de ACR (As Conquistas da Revolução) - No centenário de Vasco Gonçalves
A Ignorância dos perigos que desconhecemos
e que corremos
Marques Pinto
Vogal da Direcção
Penso que muitos de nós vivendo neste pequeno cantinho da Europa, vamos ignorando muitos dos riscos que a nossa espécie corre, de um modo muito mais perigoso do que a grande maioria pensa.
Claro que de um modo geral e porque se têm acumulado nos últimos anos um enorme
arsenal atómico na Europa Ocidental - fruto sobretudo das tensões criadas pelos
que habitam na outra margem do Oceano Atlantico - que segundo os especialistas
em conflitos atómicos bastaria a deflagração de 3 a 5% desse armamento para que
grande parte do território mais populoso da Europa Central ficasse um deserto
de seres vivos.
Contudo o que me levou a colocar esta chamada de atenção foi um facto muito
pouco divulgado ou mesmo quase escondido pelos grandes meios de comunicação e
que aconteceu há poucos dias no Mar da China.
O submarino nuclear USS “Connecticut” SSN ( da classe Seawolf ) bateu em
imersão num objecto ou relevo desconhecido e terá vindo á superfície perto das
Ilhas Paracel - 150 milhas duma base de submarinos Chinesa na provincia de
Hainan.
Claro que alem do risco de poluição atómica, com todas as possíveis
consequências para a fauna marinha e o próprio ambiente foram denunciadas não
só pela China como pelas Filipinas.
Nada se sabe ou pelo menos nada tem transparecido nos meios de comunicação e o
que levanta mais suspeitas sobre a gravidade do incidente é que a própria
Marinha Americana proibiu a divulgação e toda a guarnição durante uma semana
ficou totalmente incomunicável.
Apesar da ocorrência em aguas territoriais de outro país a Marinha Americana não
autorizou qualquer investigação ou inspecção.
Evidentemente que só através dos Governos das Filipinas e da China se conseguiu
detectar e publicitar tal incidente pois até agora a “ignorância” dos grandes
meios de comunicação se tem mantido fiel ao encobrimento de tal incidente.
Penso que este incidente independentemente da causa e dos efeitos mais ou menos
graves que tenha provocado ou venha ainda a provocar, demonstra e deve-nos
fazer pensar seriamente no que poderia acontecer com uma ocorrência semelhante
aquando duma das eventuais “visitas amigas” de tal tipo de navios nucleares aos
nossos portos ou mesmo em secretas patrulhas submarinas tão frequentes junto ás
nossas costas dado que são rotas de inúmera navegação civil e sobretudo militar
de tantos países.
(*) O artigo completo, em inglês, encontra-se neste link
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