Depois de se terem criado condições políticas para que não se aproveite, em Portugal, o muito mar e a excelência do posicionamento geográfico, a terra, as espécies e o sol como recursos produtivos, para se desperdiçarem recursos adquiridos como a metalurgia, as agro ou pesci-indústrias, os têxteis, para tudo se substituir por infraestruturas rodoviárias (para entrada de produtos importados e para circulação de turistas) e um sistema bancário,
depois de todas essas e outras malfeitorias, chegou a vez de, à destruição do aparelho produtivo, se juntar o desmantelamento do que reste dos direitos que se mantém, em razão da resistência e do aparelho do Estado ter de considerar a relação de forças, ao nível da democracia (pouco) representativa e da luta organizada de massas.
O episódio, antes aqui registado, do leilão das acções do Estado na EDP, imposto por uma troika e por outra obedecido, pode caricaturar-se (e não é para rir...) de forma elucidativa:
- entre "governantes", decidiram "fechar o negócio", falsear o leilão
- não importa as condições melhores para quem vende, importa quem compra
- após a compra desse pacote de acções, o actual comprador (que já anunciou ir despedir 11 mil dos 80 mil trabalhadores, sem que isso tenha tido qualquer influência nas condições do vendedor para se fazer o negócio), ficará o novo "patrão"
- depois, sempre com o apoio do seu "governante", fixará os preços a que nos vai vender os "produtos" da empresa (ou grupo)
- o actual vendedor, na "qualidade" de comprador dos "produtos", passará a pagar ao actual comprador o que antes era, em parte, seu
- o actual vendedor, que é o futuro comprador dos "produtos", gastará acima das suas possibilidades, em função do preço diktado pelo mercado, que o novo "patrão" controla
- pelo que, ficará a dever e acumulará dívida de outros anteriores "negócios & artimanhas"
- assim sendo, o já então ex-vendedor, e já comprador endividado, pedirá emprestado ao actual comprador, já então "patrão", o necessário para pagar a este (a leste e lesto)
- e pagará com "língua de palmo", ou seja, com juros que o mercado determinar, a partir de posições relativas em que é determinante (ou diktador) o "patrão" que comprou o pacote, e que vendeu "produtos", e que emprestou para ser pago por quem vendeu, e que decidiu os juros, e, e, e
- isto é, o capital financeiro
- ...
Alto aqui e pár'ó baile, digo eu!
2 comentários:
Eu acho que o baile não para já e que o massacre em relação ao pobre Povo continuará mais intenso.
Um beijo.
E eu acho que é mais uma «quadrilha»
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