Jerónimo de Sousa fala entre outras coisas da Reorganização do Partido no início da década de 40. Júlio Fogaça foi um dos incentivadores do processo ... tinha uma ideia diferente para a transição democrática (menos revolucionária que Cunhal). Mas isso é motivo para o mesmo ser proscrito da história do Partido? Fogaça foi obrigado a várias autocríticas, perdeu no debate interno mas do que se sabe não pode ser acusado de traidor; quando muito pode ser acusado de pouco cuidado na sua conduta pessoal e de colocar em risco não só o próprio como camaradas seus ... Sempre quero ver se o Partido nos inúmeros eventos que irão comemorar os 100 anos de existência fará a justa homenagem de falar do homem. Um abraço e, creia-me Sérgio, esta é uma "provocação" benigna e não eivada de outras intenções.
Meu Caro Baranda, Júlio Fogaça foi um militante do PC com enormes responsabilidades, que fez o melhor que conseguiu na luta clandestina. Segundo o colectivo, a linha que defendia não era a que melhor servia o povo e Portugal e foi corrigida. Decisão que nunca vi contrariada por ele, e mesmo quando foi vencido em alguma decisão, cumpriu-a como membro do colectivo. Por motivos pessoais, que puseram em grave risco toda a segurança indispensável numa clandestinidade a confrontar uma violentíssima repressão, foi preso e por nunca ter querido dar explicações foi expulso (o seu julgamento, não político mas como homossexual define um tempo). Nunca disse ou tomou posições contra o Partido, teve sempre comportamento exemplar na prisão (18 anos), e depois do 25 de Abril participou muito activamente na construção democrática, como presidente de Câmara e ao lado do Partido, e colaborou em muitos actos solidários (vale a pena ler o FB antifascistas sobre JF). Espero, e desejo contribuir para que o centenário se não prenda com histórias pessoais. Haveria tantas e de tanto tipo!
4 comentários:
Viva o Partido Comunista Português!
Excelente intervenção,na verdade.Evocar o passado e projectá-lo no presente.Bjo
Jerónimo de Sousa fala entre outras coisas da Reorganização do Partido no início da década de 40. Júlio Fogaça foi um dos incentivadores do processo ... tinha uma ideia diferente para a transição democrática (menos revolucionária que Cunhal). Mas isso é motivo para o mesmo ser proscrito da história do Partido? Fogaça foi obrigado a várias autocríticas, perdeu no debate interno mas do que se sabe não pode ser acusado de traidor; quando muito pode ser acusado de pouco cuidado na sua conduta pessoal e de colocar em risco não só o próprio como camaradas seus ... Sempre quero ver se o Partido nos inúmeros eventos que irão comemorar os 100 anos de existência fará a justa homenagem de falar do homem. Um abraço e, creia-me Sérgio, esta é uma "provocação" benigna e não eivada de outras intenções.
Meu Caro Baranda, Júlio Fogaça foi um militante do PC com enormes responsabilidades, que fez o melhor que conseguiu na luta clandestina. Segundo o colectivo, a linha que defendia não era a que melhor servia o povo e Portugal e foi corrigida. Decisão que nunca vi contrariada por ele, e mesmo quando foi vencido em alguma decisão, cumpriu-a como membro do colectivo.
Por motivos pessoais, que puseram em grave risco toda a segurança indispensável numa clandestinidade a confrontar uma violentíssima repressão, foi preso e por nunca ter querido dar explicações foi expulso (o seu julgamento, não político mas como homossexual define um tempo). Nunca disse ou tomou posições contra o Partido, teve sempre comportamento exemplar na prisão (18 anos), e depois do 25 de Abril participou muito activamente na construção democrática, como presidente de Câmara e ao lado do Partido, e colaborou em muitos actos solidários (vale a pena ler o FB antifascistas sobre JF). Espero, e desejo contribuir para que o centenário se não prenda com histórias pessoais. Haveria tantas e de tanto tipo!
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