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É indispensável (re)afirmar o que nunca está suficientemente
afirmado.
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A realidade é uma, mas não é una nem simples de a representar por palavras, por números – também o não é pela fotografia, pelo filme....
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O que é muito mais evidente quando se comprova que os números são “dados” (mas
não oferecidos generosamente...) com base em conceitos nada neutrais – ou muito
comprometidos ideologicamente – e resultado de recolhas e critérios também
questionáveis.
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O que vai sendo tornado, por um lado, cada vez mais possível, exigente e
sofisticado, e, por outro lado, cada vez mais comprometido, manipulável e
manipuladamente utililizado massiçamente (de/para “informar”,,, as massas).
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Calcular a “riqueza das nações” em números é uma forma de
apresentar e representar a realidade que tem a maior dificuldade e delicadeza.
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E ausência de certeza, ou de números certos.
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É muito útil a previsão de que o PIB português em 2013 tenha sido
de 165,666 mil milhões de euros e, a partir daí,
calcular-se o valor per capita e muitas outras coisas, mas nada disso
será mais do que aproximações à realidade e nunca a inquestionável tradução
estatística da realidade económica e social
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Tem, sempre, de se sublinhar que, para além dos métodos de
cálculo e estimativa serem opções discutíveis, a sua valorização em euros (ou em qualquer outra moeda) envolvem uma falibilidade inevitável ligada ao factor
monetário, que é volúvel e tanto mais quanto a especulação campeia e se
alastra.
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Por isso mesmo, para a comparabilidade das situações regionais
(grandes áreas, continentes) e nacionais, foi positivo ter havido, da parte das
Nações Unidas, a decisão de adoptar indicadores não monetários – como esperança
de vida ao nascer, número de camas hospitalares, taxas de alfabetização e
literacia – para acompanharem os indicadores monetários e se poder ficar mais
próximo da representação estatística da tão complexa realidade humana, do desenvolvimento
humano.
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Confrontar a percepção desse desenvolvimento humano, num período
tão largo quanto possível de tempo, com o IDH passou a ser (ou a dever ser) um
instrumento para quem não considere suficiente… a ilusão monetária.
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Sempre mais ilusória e prepotente.
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Duas ou três observações, a partir dos anexos estatísticos do
IDH-PNUD, enquanto não tenho acesso ao relatório.
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A Noruega (esse país europeu cujo povo por duas vezes - em 1972 e em 1992) recusou a entrada nas CE continua a ser o 1º país do ranking do desenvolvimento humano, onde está
desde 2005, enquanto os Estados Unidos, que foram o 1º até o começo dos
anos 90, foram 2º em 95, 3º em 2000, o 4º em 205 e são, nestes anexos de 2014
(referidos a 2013), o 5º.
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Nos chamados países de desenvolvimento humano muito alto, é
notória a tendência para a diminuição de presença dos países
da U.E. entre os primeiros, com excepção da Alemanha e da Holanda que, com a Dinamarca, são os que
se mantém entre os 10 primeiros.
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A crescente importância mundial relativa, no plano
económico-social, dos chamados BRICS, reflecte.se neste indicador, com a
subidas sobretudo do Brasil, China, e África do Sul.
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É impressionante a queda de IDH da Líbia e da Síria, países onde o imperialismo
interveio para… defender os direitos humanos dos seus povos.
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Anote-se, ainda, e como sempre, o avanço de Cuba que, contra bloqueios
e marés, passou para o grupo dos países de desenvolvimento humano muito alto,
apenas a 2 lugares de Portugal, que manteve o 41º lugar estando entre os que não
subiram no valor do indicador.
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a partir do relatório de 2013
3 comentários:
Muito interessante, e esclarecedor!
Cada pequeno texto é uma lição e é gratificante ver, a subir, os índices relativos à América Latina e,em especial, a Cuba.
Um beijo.
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