um blog pessoal. com o que vier à "rede".
do Zambujal e arredores, isto é, sobre nós e os outros, sobre Ourém e o resto do Mundo.
terça-feira, junho 08, 2010
Delírios e dislates dilatados - 14
20. -«... nós, quando exportamos um trabalhador...»
Ouvi bem? Ouvi!!!!!
O chorrilho que antecedeu e que se lhe seguiu, confirmou aquele "discurso". Os trabalhadores são uma coisa que se exporta...
7 comentários:
miguel
disse...
Desconheço o autor e o contexto dessa afirmação, mas aproveito a oportunidade para levantar uma questão: a força de trabalho é uma mercadoria (ainda que 'especial')?
Em caso afirmativo, então é 'exportável' de modo não controlado (e, obviamente, controladamente 'importável' - rédea solta à venda e proteccionismo à entrada), (re)produz-se e troca-se nos mercados das forças de trabalho.
Mas, dentro do mesmo ponto de vista marxista, há quem sugira que a força de trabalho não é uma mercadoria: "Ao contrário da opinião maioritária, consideramos que a força de trabalho do assalariado não é uma mercadoria, pois ela não é o produto de um trabalho indirectamente social", Jacques Gouverneur, «Compreender a Economia», Edições «Avante!», 2010, p.301. Neste caso, em que "não é o salário que depende do valor da força de trabalho: é este que depende do salário" (idem, ibidem, p.302), deixa de fazer sentido falar-se em compra e venda, exportação (emigração) e importação (imigração) de força de trabalho.
Nas relações sociais de produção que definem o modo de produção capitalista - não fixas, não estáticas -, a perspectiva da classe dominante pretende tratar a força de trabalho como uma mercadoria, os detentores da força de trabalho, que a materializam trabalhando, e recebem um salário (que passa a ser seu) pela sua utilização, não a podem considerar assim... Quanto a Gouvernour... estou a lê-lo... e toda esta reflexão dá "pano para mangas". Agora, exportar trabalhadores é, manifestamente demais!
São "coisas". Ainda por cima "coisas" que incomodam, gritam, choram,fazem barulho, tornam-se doentes, feios, famintos, porcos e maus... "estragam" a paisagem! Não taaah a veeeer???
7 comentários:
Desconheço o autor e o contexto dessa afirmação, mas aproveito a oportunidade para levantar uma questão: a força de trabalho é uma mercadoria (ainda que 'especial')?
Em caso afirmativo, então é 'exportável' de modo não controlado (e, obviamente, controladamente 'importável' - rédea solta à venda e proteccionismo à entrada), (re)produz-se e troca-se nos mercados das forças de trabalho.
Mas, dentro do mesmo ponto de vista marxista, há quem sugira que a força de trabalho não é uma mercadoria: "Ao contrário da opinião maioritária, consideramos que a força de trabalho do assalariado não é uma mercadoria, pois ela não é o produto de um trabalho indirectamente social", Jacques Gouverneur, «Compreender a Economia», Edições «Avante!», 2010, p.301. Neste caso, em que "não é o salário que depende do valor da força de trabalho: é este que depende do salário" (idem, ibidem, p.302), deixa de fazer sentido falar-se em compra e venda, exportação (emigração) e importação (imigração) de força de trabalho.
Nas relações sociais de produção que definem o modo de produção capitalista - não fixas, não estáticas -, a perspectiva da classe dominante pretende tratar a força de trabalho como uma mercadoria, os detentores da força de trabalho, que a materializam trabalhando, e recebem um salário (que passa a ser seu) pela sua utilização, não a podem considerar assim...
Quanto a Gouvernour... estou a lê-lo... e toda esta reflexão dá "pano para mangas".
Agora, exportar trabalhadores é, manifestamente demais!
Saudações
Os trabalhadores são uma "coisa" que se exporta... e que, infelizmente, tantas vezes com isso não se importa...
Abraço.
É como os jogadores de futebol. Compram-se e vendem-se mas são seres humanos apesar de "mercadoria" bastante valirizada.
Um beijo.
Choca, tamanha DESUMANIDADE...
São "coisas". Ainda por cima "coisas" que incomodam, gritam, choram,fazem barulho, tornam-se doentes, feios, famintos, porcos e maus... "estragam" a paisagem! Não taaah a veeeer???
Como trabalhadora, sinto-me ofendida e humilhada.
Nós, os Trabalhadores não somos mercadoria.
Esta frase só pode ter sido dita nos Prós&Prós.
Bjs,
GR
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