Em 1957, perguntava Bertolt Brecht, em
depois editado pela Portugália Editora
(traduzido por Fiama Hasse Pais Brandão,
em colaboração com Liselotte Rodrigues):
PODERÁ O MUNDO DE HOJE
SER REPRODUZIDO PELO TEATRO?,
e começava assim o texto da sua introdução a esses Estudos sobre Teatro :
«Foi com interesse que tomei conhecimento de que Frederico Dürrenmattt formulou numa palestra sobre teatro, a seguinte pergunta: "Poderá o mundo ser, apesar de tudo, reproduzido pelo teatro?" Quanto a mim, esta é justamente daquelas questões que, ao serem levantadas, desde logo se nos impõem pela sua acuidade. Já lá vai o tempo em que do teatro se exigia apenas uma reprodução do mundo susceptível de ser vivida. Hoje em dia, para que essa reprodução se torne, de facto, uma vivência, exige-se-lhe que esteja em diapasão com a vida. (...)»
E, depois de três páginas de texto explicativo, terminava Brecht com uma resposta que, sendo para os dias de há meio século, se ajusta muito bem, penso eu, aos dias de hoje.:
«(...) Nada mais será preciso acrescentar a este breve excurso (um contributo amigável para a vossa controvérsia) senão o meu parecer sobre o problema em causa: creio que o mundo de hoje pode ser reproduzido, mesmo no teatro, mas somente se for concebido como um mundo susceptível de modificação.»
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