Em política (como no resto... embora tudo seja política) há quem use e abuse do truque, da batota, ao fim e ao cabo da desconsideração do outro, seja este o interlocutor ou o assistente-alvo do debate que forma (ou devria formar) opinião.
Sócrates é um expert, o que quer dizer que consegue ultrapassar-se na esperteza em que abunda. Tudo no seu discurso e na sua postura é cálculo e falta de escrúpulo. Faz parte da escola do "em política, vale tudo" como se não fosse (não devesse ser) a política a avaliadora do que vale ou não vale nos comportamentos cidadãos.
Do debate com Jerónimo de Sousa - a que eventualmente aqui se voltará - retive um porMAIOR que identifica essa "experteza".
Para o debate, Sócrates terá levado a lição estudada de passar algumas ideias-chave para reforçar, em seu benfício (eleitoral), o preconceito anti-comunista tão bem adubado. Por agora, apenas se refere a mais de uma vez repetida ideia de que renegociar (ou reestruturar) a dívida é igual a não pagar!
Bem esteve Jerónimo de Sousa (mas sem a "força" que Sócrates encontra na falta de vergonha e no treino demagógico) ao afirmar, com serena convicção, que não!, que não renegociar agora é adiar, e por pouco tempo, a reestruturação da dívida. Como se verá se não houver força para que seja agora e para impedir que se transfira, por via do sacríficio dos trabalhadores e da população em geral, para nossa casa todo o "lixo" criado pelos mecanismos de endividamento, pelo dinheiro fictício e negócio do crédito especulativo.
Importaria que os portugueses (os que ouviram e se quiseram informar) não tivessem retido aquela frase batida, e sim que renegociar, agora, seria, em condições mais favoráveis (ou menos desfavoráveis), prazos, quantitativos e taxas de juro do que quando tiver de ser feito por a dívida, aumentada se continuar o mesmo rumo, não ser pagável.
Agora, estaríamos em condições de maior soberania, até porque perante negociadores que, do outro lado (da renegociação), em defesa do capitalismo financeiro de que são os donos e senhores, estarão ... "à rasca". Lúcida e perigosamente!
Este é só um apontamento. Ou um apontamentes.
5 comentários:
Sócrates fez campanha eleitoral do princípio ao fim ao gabar-se das pequeníssimas benesseS que atribuiu aos menos pobres esquecendo-se do que já hoje tem vindo a tirar a outros menos pobres, como abonos de fmília, p. e.
E quanto ao azeite como somos dos grandes exportadores se os olivais do Alentejo estão quase todos em mãos espanholas?
Muito mais haveria para dizer, mas já estou cansada e revoltada.
Sócrates é um mentiroso e um demagogo e Jerónimo com a calma e paciência possíveis lá o foi desmascarando.
Um beijo.
Na 4ª linha queria dizer mais pobres.É consequência do cansaço.
mais um beijo.
Reuniões impediram-me de ver. Vou ver amanhã na net.
Este texto foi uma grande ajuda.
Bjs,
GR
Repetidamente, o artista começa as suas intervenções dizendo que o interlucotor disse aquilo que não disse. Exemplos de ontem:
" o que Jerónimo de Sousa está a dizer é que não quer pagar a dívida"; "0 que JS defende é nacionalizar tudo..."
para a próxima vou contá-las!
Um abraço com telhados de vidro (vai chover até dia 5)
Difícil enfrentar quem não respeita as regras do jogo!
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