No regresso a casa, depois da estimulante troca de impressões com um camarada, enviei-lhe um mail (mais ou menos) nestes termos:
1. Quando falo de necessidades e de luxo, citando Marx, e sublinho que as necessidades são o que o ser humano sente como tal, e que a divisão entre uma e outra categoria não obedece a um padrão ou quadro moral, isso não significa que se aceite sem objecções (e sem luta!) o impacto da publicidade, do consumismo, e a criação de necessidades artificiais.
2. De modo nenhum. Uma coisa é o que são as condições que criam as necessidades, outra é o tomá-las (ter o hábito de as sentir…) como tal. Há dois lados da questão. E nisso entra a consciência, e a consciência da necessidade.
3. Aliás, uma definição marxista de liberdade é esta ser a consciência da necessidade.
4. Numa sociedade como aquela por que lutamos, e estamos convictos que virá a ser, haverá consciência da necessidade; não seremos – seres humanos – presa de interesses que nos criam necessidades artificiais e que, por as sentirmos como necessidades nossas, passam a ser necessidades e não luxos.
5. Por isso mesmo, não se extrapolem as actuais condições objectivas e o ambiente cultural envolvente, em que o individual prevalece, para um futuro em que serão outras as condições objectivas, com a abundância generalizada por não apropriação egoísta, e outra a envolvência cultural, em que o colectivo prevalecerá sobre (e corrigirá) o individual.
6. Mas não tenhamos ilusões, nessa organização social não haverá unanimidades, nem ausência de conflitualidade, nem anulação de egoísmos, isto é, não será tudo e todos perfeito (isso seria a utopia…), prevalecerá, sim, o contrário do que hoje prevalece e domina e esmaga.
7. E se lutamos para que, numa primeira etapa (histórica, quando?) teremos a regra de a cada um segundo o seu contributo para o colectivo, na passagem para a etapa (histórica, quando?) de a cada um segundo as suas necessidades, isso pressupõe que haja a consciência da necessidade em cada um, isto é, que cada um é livre… mas o colectivo não lhe permite ser libertino…
1. Quando falo de necessidades e de luxo, citando Marx, e sublinho que as necessidades são o que o ser humano sente como tal, e que a divisão entre uma e outra categoria não obedece a um padrão ou quadro moral, isso não significa que se aceite sem objecções (e sem luta!) o impacto da publicidade, do consumismo, e a criação de necessidades artificiais.
2. De modo nenhum. Uma coisa é o que são as condições que criam as necessidades, outra é o tomá-las (ter o hábito de as sentir…) como tal. Há dois lados da questão. E nisso entra a consciência, e a consciência da necessidade.
3. Aliás, uma definição marxista de liberdade é esta ser a consciência da necessidade.
4. Numa sociedade como aquela por que lutamos, e estamos convictos que virá a ser, haverá consciência da necessidade; não seremos – seres humanos – presa de interesses que nos criam necessidades artificiais e que, por as sentirmos como necessidades nossas, passam a ser necessidades e não luxos.
5. Por isso mesmo, não se extrapolem as actuais condições objectivas e o ambiente cultural envolvente, em que o individual prevalece, para um futuro em que serão outras as condições objectivas, com a abundância generalizada por não apropriação egoísta, e outra a envolvência cultural, em que o colectivo prevalecerá sobre (e corrigirá) o individual.
6. Mas não tenhamos ilusões, nessa organização social não haverá unanimidades, nem ausência de conflitualidade, nem anulação de egoísmos, isto é, não será tudo e todos perfeito (isso seria a utopia…), prevalecerá, sim, o contrário do que hoje prevalece e domina e esmaga.
7. E se lutamos para que, numa primeira etapa (histórica, quando?) teremos a regra de a cada um segundo o seu contributo para o colectivo, na passagem para a etapa (histórica, quando?) de a cada um segundo as suas necessidades, isso pressupõe que haja a consciência da necessidade em cada um, isto é, que cada um é livre… mas o colectivo não lhe permite ser libertino…
3 comentários:
Amigo e camarada Sérgio nem calculas como me tens ajudado na discussão amigável, claro, que tenho mantido com algumas amigas, sobre o luxo e as necessidades.
Estou mais esclarecida e acho que as minhas(tuas) opiniões as tornarão menos duras na apreciação desses problemas.
Um beijo e obrigada.
Aqui neste (ponto 7), é que está o cerne da questão!
Como fazer para que os libertinos, deixem de o ser?
O companheiro Vasco, conseguiu (em parte)mas, a correlação de forças alterou-se, e os libertinos voltaram a reproduzir-se - que fazer?
Serão precisos muitos com a tua sabedoria e paciência, para alterar-mos a correlação de forças, para que a maioria possa vir a sentir a consciência da necessidade.
Abraço
Para pensar, lentamente...e depois conversar:))
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