domingo, agosto 03, 2014

dias de agora - ou o dia de hoje nos dias de agora

03.08.2014

Hoje é o dia.




O Governo e o Banco de Portugal vão anunciar esta noite a solução para a recapitalização do Banco Espírito Santo (BES), que deverá passar por uma injecção superior a três mil milhões de euros por parte do Fundo de Resolução.

do sapo
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Hoje, apesar de ser domingo, será o dia (de agora) em que o Governo e BdeP nos irão dizer qual será a forma – com que excipientes – que se utilizará para que o povo português… engula mais este sapo. 

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Hoje, o governo deste “Estado garantidor” irá anunciar-nos, em parelha com a entidade reguladora e supervisora  (“a independência dentro do governo”), como virá evitar a falência de um banco, tendo como maior (quiçá única) preocupação acautelar males maiores… para os depositantes, obviamente (dirão eles).    

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Num dos primeiros comentários a jeito de desabafos com que acompanhei o desenvolvimento-explosão do caso Ricardo Salgado-BES, pedia (é como quem diz…) que não me falassem mais em nomes, de pessoas ou de instituições, mas no que elas representavam como peças de um sistema.

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Claro que o “pedido” não foi sequer ouvido e, se ouvido, nunca seria atendido.

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No entanto, teimoso que sou, se comecei por pedir (é como quem diz…) para falarem menos de Ricardo Salgado & família e mais da banca no que chamei CFT (capitalismo financeiro transnacional), agora peço que menos se avalie (ou julgue) Carlos Costa e mais se denuncie o que é, e para que serve, a regulação e supervisão enquanto parte do Estado garantidor em que vivemos.

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A expressão é muito usada, e com toda a pertinência, por Avelãs Nunes, por exemplo em A Crise do Capitalismo: capitalismo, neoliberalismo, globalização (Página a página, Março de 2012), que fui folhear, com a utilidade (e o prazer...) de sempre.


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Por isso, neste dia, e para os dias de agora (e para o anónimo), apenas faço três ou quatro citações que dizem muito mais e melhor do que eu poderia escrever neste dia de hoje, enquanto espero, sem pinga de ansiedade, a transmissão da decisão anunciada.

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“A regulação é uma falácia”.

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“… é de admitir que estejamos aqui perante uma intervenção do estado garantidor (cuja função é garantir a “boa vida” das grandes empresas, anulando os riscos do negócio… porque elas não podem falir…). O estado capitalista, como estado de classe, é isto mesmo (…) abriu caminho a todas as práticas irresponsáveis e criminosas dos ‘especuladores’ estão agora a ganhar dinheiros conseguindo fazer prevalecer a ideia de que a única saída para a crise reside na intervenção do estado para obrigar os trabalhadores a pagar a crise…”

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Só mais uma (para voltar à leitura domingueira…):
“… é necessário assumir que este é tempo de resistência, a começar pela resistência no terreno da luta ideológica.”

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