sábado, julho 25, 2020

Comenta dor político... a culpa é deles.

O meu anterior post tinha a intenção, que eu queria bem clara, de pegar numa frase de António Costa para afirmar que:

"... Pois, e por mim falo, embora com a convicção de que não o faço para um qualquer deserto povoado de orelhas moucas, esta é uma semana em que muito há a dizer de uma União Europeia, associação de 27 Estados-membros, com 63 anos de existência..." 

E procurei dizer alguma coisa do muito que (e há muito que) penso do processo de integração económica (e não só) de países europeus. E, depois de ler, resolvi postar no facebook para ver se conseguia chegar a mais interlocutores que pouco vêm aos blogs e se perdem (é a minha opinião) pelo FB.
Com alguma surpresa, verifiquei mais tarde que a partilha fora colocada no FB de forma que não revelava nem o título nem uma foto que acompanhava o texto. Por isso, naquele convite (!) que nos é feito para dizer em que estamos a pensar, chamei a atenção para o título do que partilhara e publiquei a foto.Assim teria causado alguma confusão. Paciência. Só agora reparo, quando me preparava para um comentário sobre este momento particularmente agitado da política portuguesa. Em que há tantos comentadores... e serei mais um.

A posição de hoje de António Costa terá sido, como tanto se comenta, de convite-desafio-pedido de casamento à sua esquerda e forte oposição à sua direita. Terá sido o que ressalta. Mas é preciso ter presente o ontem para perceber o hoje. Pouco salientado foi (ou eu não vi) o facto de, ontem, 28 deputados da bancada socialista terem votado ao contrário da direcção parlamentar e da direcção do Partido Socialista. Leio, na posição - tal como resumida - também uma forma de dizer, para dentro do partido: eu quero, mas eles não se mostram muito dispostos, se me chego para a direita é porque à esquerda não encontro apoio... a culpa é deles!

Não sendo possível negar-se que há uma relação (e forte) entre o PS e o PSD, com um padrinho em Belém a mostrar-se claramente  feliz com essa relação no habilidoso discurso do "mais largo possível", há que a tão cara (na mira do voto) "opinião pública" - particularmente a do interior ou das entranhas da social-democracia - a veja como a única possível porque os outros, os "da esquerda" (importaria saber o que quer isto dizer, como se decompõe) não querem - vêem? -, é deles a culpa! 

Este é tão-só um comentário de passagem, depois do vivido nos dias de hoje e ontem, sempre procurando perceber as cousas e, desta feita, não resistindo ao rápido comentário, por conta e risco (e dor) de quem o faz.

Isto da "política" ser coisa de "opinião pública(da)", de sondagens, da espuma dos dias, esquecida (ou não querendo lembrada) a situação das gentes, hoje e amanhã (ao chegarem as contas, as dívidas, as consequências de privatizações, negócios e negociatas, corrupções e que mais) fia cada vez mais fino. Já lá vão os tempos das papas e bolos, agora são os milhares de milhões (de quê?) que virão aí. Lá para o ano que vem...

 





3 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Sou uma desses poucos, ou muitos, que o lêem por aqui. Raramente comento porque raramente julgo ter qualquer coisa de útil a acrescentar e, assim sendo, prefiro não perder uma boa oportunidade de estar calada.

Abraço

Maria disse...

Sem ser por estas palavras, em meia dúzia de linhas, foi esta ideia que transmiti ontem no fb. Houve quem não gostasse, mas é a pura das verdades!

Abraço

Olinda disse...

Os "flashs" do FB,é para quem não gosta de ler.Bjo