O manancial de informação que o relatório anual do PNUD faculta parece inesgotável.
Ao longo destas duas décadas de construção do indicador de desenvolvimento humano, e do seu aperfeiçoamento e extensão a outras áreas, muito se pode especular (num sentido positivo).
Aqui, neste blog, algo se tem feito para a sua divulgação. Com a grande dificuldade de escolher passos e caminhos que não sejam desinteressantes ("secas") para quem não está "dentro das matérias" ou estas não são da sua área.
Mas há tanto a comunicar! Aproveitando dados estatísticos para melhor conhecer a realidade, sem nunca deixar que esses dados substituam o conhecimento directo, vivido, da realidade.
Como muito se tem falado, nos últimos meses, de alguns países, pareceu oportuno vê-los através deste relatório. Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) foram, há 20 anos, os "países da coesão", numa estratégia de atenuação dos desequilíbrios que o objectivo do mercado único (M.U.) iria provocar na "comunidades europeias". Mas o caminho do M.U. fez-se, a coesão económica e monetária esqueceu-se, avançou-se desembestadamente pela moeda única (euro e BCE), os desequilíbrios agravaram-se. Os países da coesão passaram a periféricos da zona euro, a PIGS, e junta-se-lhes o I de Itália, cuja parte sul é, desde o início do processo de integração, periférica: PIIGS.
De acordo com o indicador económico-monetário usado pelo PNUD, e componente do IDH, esses países estão entre os de muito elevado desenvolvimento humano, e estão-no a partir da componente económico-monetário, em que ocupam entre o 26º e o 42º lugares, sub-agrupamento que é alargado pelas diferenças na componente não monetarizada, em que o leque passa de 4º a 46º, fazendo com que o IDH, embora mantendo a mesma ordem, vá de 7º a 41º, sempre com a Irlanda no lugar mais cimeiro e Portugal no mais traseiro.
Resolveu-se confrontar este sub-grupo com dois países que têm situações absolutamente antagónicas relativamente às duas componentes:
- Qatar, que é o 1º na componente monetarizada e o 88º na componente saúde-educação, de que resulta o 37º (muito elevado desenvolvimento humano) no IDH composto
- Cuba, que é o 103º na componente monetarizada e o 25º na componente saúde-educação (acima da Grécia e de Portugal, entre os países de muito elevado desenvolvimento humano), de que resulta, no IDH composto, o 51º lugar.
Como se ilustra abaixo:
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