… ou (mais uma) crónica sobre o dia de ontem. Partes aqui publicáveis.
Da Galiza trouxemos muito. Dentro de nós, ou agarrado a nós. A fazer “pontes”. Como o foi, em nós gravada, esta já conhecida gravação.
E o calor de umas hospitalidade e amizade a entretecer. Obrigados.
Depois, no regresso aos espaços nossos e a tempos que nossos foram, a vivência de coisas já cronicadas. Emoções contidas e a controverter em força para a luta.
Quase como se tivesse de ser assim, fui jantar, queridamente só e num restaurante revisitado talvez com mais de uma década de intervalo, na Rua do Sol ao Rato. Por “razões” que estes tópicos desconhecem, mas outras crónicas poderão talvez vir a recuperar noutros suportes de registo de emoções.
Por cima do prato e dos talheres, uma televisão aberta com som quase inaudível, à mão de semear tópicos, a toalha de papel. E eles aqui estão, alguns…, para colher crónica blogueira.
Em muitos concelhos deste nosso País, as cantinas das escolas estão abertas, a servir refeições para que milhares de criança tenham ao menos uma refeição por dia. Um arrepio por dentro. E não de frio.
Os bombeiros vão à falência, e criarão miles desempregados se se cumprirem ordens da troika quanto ao transporte de doentes e, destes, noutras alturas se falou e falará.
O Natal. O natal dos sacos de caridade para a miséria que não se escondeu e se revela, o natal da satisfação empresarial por os perús estarem em quebra de stock tal a procura, o natal do bacalhau (do mais caro, de seca amarela), que se esgotou em lojas onde vão gentes de posses, e que deste bacalhau comem
No mesmo País, neste que as estatísticas, entre tanto que ficcionam e manipulam, mostram ser dos de maior desigualdade na distribuição dos rendimentos (nos quase 40 membros da OCDE, pior só os Estados Unidos, Israel, a Turquia, a Argentina e Chipre).
Que País é este? Em que os nossos representantes, porque por processo eleitoral nos governam, são verdadeiros ”gestores de falência”. Que, como tal actuam, evitando todos os risco para si, seus confrades e mandantes? Que País é este? É aquele em que quero viver. Para ajudar a mudá-lo! Não aceitando ser cúmplice por desistência ou demissão.
Ainda um último tópico para a crónica. Sobre a política internacional.
Quase todo o espaço preenchido com a Coreia do Norte. Pela morte do seu dirigente, pelo ensaio nuclear. Não ouvi o que foi dito, mas vi as imagens finais:, de uma reunião do Comité Central do Partido Comunista Português, onde me vislumbrei.
Não ouvi. Mas sei (e senti) que fomos violentamente agredidos. Não eu que ali estava a jantar, digerindo emoções. Todos os que tenham visto e ouvido.
4 comentários:
NATAL
Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
- Mas quando será de todos?
"SIDÓNIO MURALHA"
Um beijo grande.
Enfrentar a realidade com lucidez não é tarefa fácil.
Não desistir é o caminho para a mudança.
Há-de mudar,a bem espero,ou a mal.
Um abraço,
mário
Com esta excelente preocupada e muito lúcida análise, no final tocas num ponto que nos dias de hoje, todos pensam sair/fugir/emigrar, leio-te e sei que terei de Resistir!
BJS,
GR
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