Trinta anos
de aumento das desigualdades
Desde os anos 80 que o fosso entre pobres e ricos não pára de aumentar, segundo revela um relatório da insuspeita Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (06.12), concluindo que as desigualdades sociais alcançaram o seu nível máximo nos últimos 30 anos.
Os rendimentos dos 10 por cento mais ricos são actualmente nove vezes superiores aos rendimentos dos 10 por cento mais pobres, sendo que as diferenças se acentuaram inclusivamente em países tradicionalmente mais «igualitários», caso da Alemanha, Dinamarca ou Suécia, onde a relação entre ricos e pobres passou de 5:1 em 1980 para 6:1. Na Itália, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido, esta relação é de 9:1, enquanto em Israel, Turquia e EUA alcança 10:1. No Chile e México o rácio da desigualdade é de 25 para 1, o maior entre os países da OCDE.
«O contrato social está a desfazer-se em muitos países», comentou o secretário-geral da organização, Ángel Gurría, durante a apresentação do relatório em Paris, reconhecendo que o estudo contradiz a ideia difundida de que os benefícios do crescimento económico se repercutem automaticamente nos mais desfavorecidos. «Sem uma estratégia de desenvolvimento inclusivo, provavelmente, a desigualdade continuará a aumentar», concluiu Gurría.
(em avante!, de hoje)
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