terça-feira, novembro 16, 2021

DIA NACIONAL DO MAR

 Hoje é o dia nacional do mar.

Ouvir-se-ão hosanas ao MAR (oh! mar salgado/quanto do teu sal/são lágrimas de Portugal...), particularmente oportunas neste momento em que a informação nos inunda de preocupações ambiento/ecológicas.

Não resisto a duas observações

1. toda a informação que nos invade, submerge, afoga, passa ao largo, ou diminui a que poderia ir às razões das justas preocupações com o futuro do Planeta Terra, ataca-se tudo, e o mesmo é dizer que nada se ataca se se esquece que as desigualdades que tornam as vítimas da situação que se vive em travões a propostas de remendos, são provocadas por um sistema social baseado nessas desigualdades e no aproveitamento ferozmente egoísta e criminosamente predador do ambiente. "O capitalismo não é verde".

2. Com risco de parecer pretensioso auto-citador, não resisto a trazer para aqui (a esta "folhinha de couve") a lembrança da minha última intervenção no Parlamento Europeu. 

Em 2004, beneficiando de alguma experiência naquela tarefa, "ganhei" um relatório sobre a protecção dos recifes de coral. Com ajudas preciosas - de especialistas, como Cadima e Valdez , e da Universidade dos Açores-Faial -, elaborei um relatório em que se comprovava a necessidade de defender esses recifes como viveiros de peixes, e indispensáveis para uma equilibrada pesca costeira contra a verdadeiramente devastadora pesca de arrasto, em que grandes embarcações destroem viveiros. 

Na discussão do meu relatório tive forte oposição de deputados de países e interesses que defendiam a pesca industrial de arrasto, mas o relatório foi aprovado em Janeiro de 2005. Teve, para mim, tanta importância que considerei cumprida a condição com que aceitara renovar a tarefa, a condição de sentir cumprido o mandato para que fora eleito, Nesses idos tempos, onde me foi possível (e tive, pela única vez, acesso ao Expresso) muitas vezes referi o interesse de Portugal nessa questão, sublinhando o facto de Portugal  ser, senão o maior um dos maiores países da dita União Europeia, desde que se contasse, como deveria, a parte submersa do território.

Ao referir este episódio, passados 16 anos, apenas pretendo dar um testemunho-contributo para o dia nacional do mar.     

2 comentários:

Olinda disse...

E foi um óptimo contributo para este dia especial.O reconhecimento do nosso trabalho é sempre gratificante e não tem nada a ver com o ego,mas pela satisfação de contribuir para a construção de melhorar a vida da humanidade e do planeta.(que estão intrinsecamente ligados).Bjo

Maria disse...

E foi um contributo importante.
Abraço.