A democracia tem duas vertentes.
A institucional/representativa e a participativa. E há avanços qualitativos em democracia quando as duas vertentes se articulam, quando encontram formas de convergir, e fraternizam. Como estará na teoria, ao contrário da prática em que uma subordina a outra, reduzindo-se, redutoramente, a participativa a escolher os "actores" da representativa, e esta - e estes - passa a ser... a política, de que os "outros", os representados, seriam os espectadores passivos nos intervalos (vazios de participação) entre os actos eleitorais.
A institucional/representativa e a participativa. E há avanços qualitativos em democracia quando as duas vertentes se articulam, quando encontram formas de convergir, e fraternizam. Como estará na teoria, ao contrário da prática em que uma subordina a outra, reduzindo-se, redutoramente, a participativa a escolher os "actores" da representativa, e esta - e estes - passa a ser... a política, de que os "outros", os representados, seriam os espectadores passivos nos intervalos (vazios de participação) entre os actos eleitorais.
Hoje, há que acompanhar o dia. Depois da moção de censura que o PCP oportunamente apresentou reflectindo o que se vem passando nas ruas, na multidão das múltiplas manifestações, apenas lhe ficou o recurso institucional a uma interpelação, cuja proposta final é a de que a Assembleia da República se junte, sem ambiguidades, ao sentimento geral, - que "personalidades" têm explicitado -, de que há que mudar de governo e de politica. E começam os ses, para que a badalada reunião de ontem do PS terá procurado a partidária resposta (qual ela foi se verá logo...).
Se os deputados do PS vierem a apoiar os termos claros da interpelação, juntando-se ao PCP e à esquerda que diz ser, perde viabilidade a táctica do PR de colocar na actual composição da AR a responsabilidade de fazer esta curva no plano institucional, a partir de arranjo (seja ele qual for) na "troika" interna, e perde viabilidade porque o que é dito passará a ser feito ainda que, ou mesmo que... temporariamente. E o governo só poderá cair. Hoje? Amanhã ou depois!
Se os deputados do PS se vierem a abster (com maior ou menor violência), esse truque de Cavaco Silva ganha viabilidade e força, e a AR fica com a "batata quente nas mãos", com a "troika" interna PS-PSD-CDS a ter de continuar a sua "obra", por mais que o PS brame a sua oposição, se diga de esquerda, acuse a esquerda de não o apoiar (como se ser de esquerda fosse apoiar um Partido que de esquerda se diz, independentemente da polítca de direita que faça e dos arranjos que faça à direita no que é essencial na democracia apenas representativa, e por isso muito pouco ou nada democrática).
(Como todos!)
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