terça-feira, março 26, 2013

A dívida... ou as dívidas

Nos pequenos trabalhos em que procuro aproveitar o tempo (que foge...) acompanho uma coisa chamada World Debt Clock, que traduzo livremente por dívida ao cronómetro, e que, não me merecendo particular confiança, é uma referência curiosa. Já aqui a aproveitei mais de uma vez, e acabo de a actualizar, suscitando-me algumas observações:

  • De Fevereiro de 2012 a meados de Março de 2013, pode retirar-se este quadro, com a virtude de se usar a mesma fonte no intervalo de pouco mais de um ano, dir-se-ia crucial, e em que se pode ver que todos os países escolhidos aumentaram, quer a sua dívida externa, quer a dívida pública, mantendo aproximadamente as mesmas posições relativas, em que aparece anómala, em relação ao conjunto, a percentagem do PIB que mantém a dívida externa da Irlanda, com a do Reino Unido também em níveis muito altos.

  • O que será de salientar, para além do crescimento da(s) dívida(s) em todos os países, é o facto da Irlanda ter absorvida grande parte da sua dívida externa na dívida pública, não obstando a que a dívida externa ainda assim tivesse aumentado em percentagem dos PIB, residualmente... mas aumentando! 
  • O que também parece de relevar é que, sendo a dívida externa (e a pública), calculada em percentagem dos respectivos PIB, a maneira sadia de melhorar a fracção (div./PIB) seria a de conseguir aumentar o denominador com o crescimento da economia e diminuir o numerador no que respeita aos juros da(s) dívida(s), que atingem níveis que só se podem compreender como concretização de uma estratégia de sistema, de uma luta de classes, e que, no caso português, já passam de 7 mil milhões de euros enquanto se alardeia a necessidade de cortes em despesas sociais a esse mesmo nível.
  • É evidente que estas reflexões resultam de permanente observação do que se nos oferece na informação - e do que de informação se procura - e são meros comentários de passagem, deixados com a intenção de que também possam servir a outros na busca de reforço tomadas de posição que ajudem a mudar de política.



1 comentário:

Olinda disse...

Nao percebo de economia (nem o Gaspar,nem a maioria dos comentadores tudôlogos,na TV),mas,pelo menos sei,que precisamos de crescimento econômico,para isso,ê necessâria muita luta.Estao,a sacar-nos o mâximo,pois sabem,que esta dîvida ê incobrâvel
Obrigada,camarada Anônimo,pelas licoes de economia.

Um beijo