Numa análise em linha com uma reflexão que passei a texto há alguns anos - em que defendia que uma alterantiva para o financiamento da segurança social seria através de uma nova taxa sobre os lucros das empresas - esta pretensão do Governo PSD/CDS e da troika de agravar em 63,6% a contribuição dos trabalhadores para a segurança social e reduzir 23,4% a contribuição do patronato (a TSU), ao contrário do que o governo afirma não é neutra, do ponto de vista da carga fiscal/contributiva.
Ao passar a TSU de 23,5% para 18% do salário bruto, o governo pretende reduzir esta «contribuição» em 5,5 p.p. do mesmo salário bruto. Aos trabalhadores agrava a sua contribuição em 7 p.p. do mesmo salário.
Ou seja, do ponto de vista agregado irá verificar-se uma transferência de 1,5 p.p. do valor total das remunerações dos trabalhadores para os rendimentos que resultam da apropriação do trabalho.
Isto resulta porque, do ponto de vista colectivo e em tese, o «bolo» da segurança social será rendimento dos trabalhadores. Digo em tese porque a utilização/gestão dos fundos da segurança social aproximar-se-á de facto de rendimento a transferir hoje e nos próximos anos para os trabalhadores (sem emprego, reformados, em baixa por doença, etc.) quanto mais forte for a luta dos trabalhadores e favorável a correlação de forças.
Para além do roubo individual aos trabalhadores, a todos os trabalhadores, as alterações nas contribuições para a segurança social representam um roubo ao povo português, ao trabalhador colectivo português.
Ao passar a TSU de 23,5% para 18% do salário bruto, o governo pretende reduzir esta «contribuição» em 5,5 p.p. do mesmo salário bruto. Aos trabalhadores agrava a sua contribuição em 7 p.p. do mesmo salário.
Ou seja, do ponto de vista agregado irá verificar-se uma transferência de 1,5 p.p. do valor total das remunerações dos trabalhadores para os rendimentos que resultam da apropriação do trabalho.
Isto resulta porque, do ponto de vista colectivo e em tese, o «bolo» da segurança social será rendimento dos trabalhadores. Digo em tese porque a utilização/gestão dos fundos da segurança social aproximar-se-á de facto de rendimento a transferir hoje e nos próximos anos para os trabalhadores (sem emprego, reformados, em baixa por doença, etc.) quanto mais forte for a luta dos trabalhadores e favorável a correlação de forças.
Para além do roubo individual aos trabalhadores, a todos os trabalhadores, as alterações nas contribuições para a segurança social representam um roubo ao povo português, ao trabalhador colectivo português.
Obrigado, Ricardo
1 comentário:
Um dia um camarada voltou-se para mim e disse:
«No melhor pano cai a nódoa...»
Não que represente ou seja o que de melhor existe... Bem pelo contrário! Os defeitos são muitos e os erros também.
Ou recordando as palavras do Bento Jesus Caraça:
«Não temo o erro porque estou sempre pronto a corrigi-lo»
De facto, não poucas vezes, ao reflectirmos sobre o que escrevemos ou dissemos salta-nos à vista um erro ou uma imprecisão.
Foi o que me aconteceu!
Na reflexão que partilhei convosco supus que a contribuição dos trabalhadores compensaria em parte a redução do patronato. Erro crasso!
É que a contribuição dos trabalhadores é retirada ao seu salário. A do patronato é retirada sobre o salário. Ou seja, se um trabalhador tem como salário bruto 100, em vez de levar para casa 89, passará a levar 82. Até aqui tudo bem! O problema é que o tal rendimento agregado (os 89*X dos X trabalhadores empregados mais os (11+23,5)*X dos Y trablahdores não empregados) é reduzido em 5,5p.p..
Assim, o tal rendimento agregado reduz-se de (89+11+23,5)*X para (82+18+18)*X. O que através de cálculos muito simples resulta numa redução de 5,5*X e não 1,5*X! Ou seja, o rendimento agregado dos trabalhadores reduzir-se-á aproximadamente em 5,5 p.p..
Peço desculpa por vos ter induzido no erro!
Enviar um comentário