A hipocrisia desideologizante
A minha maneira de ser e de estar empurram os dedos para começar o escrito por teclarem, em itálico!, vamos lá a ver se nos entendemos. Mas as muitas décadas de experiência respondem não percas tempo! Não há entendimento possível com quem sofre de cegueira ideológica, nata ou adquirida, que hipocritamente mascara de bom senso desideologizado. Sim, porque ideologia, e cega, têm os outros! Esses… Nós.
O modo como a CGTP, em
representação dos trabalhadores que nela se querem ver representados, agiu no Dia
dos Trabalhadores (que capciosamente dizem do trabalho), foi ideológica. Ah!,
pois foi. E foi, dentro da central sindical, a corrente democraticamente
maioritária que decidiu que fosse assim, assumindo riscos e respeitando os
outros. Todos.
Sabia-se, de antemão, que se
corresse mal seria um enorme sarilho e que, se corresse bem – e correu
excelentemente, ao que não se pode deixar de reconhecer… ou de esconder! – iria
ser o pandemónio de acusações ideológicas. Como está a ser.
Chega encolher os ombros, e
continuar com a força e a disciplina democrática que se tem e demonstrou? Não.
Será também de, sem entrar em polémicas provocadas e provocatórias, não deixar
que nos tomem por tolinhos, ideologizados… e cegos.
Antes de mais, ridicularizar…
o que é ridículo. Como a expressão correia
de transmissão do PCP. Se o PCP se quer, estatutária e programaticamente, o partido da classe operária e de todos os trabalhadores
não tem de apoiar as organizações com
objectivos de defesa e e salvaguarda dos interesses económicos, culturais, de
lazer, dos trabalhadores, e que não se submetem a valores e ditames que não são
os da sua ideologia – do trabalho, das relações sociais, de classe?
Onde está a cegueira
ideológica? Onde se diz que “Há setores da nossa
sociedade que procuram no surto epidémico a justificação para o regresso ao passado, para a reintrodução do
totalitarismo, de mordaças e do unanimismo como única forma de
pensar e estar", ou onde se diz que
afirmá-lo é cegueira ideológica?
É certo que a História não se repete, mas
ensina. E ensina ao que leva a cegueira ideológica, a que não quer ver que há sectores da nossa sociedade à procura
de pretextos e oportunidades para regressos
indesejáveis. De que, aliás, só cegueiras ideológicas impedem de ver os
evidentes sinais, que se lamentam piedosamente… e se espera que sejam punidos.
Espera (sentada?) que as primeiras, maiores quando não únicas vítimas deverão,
em nome da “paz social”…, inibir-se
de denunciar, pôr de quarentena na sua luta quotidiana. E quotidianas são as
agressões… e os abusos.
E assim, na senda da hipócrita ideologia desideologizante,
abrem-se todos os armários de velharia, de toda a fancaria falsificadora da
História: a unicidade sindical, o PREC,
e por aí fora, são espantalhos andrajosos, empalhados, a fazerem de… de quê?...
de veículos para o que alguém se atreveu a dizer – logo com o anátema de prática
ideologica (brrr!) – que estarão entre o que serve
para “… a profusão a partir de agigantamento do medo, para lá do
racional, da criação de um clima geral de intimidação social dirigido para e suportado na exacerbação do individual”. Exacerbação do
individual? Isso existe lá agora!... e, a – eventualmente… – existirem alguns
abusos nesse sentido, nunca seria de meter a ideologia nisso.
Pois é o que
tem de ser feito. Para que se tome consciência de quais são os valores, os
princípios, a coerência, e quem os pratica. E é urgente!
1 comentário:
É isso: A cegueira ideológica dos que se esforçam para nos desideologizar.Uma "guerra"que não é nova.Bjo
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