sábado, agosto 02, 2014

IDH-2014 - enquanto não chega o relatório do PNUD

(...)

É indispensável (re)afirmar o que nunca está suficientemente afirmado.

&-----&-----&

A realidade é uma, mas não é una nem simples de a representar por palavras, por números – também o não é pela fotografia, pelo filme....

&-----&-----&

O que é muito mais evidente quando se comprova que os números são “dados” (mas não oferecidos generosamente...) com base em conceitos nada neutrais – ou muito comprometidos ideologicamente – e resultado de recolhas e critérios também questionáveis. 

&-----&-----&

O que vai sendo tornado, por um lado, cada vez mais possível, exigente e sofisticado, e, por outro lado, cada vez mais comprometido, manipulável e manipuladamente utililizado massiçamente (de/para “informar”,,, as massas). 

&-----&-----&

Calcular a “riqueza das nações” em números é uma forma de apresentar e representar a realidade que tem a maior dificuldade e delicadeza.

&-----&-----&

E ausência de certeza, ou de números certos.

&-----&-----&

É muito útil a previsão de que o PIB português em 2013 tenha sido de 165,666 mil milhões de euros e, a partir daí, calcular-se o valor per capita e muitas outras coisas, mas nada disso será mais do que aproximações à realidade e nunca a inquestionável tradução estatística da realidade económica e social

&-----&-----&

Tem, sempre, de se sublinhar que, para além dos métodos de cálculo e estimativa serem opções discutíveis, a sua valorização em euros (ou em qualquer outra moeda) envolvem uma falibilidade inevitável ligada ao factor monetário, que é volúvel e tanto mais quanto a especulação campeia e se alastra. 

&-----&-----&

Por isso mesmo, para a comparabilidade das situações regionais (grandes áreas, continentes) e nacionais, foi positivo ter havido, da parte das Nações Unidas, a decisão de adoptar indicadores não monetários – como esperança de vida ao nascer, número de camas hospitalares, taxas de alfabetização e literacia – para acompanharem os indicadores monetários e se poder ficar mais próximo da representação estatística da tão complexa realidade humana, do desenvolvimento humano.

&-----&-----&

Confrontar a percepção desse desenvolvimento humano, num período tão largo quanto possível de tempo, com o IDH passou a ser (ou a dever ser) um instrumento para quem não considere suficiente… a ilusão monetária.

&-----&-----&

Sempre mais ilusória e prepotente.

&-----&-----&

Duas ou três observações, a partir dos anexos estatísticos do IDH-PNUD, enquanto não tenho acesso ao relatório.

&-----&-----&

A Noruega (esse país europeu cujo povo por duas vezes - em 1972 e em 1992) recusou a entrada nas CE continua a ser o 1º país do ranking do desenvolvimento humano, onde está desde 2005, enquanto os Estados Unidos, que foram o 1º até o começo dos anos 90, foram 2º em 95, 3º em 2000, o 4º em 205 e são, nestes anexos de 2014 (referidos a 2013), o 5º.

&-----&-----&

Nos chamados países de desenvolvimento humano muito alto, é notória a tendência para a diminuição de presença  dos países da U.E. entre os primeiros, com excepção da Alemanha e da Holanda que, com a Dinamarca, são os que se mantém entre os 10 primeiros.

&-----&-----&

A crescente importância mundial relativa, no plano económico-social, dos chamados BRICS, reflecte.se neste indicador, com a subidas sobretudo do Brasil, China, e África do Sul.

&-----&-----&

É impressionante a queda de IDH da Líbia e da Síria, países onde o imperialismo interveio para… defender os direitos humanos dos seus povos.

&-----&-----&

Anote-se, ainda, e como sempre, o avanço de Cuba que, contra bloqueios e marés, passou para o grupo dos países de desenvolvimento humano muito alto, apenas a 2 lugares de Portugal, que manteve o 41º lugar estando entre os que não subiram no valor do indicador.

&-----&-----&

Tudo isto se procurará aprofundar quando possível.











a partir do relatório de 2013

3 comentários:

Justine disse...

Muito interessante, e esclarecedor!

Graciete Rietsch disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Graciete Rietsch disse...

Cada pequeno texto é uma lição e é gratificante ver, a subir, os índices relativos à América Latina e,em especial, a Cuba.

Um beijo.