O assessor de imagem, de cabeça quase perdida, chegou-se à frente e lamentou-se "... não pode ser... tem de se fazer alguma coisa..." e teve uma ideia. Disse-a em voz alta, em tom grave "... vamos dar uma de cultura... e a homenagem ao professor que vem do fascismo é uma grande oportunidade!" .
Houve algumas dúvidas nas hostes "... como?, isso não se fabrica assim...". Um dos presentes, clarividente, adiantou-se "... chamem o assessor da cultura que está na biblioteca...".
O dito da cultura veio, lá do seu canto, de Lusíadas na mão. "Tenho aqui um canto que talvez sirva para a ocasião...". Logo outro pôs reservas "... cantar?, e cante?... à alentejana?... ele é barítono frustrado, gosta de fazer dessas cenas, mas não me parece adequado...".
O da cultura corrigiu "Nada disso!... é ler um trecho de um canto dos Lusíadas de Camões. Ele podia dizê-lo... se o ensaiar duas vezes nem o dirá mal...".
Toda a assessora gente (ou toda a gente assessora) concordou "... se é do Camões 'tá bem!...".
E assim foi!
3 comentários:
E lá leu,tremelicando,com voz de castrati.
Um abraço,
mário
Que giros que eles são!...
Tambêm os seus donos nao lhes pedem que sejam cultos...
Enviar um comentário