades, nem substituem os cortes no acesso à protecção no desemprego, ao subsídio de desemprego.
Estes números, apurados e estimados ainda antes dos efeitos que advirão da aplicação do programa comum do das "troikas" PS/PSD/CDS-FMI/BCE/CE, assim como das medidas previstas e chumbadas no PEC-IV, demonstram que a degradação da situação económica e social prossegue e com uma tendência inelutável para se agravarem substancialmente... se a luta pela alternativa não conseguir travar este rumo e fazer com que novas/outras políticas se imponham.
Pelo voto popular.
3 comentários:
E os milhares de pessoas que têm emigrado?! Será que a solução dos troikistas para acabar com o desemprego é provocar a emigração!
Em abraço para dias de sol
? (falta lá atrás)
Mais de 1 milhão de desempregados, em sentido lato. Ou seja, se aos desempregados somarmos os inactivos desencorajados, os inactivos disponíveis e o sub-emprego visível, de acordo com a nova metodologia (pelos vistos mais sensível na detecção destas realidades), o número de desmpregados passa a ser superior a 1 milhão!!!
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