quinta-feira, agosto 28, 2014

UCRÂNIA -a ilegalização do PCU

Depois de um interregno, por factos e tarefas de que eventualmente aqui darei conta, tenho a intenção de voltar a este cantinho com alguma regularidade, mas hoje foi a Ucrânia que me trouxe (como poderia ter sido Gaza, ou a Síria, ou a Constituição Portuguesa e este governo).
Toda a informação sobre a Ucrânia está perfeitamente inquinada, pelo que diz, deturpadamente, pelo que não diz, calando coisas fundamentais para a compreensão do que se passa nestes últimos tempos nesse país, e  da actuação terrorista (inclusive no plano institucional) apadrinhada pelos Estados Unidos e pela União Europeia
Deixarei 4 informações, talvez úteis, com particular oportunidade para o processo (por agora administrativo) para ilegalizar o Partido Comunista da Ucrânia (o avante!  da semana passada tem 4 páginas esclarecedoras sobre o momento do processo, em que estiveram presentes dois juristas portugueses)
1.      Já em Maio, os deputados do paralamento ucraniano expulsaram os deputados comunistas nuna sessão a porta fechada com participação de chefes de Segurança e da Defesa:
O deputado e já então candidato a Presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko, condenou a expulsião:
“O regulamento estipula que se pode expulsar um deputado com 150 votos a favor. Hoje abriu-se um precedente quando se aplicou ese procedimento a todo um grupo parlamentar. Não aprovo”, disse Poroshenko acrescentando que todo o conflicto na Rada Suprema se deve resolver por via de negociações.

2.     O “grupo parlamentar” assim expulso não é um pequeno grupo de deputados.
Nas últimas eleições realizadas, o Partido Comunista da Ucrânia teve os seguintes resultado:

%

929.591
3,66
21deputados
Eleições parlamentares de 2007
1'257.291
5,39
27deputados
Eleições parlamentares de 2012
2'687.246
13,18
32deputados


3.     Já antes, em Março, em entrevista ao blog de Mondo Obrero:
ENTREVISTA SECRETARIO GENERAL PARTIDO COMUNISTA DE UCRANIA
Petro Symonenko:
“El Partido Comunista se puede prohibir,
las ideas comunistas no”



Em 1999, Symonenko fora candidato à Presidência da República
 E, na 2ª volta, obteve mais de 10 milhões de votos:


1ª volta
5.849.077
22,24
2ª volta
10.665.420
37,80

6 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Com este esclarecimento muita coisa se começa a compreender. Mas, como diz o secretário geral do PC da Ucrânia, as ideias comunistas não se podem proibir!!!!!!
Entretanto o nazismo vai jogando os seus trunfos.
Um beijo.

Olinda disse...

Ê deveras preocupante o que se estâ a passar na Ucrania.Ê certo que a histôria nao se repete,pelo menos da mesma maneira,mas tal como no surgimento da segunda guerra mundial,o eurofascismo aliado aos EEUU,dao-nos indîcio que podemos estar perante uma situacao muito dramâtica.

Um beijo

GR disse...

Muito preocupante. Sabendo eles o que é o nazismo, repetem o ERRO que poderá custar muito caro a toda a Europa.
A semana passada o Avante! trazia uma entrevista com dois juristas que estiveram na Ucrânia. Vamos tentar fazer um Debate com os dois ou pelo menos um destes elementos, para ouvirmos na primeira pessoa, a grave situação do PCU. Hoje são os camaradas da Ucrânia e amanhã?

Gd BJ,
GR

GR disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Pena é que,muito poucos,sejam aqueles que procuram uma informação
honesta e desinteressada.

Antuã disse...

Esta é a política daqueles que fizeram tantas guerras humanitárias no Continente norte-americano que acabaram com os Índios.