domingo, agosto 31, 2014

Para este domingo

Cumprida (quase...) a grata tarefa de escrever um texto que se inclua numa homenagem a um amigo e camarada que tanto a merece (e que, pelos seus méritos, bem dispensaria o que foi o trabalho que me exigiu e com imenso gosto - e utilidade - cumpri), em domingo de descompressão coloco, "para este domingo", esta peça de Schubert. Assim se revive (vive outra vez!) o encontro de há uma semana, em que o nosso cantinho esteve cheio de amizade e de tranquila camaradagem, tanta que deixou "restos" que se renovam, como as sonatas por Sokolov.   



Obrigado!

sexta-feira, agosto 29, 2014

Na frente de luta do Parlamento Europeu

Contratação colectiva - "marcha atrás"

 Foi decretada a 7ª (!) revisão do  Código do Trabalho e a CGTP fez o seguinte comunicado de imprensa que se estima muito informativo e se transcreve.
Tratando-se da contratação colectiva, entende-se ser nosso dever trazer o testemunho vivo - e exaltante! - do que foi a luta dos trabalhadores (antes e com a Intersindical) no aproveitamento da ligeiríssima abertura legal (dec-lei 49.212, de 1969), imposta pelas instâncias internacionais (e pela luta interna!), que possibilitou a contratação colectiva e muito contribuiu para a mobilização e a tomada de consciência dos trabalhadores... no caminho que levou ao 25 e 26 de Abril de 1974.
O que não se conseguir travar nesta "marcha atrás" no processo histórico e progresso social só tornará mais difícil retomar o caminho do futuro. Que se fará! 


quinta-feira, agosto 28, 2014

UCRÂNIA -a ilegalização do PCU

Depois de um interregno, por factos e tarefas de que eventualmente aqui darei conta, tenho a intenção de voltar a este cantinho com alguma regularidade, mas hoje foi a Ucrânia que me trouxe (como poderia ter sido Gaza, ou a Síria, ou a Constituição Portuguesa e este governo).
Toda a informação sobre a Ucrânia está perfeitamente inquinada, pelo que diz, deturpadamente, pelo que não diz, calando coisas fundamentais para a compreensão do que se passa nestes últimos tempos nesse país, e  da actuação terrorista (inclusive no plano institucional) apadrinhada pelos Estados Unidos e pela União Europeia
Deixarei 4 informações, talvez úteis, com particular oportunidade para o processo (por agora administrativo) para ilegalizar o Partido Comunista da Ucrânia (o avante!  da semana passada tem 4 páginas esclarecedoras sobre o momento do processo, em que estiveram presentes dois juristas portugueses)
1.      Já em Maio, os deputados do paralamento ucraniano expulsaram os deputados comunistas nuna sessão a porta fechada com participação de chefes de Segurança e da Defesa:
O deputado e já então candidato a Presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko, condenou a expulsião:
“O regulamento estipula que se pode expulsar um deputado com 150 votos a favor. Hoje abriu-se um precedente quando se aplicou ese procedimento a todo um grupo parlamentar. Não aprovo”, disse Poroshenko acrescentando que todo o conflicto na Rada Suprema se deve resolver por via de negociações.

2.     O “grupo parlamentar” assim expulso não é um pequeno grupo de deputados.
Nas últimas eleições realizadas, o Partido Comunista da Ucrânia teve os seguintes resultado:

%

929.591
3,66
21deputados
Eleições parlamentares de 2007
1'257.291
5,39
27deputados
Eleições parlamentares de 2012
2'687.246
13,18
32deputados


3.     Já antes, em Março, em entrevista ao blog de Mondo Obrero:
ENTREVISTA SECRETARIO GENERAL PARTIDO COMUNISTA DE UCRANIA
Petro Symonenko:
“El Partido Comunista se puede prohibir,
las ideas comunistas no”



Em 1999, Symonenko fora candidato à Presidência da República
 E, na 2ª volta, obteve mais de 10 milhões de votos:


1ª volta
5.849.077
22,24
2ª volta
10.665.420
37,80

terça-feira, agosto 26, 2014

Quem é que os "mandou vir"? O TC ou o PdaR para fiscalização preservativa?

A primeira visita pós-programa das autoridades internacionais a Portugal vai acontecer a tempo de inspecionar o próximo Orçamento do Estado.

Do sapo 
quem é que tem de os engolir (com relógio e tudo...), quem é?, 
o da "esquerda" (salvo seja e t'abrenúncio); 
mas o do cento-sentado é que está a olhar para o relógio, 
mas deve ser para lembrar ao do centro-em-pé 
que não pode perder o avião para Bruxelas; 
a da direita-baixa, 
com a habitual marrafa loura e cara de pau, 
está por tudo... 

Mas, já agora,
nós pediamos (podemos?) aos "troikulentos" 
que fizessem alguma coisinha de útil à malta:
que inspeccionassem os seus confrades da banca de cá, 
ao menos os que mais escandalosamente nos roubam
e que, para cúmulo do desplante, 
foram os primeiros a "mandá-los vir"!

terça-feira, agosto 19, 2014

Buracos para a História?

- Edição Nº2124 - 14-8-2014


  • Correia da Fonseca 

Uma estória com buracos

Aconteceu num desses canais informativos apenas acessíveis a quem pague um pouco mais que o mínimo exigido. De um lado e de outro do jornalista que conduzia o programa estavam uns quatro sujeitos em quem decerto é mais ou menos reconhecida a condição de «expert» em questões internacionais, e naquele dia a questão internacional dominante era, pelo menos ali, o Caso Ucraniano, chamemos-lhe assim. 
Como seria de esperar, formara-se quase um consenso em torno de aspectos essenciais ou assim considerados, a saber: a culpa de tudo quanto já acontecera e viria a acontecer é da Rússia de Vladimir Putin, esse ex-comunista de duvidosa regeneração, e dos ucranianos russófonos que, decerto por intoxicação ideológica, optaram por quebrar laços com o governo de Kiev, esse sim, verdadeiramente democrático e, mais e melhor que isso, decidido a entregar a Ucrânia aos braços acolhedores da União Europeia e dos seus prometidos milhões. 
E estava a conversa a decorrer bem, sem contradições de maior, embora parecesse notório que um dos participantes se instalara mais numa discreta reserva que numa intervenção muito activa. Ou talvez, quem sabe?, fosse menos convidado a intervir. Era um sujeito por mim conhecido noutros e diferentes tempos, quando ele tinha muito mais cabelo e de outra cor, jornalista de rara e aliás reconhecida competência como observador da vida política internacional. Por isso, decerto, era então frequentemente convidado a surgir na TV para informar e esclarecer, para desmentir imposturas e repor verdades, apesar do seu perfil bicolor, digamos assim: verde nos futebóis e vermelho noutras matérias. De seu nome José Goulão. 

Quando os factos denunciam 
Ora, sucedeu que a dada altura a conversa derivou para o já semi-esquecido caso do avião da Malasya Airlines abatido quando sobrevoava território da Ucrânia e, mais exactamente, do Leste ucraniano que decidiu separar-se do poder criptonazi instalado em Kiev. E, acerca deste concreto e importante ponto, a opinião instalada naquele estúdio era praticamente unânime: o avião foi abatido por um míssil russo disparado do solo pelos pró-russos que, como muito bem se sabe, são gente pouco dada a respeitar os direitos humanos de quem viaja da Holanda para a Austrália. Parecia, pois, que todos ali estavam de acordo quanto a essa questão quando o tal participante de cabelos agora brancos e presumivelmente em queda saltou do quase mutismo a que parecia condenado para interpor protesto e contradição. Começou por aquilo a que poderia chamar-se uma pergunta retórica: já ali havia sido lavrada sentença sobre o caso? Não lhe responderam os outros, talvez embatucados, e ele prosseguiu o que bem poderá designar-se por depoimento assente em factos averiguados, sim, mas pouco ou nada conhecidos. Lembrou ele um dado fundamental mas raramente divulgado: que na fuselagem do avião abatido foram detectados buracos de balas que nada podem ter a ver com a versão, hiperdivulgada pelos «media» ocidentais, de um míssil terra-ar. Que tais buracos e tais balas só podem ter resultado de um ataque cometido por um «caça» ao serviço de Kiev, pois nem os insurrectos dispõem de força aérea nem sequer as fontes informativas «livres e democráticas» alegam andar aviões russos a passear por ali. Estava destruída, pois, a versão responsabilizadora dos ucranianos maus e ilibatória dos ucranianos bons, isto é, a peça propagandística que durante semanas e semanas foi repetida para responsabilizar os russófonos pela morte de perto de trezentos inocentes e para lhes colar a etiqueta de violadores de direitos humanos. Tornava-se também entendível o motivo da relutância dos insurrectos em entregar aos técnicos (qualificação porventura a pedir aspas) ocidentais os destroços do aparelho abatido: talvez os tais buracos denunciadores e eloquentes escapassem à argúcia desses rapazes, talvez até alguns pedaços do avião pudessem perder-se pelo caminho. Se bem me lembro, o debate pouco tempo sobreviveu após a intervenção de Goulão. Mas o importante estava feito. E bem. 

Obrigado,
Correia da Fonseca!


domingo, agosto 17, 2014

Para este domingo




Nuns dias de agora muito especiais - que até justificarão algum tempo (largo) de silêncio por este cantinho -, esta pequena maravilha "roubada" algures para animar este domingo. 

domingo, agosto 10, 2014

sexta-feira, agosto 08, 2014

Pela Palestina - AMANHÃ, PORTO


A alternativa está EM (sem QUANDO nem COMO)

Na maratona de ontem, na AR,  houve coisas que se ficaram a saber e outras que se ficou a saber que não se podem saber. Houve clarificação de posições. 
Naquela frente de uma luta muito mais larga, foi reconfortante verificar que... valeu a pena resistir, que vale a pena batermo-nos onde e como, tantas vezes, também em confronto com o desalento, a desesperança, a resignação (ainda que cheia de... indignação), com o "não vale a pena". Vale bem a pena, valem bem todas as penas! 
Para já, e em "resumo resumidíssimo do resumo", deixo o que retive da esclarecedora intervenção de uma deputada do CDS-PP, quase no final da audição com o governador do Banco de Portugal (o dito cujo que nos deu a informação - também esclarecedora - de que o sistema bancário português esteve no fio da navalha):

"todos criticaram a posição tomada no fim-de-semana (por quem?, pelo "regulador" nacional?, pelo conjunto de "reguladores europeus"?, pelo governo/Estado português?, por "Bruxelas"?, por todos ao molhe e com fé em deus-mercado?), mas não houve quem apresentasse uma alternativa... com excepção do Partido Comunista!..." 

E disse-o (não-sic) com algum incontido respeito e (claro...) desacordo e receio.

Pois é! O capitalismo está no beco sem saída que construiu. Num beco com grandes muros em frente. Recuar não lhe é possível, rebentar os muros assemelha-se a suicídio. Alternantes não são alternativa. 
A alternativa está em quem defende a valorização do Estado e do serviço público, em quem combate o egoísmo fruto do individualismo levado ao paroxismo do desprezo pelo outro, da utilização do outro, está na nacionalização ao serviço de todos do que deve estar ao serviço de todos.

Assim sejamos capazes de transformar o que começa a ser conclusão de debates (de quaisquer debates) em consciência colectiva!            

quinta-feira, agosto 07, 2014

A mini istra na CP da AR

Acabei de assistir ao debate na Comissão Permanente da  Assembleia da República, com a presença de Maria Luís, ministra das finanças.
Venho aqui, ao meu cantinho, saudar os camaradas que, naquela frente de luta, tiveram a paciência revolucionária que lhes permitiu colocar as questões que eram pertinentes, no curto espaço de tempo de que dispuseram, fazer as perguntas de necessária resposta e que resposta não tiveram, e acrescentar uma palavra que ficou por dizer à "senhora ministra" em resposta à provocação rasteira e ratoeira a que os camaradas - e muito bem - deixaram sem riposta.
Eu vou escrever, devagarinho para que a mais que improvável leitura pela mini istra lhe permita apreender o que lhe quero dizer, como militante desse Partido:

S a i b a  v o s s a  e x c e l ê n c i a  q u e  o  Partido Comunista  q u e  t e m  d e p u t a d o s  e l e i t o s  p e l o  p o v o  p o r t u g u ê s  n a  A s s e m b l e i a  d a  R e p ú b l i c a,  s e  c h a m a  - e  é! -  Português,   n ã o  t e m  m o d e l o s  o u  t u t o r e s   n e m  p r a t i c a  c e g a s  o b e d i ê n c i a s  a  i n s t â n c i a s   s u p r a  -  n a c i o n a i s ,  t e m  o s  e s t a t u t o s  e  p r o g r a m a  q u e  v o s s a  e x c e l ê n c i a  m o s t r a  d e s c o n h e c e r  a o  i n v é s  d o  q u e   p a r e c e  r e l a t i v a m e n t e  a  e c o n o m i a s  a l b a n e s a  e  c o r e a n a  d o  n o r t e,  a  q u e  v o s s a  e x c e l ê n c i a,  c o m  r a s t e i r a  i r o n i a,  o  q u i s  a s s o c i a r.      

A crónica sobre um roubo homologado - Correia da Fonseca

 - Edição Nº2123  -  7-8-2014

Um roubo homologado
O título que encima estas duas colunas pode fazer supor que se refere ao caso BES, essa escandaleira que provavelmente se vai manter por algum tempo nos títulos dos «media» e decerto por muito mais tempo na memória da arraia mais ou menos miúda que lhe vai sentir os efeitos. Mas não, o título refere-se a um outro roubo, menor na dimensão financeira mas não na desvergonha, embuste que parece estar a ficar desvanecido na memória das gentes em geral, como se fosse aceitável esquecer um só dos violentos assaltos que os poderosos ou os protegidos cometem contra os que lhes caem nas mãos. Lembrou-o Bagão Felix na sua mais recente intervenção semanal na SIC Notícias, e aproveito a oportunidade para confessar que tenho andado a reconhecer em Bagão Felix, antigo ministro dito independente num governo de direita, virtudes que ultrapassam a da sua notória condição de sócio e militante do Benfica. Ora, Bagão veio acrescentar-se à lista de figuras que na televisão tem vindo a referir-se com espanto, indignação e óbvio desacordo, à decisão do TC, tomada aliás pela mínima diferença de um voto, que aceitou e de algum modo passou a patrocinar o esbulho descarado e grave cometido contra trabalhadores da Carris e do Metro de Lisboa, em tempo aliciados pelas respectivas administrações para que aceitassem reformar-se antecipadamente com a formal contrapartida de lhes ser pago um complemento de pensão de reforma que os compensasse da redução de valor que a antecipação iria gerar. Aconteceu que, com a protectora conivência do governo concretizada no OE para o ano em curso, o complemento então proposto aos trabalhadores deixou de ser pago, em flagrante violação do contratado e deixando muitos dos esbulhados em situação de penúria, resultado a que sete dos juízes do TC não parecem ter sido sensíveis. Foi, de facto, como que um roubo superiormente homologado, o que surpreendeu diversos juristas que entretanto se pronunciaram na televisão sobre o assunto.
Os uns e os outros
Acresce que a proposta formulada aos trabalhadores então ainda ao serviço activo continha uma alternativa possível: o recebimento imediato e por uma só vez de um valor indemnizatório que em muitos casos atingia uns muitos milhares de euros. Confiada em que as administrações eram constituídas por pessoas de bem, a maioria dos trabalhadores contactados optou pelo recebimento mensal do complemento proposto e agora sonegado, desse modo contribuindo involuntariamente para ficar em desigualdade com os colegas que receberam a indemnização proposta, uma vez que os valores então pagos já não podem ser roubados. Não sei, nem tenho de saber, se este aspecto da questão foi oportunamente apresentado ao TC, mas sei, como aliás me cumpre, que na televisão têm surgido depoimentos de cidadãos qualificados a denunciarem o logro, que consideram claríssimo. Pela mesmíssima televisão sei também, como toda a gente, que neste nosso pequeno país há mais «Ricardos Salgados» do que geralmente se supõe, variando embora a forma e a dimensão dos feitos, a circunstância de serem eles cometidos por conta própria ou por conta alheia. Não há que estranhar, ainda que a cada passo sejamos tentados a surpreender-nos, incrédulos perante o que afinal se vai tornando evidente: que este é um modelo de sociedade em que a uns, muitos, cabe «naturalmente» a maior ou menor miséria enquanto a outros, poucos, cabem as fortunas e o direito ao permanente assalto aos bens alheios. Também na televisão ou fora dela se ouve falar do chamado «Estado de Direito» e por isso nos inclinamos a crer que se trata de mais que de uma bonita fórmula verbal, de uma espécie de boato posto a correr para que não nos sintamos muito desamparados. Até que, um dia, as brutalidades chegam e entram nas nossas vidas, impunes, sem bater à porta. Por agora, talvez durante muito mais tempo, muitos de nós só ouvem falar delas. Trabalhadores da Carris e do Metro de Lisboa, culpados do pecado de terem confiado, já sabem como é. Sem que ninguém surja a querer valer-lhes pela anulação do crime contra eles cometido.


Correia da Fonseca

Dias de agora... e agora?

(...)

No dia de hoje, espero/esperam-se com particular interesse as idas à AR da ministra das finanças e do governador do BdeP.

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Será logo à tarde e não substituirão o trabalho da comissão de inquérito que o GP do PCP propôs.

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Depois da declaração conclusiva (!?) do governador do BdeP, os dias seguintes vieram demonstrar que há muita coisa por esclarecer, no antes e no após.

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Que jogadas houve antes?,

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nomeadamente na relação com a PT e no aumento de capital, e quem esteve em conluio com quem e quem enganou quem?

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E agora?, os que foram inquestionavelmente enganados e acorreram ao aumento de capital em boa fé e aliciados/enganados pela informação do BdeP e do Governo estão entre os “maus”?, e os trabalhadores do banco e grupo... também há "bons" e "maus", puros e contaminados (entre estes está o"nosso homem BES na UGT")?

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Como, num Estado de direito (e, claramente, em operações dominadas pela direita) se pega, por exemplo, num edifício como aquele monstro da Avenida da Liberdade e ele passa a ter outro dono… se é que tinha algum outro que não o DDT?

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Neste imbróglio, e com tantos nós-cegos – a que a declaração do “regulador” veio acrescentar alguns – ,de onde foi copiado (bem e/ou mal) o que, em novo passe de ilusionismo barato para deformar a informação, se apresenta como descoberta portuguesa de caminho marítimo para um mercado omnipotente.

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Faço stop! no rol de questões, que seria infindável (e os juros?, e os juros?), e que muito melhor vou “ouver”, logo à tarde, da parte de quem merece toda a confiança de quem os elegeu (tanto quanto lhes for possível naquela frente de luta), fechando com a questão para mim essencial.

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Quem, entre quem se informa e pensa,  tem dúvidas de que o que está a acontecer (no BES, na banca, em Portugal, na dita Europa, nos seus limites – fronteiras com a Rússia, Gaza –, no continente americano – EUA, Argentina –. nos outros extremos de um mundo redondo, por isso sem ponta por onde se lhe pegue..., é o previsto e anunciado fim de um período histórico (nos seus fugazes séculos de vida)?

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E, conscientes de que pode ser uma agonia perigosíssima para os contemporâneos dela, não se pode esperar a sobrevivência do que foi proclamado como fim (feliz) da História, o capitalismo, mas, dado o seu gritante falhanço, o começo da História… se tivermos força para isso. 

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Para terminar estas el(o)ucubrações, três apontamentos entre o espumoso e o anedótico:
  • ·        Há quem, pesporrentamente, ironize “se calhar… a saída da nacionalização de toda a banca como no PREC”, procurando ridicularizar o que não conheceu... nem quer conhecer.
  • ·        Será possível que o 1º ministro (de que país?) continue a gozar as suas férias?
  • ·        A “Bolsa” não para de cair por mais "suspensórios" que lhe ponham, e os bolsos até de cotão estarão a ser esvaziados. 

AMANHÃ - QUINTA-FEIRA - 18H00 - EMBAIXADA DE ISRAEL


A CGTP-IN, o CPPC (Conselho Português para a Paz e a Cooperação) e o MPPM (Movimento em defesa do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente) promovem na próxima quinta-feira, pelas 18h00, uma concentração em frente à Embaixa de Israel (Metro do Saldanha). É urgente trava o silenciamento dos crimes do governo israelita, "Ainda que Israel venha a pôr termo à sua operação militar, não podemos deixar que um manto de silêncio cubra os crimes hediondos cometidos durante a invasão de Gaza.Não podemos esquecer os ataques a escolas e hospitais; os quase dois milhares de palestinos mortos e os dez mil feridos; a dezena de milhar de edifícios públicos destruídos ou danificados; as mais de 30.000 habitações danificadas; as escolas e hospitais danificados; os locais religiosos, muçulmanos e cristãos, danificados e profanados; o meio milhão de deslocados; as infra-estruturas destruídas."


quarta-feira, agosto 06, 2014

Com os olhos (e as lágrimas, e o grito de Basta!) em Gaza

4 "soltas":











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Da entrevista do ministro dos negócios estrangeiros à Rádio Renascença:

Rui Machete lamentou "de maneira muito especial as crianças" vítimas do conflito e referiu que o Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, decidiu fornecer uma "pequena contribuição" em apoio à situação humanitária na Faixa de Gaza.
"Demos um apoio de urgência de 20.000 euros à agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA), destinados a contribuir para as necessidades mais imediatas. Não é uma verba muito grande, mas significa o nosso interesse em dar uma ajuda de carácter humanitário imediata", diz.


20 mil euros!

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terça-feira, agosto 05, 2014

Posição do PCP

consensos à tona apesar dos desconsensos fundamentais (ou de fundo)

Na avalanche de informação e comentários, procuro um posicionamento pessoal e não abdico da visceral tendência para o partilhar. Para assim, em ricochete, o valorizar. Por isso, ao que chamo avalanche junto a minha torrentezita de escrita e sua divulgação (que sempre julgo escassa e precária).
Ainda domingo, na minha espécie de diário (dias de agora), escrevia 

«Li alguns artigos de “gente do Expresso”, durante o “repoiso”, e estou a elaborar num texto (ou, aqui, numas considerações) sobre o surpreendente consenso criado por Ricardo Salgado.
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Ou o espúrio consenso e os seus limites consensuais.
&-----&-----&
Ou o consenso à tona apesar dos desconsensos fundamentais (ou de fundo).»

Na verdade, surpreendi-me (por isso foi surpreendente...) ter encontrado concordância com coisas escritas por quem, habitualmente, apenas escreve prosa com que nada concordo. 
O que, por outro lado, não me surpreende porque procuro ler o que quer que seja com espírito crítico aberto e não ser preconceituoso... do tipo "é deste gajo, é para rebater... ou nem sequer ler" . Prefiro, sempre, partir para a leitura à procura de pontas para debater (a começar comigo e com as minhas próprias convicções/concepções face às que diferentes das minhas são). É facto que assim se poderá perder muito tempo, mas isso por vezes é compensado, como agora o foi, e a perda de tempo minora-se com a decisão, em relação a alguns dos potenciais interlocutores, "... deste não, já li que chegasse!, esgotou-se...".
Ora o facto é que, neste episódio Ricardo Salgado (muito relevante... mas episódio), até nestes últimos fui descobrir coisas novas, fui encontrar matéria merecedora de leitura, mesmo que ainda e sempre controversa. E ainda bem...
Deste modo se comprovaria a relevância do episódio... e será uma "virtude" de Ricardo Salgado, que, como  DDT, criou tal ambiente que até contra si - e o sistema que o criou e tornou DDT - fez nascer anti-corpos, "ácaros"... e fez despertar reflexões que se aproximam das profundas e debatíveis questões. Terá RS criado corvos, ou, para se ser mais ortodoxo (não etiqueta mas estatuto de que gosto confessar-me), fez nascer, no bojo que não é só seu, forças que o viriam a destruir (se é que...).
Claro que tudo tem limites, e não se espere que um qualquer liberalão modernaço, comentador encartado chamado ao bom senso pelos excessos do liberalismo e do egoísmo individual, familiar, de classe, passe a colectivista, a defender o Estado para além da sua função "garantidora", se junte a Marx e a quem o (pros)segue na crítica à economia política. No entanto, podem comentaristas desses dizer ou escrever coisas muito acertadas e merecedoras de reflexão e debate. E terá acontecido.
Evidentemente que com limites, com o incontrolável vir ao de cima de preconceito (e ignorância), que tanto se traduz por expressões como "apesar de", "até mesmo com... esses"  referindo-se a comunistas.
A tal propósito, cito um exemplo.

Em dinheiro,  Miguel Sousa Tavares escreve coisas certas, embora com enormes cautelas e presunções que lá saberá por que as tem..., mas não resiste ao disparate ao falar de Marx e de  Adam Smith. Terá sido o que aprendeu na longínqua Faculdade de Direito mas já teve mais que tempo para corrigir o erro em vez de o enraizar e propalar. Dizer que "a constatação de Marx que o dinheiro gera dinheiro e que esse é o pecado original do capitalismo..." é revelar ignorância sobre Marx e marxismo, e é disparate o que logo acrescenta para tirar valia ao que poderia ser tomado como apreciação positiva. Se MST considera  indesmentível a constatação atribuída a Marx,  ela seria "incompleta: o dinheiro, como a terra e o trabalho, segundo ensinou Adam Smith, também é um factor de produção, desde que sirva para financiar a criação de riqueza...".
Pobre Adam Smith a apanhar com o labéu de ter "ensinado" que o dinheiro é um "factor de produção", apesar das indirectas a/ilusões etimológica com forte carga ideológica...
Mas cá vamos andando. E assim se faz o caminho.  
   

segunda-feira, agosto 04, 2014

Não resisto...

... a reproduzir esta lembrança que mão amiga me trouxe à memória:   


 QUARTA-FEIRA, MAIO 25, 2011

 

Que insuportável mundo!,
este dos banqueiros...



Uma noite sem tarefa(s). Calma. É como quem diz...
Ao terceiro dia de campanha (e só neste me detive face ao televisor), o aparelho está em sérios riscos!
Ainda por cima, apanhei com uma insuportável entrevista com o insuportável dr. Ricardo Salgado.
Como este "mundo dos banqueiros" é insuportável. Coexistir nele só em luta contínua.

É insuportável. Dêem-me tarefas ou ainda faço um disparate!

Vamos lá a ver se (não) nos entendemos – exercício

Porque se avalia que o momento é histórico (como todos) e transcendente (como só alguns), apesar de não ter importância alguma porque a História seria a mesma (e decerto diferente) se o momento tivesse sido vivido de outra maneira, tente(ie)-se entender, exemplificando, o que não é entendível nem por via de exemplos simples.

Uma empresa A é/são os seus proprietários (accionistas ou quotistas) mais o seu património mais os seus trabalhadores mais os seus clientes. Essa empresa A chegou a uma situação tão anómala, resultado de actos de gestão fraudulenta e criminosa, que obrigou – necessária e/ou inadiavelmente – a que “regulador” e “garantidor” (internos e externos em cujas barbas tudo se passou) do sistema, tomassem uma “resolução”. Que foi a de se criar uma empresa nova, novo A, com novos proprietários (que não se sabe quais serão… pelo que haverá transitórios proprietários por tempo intransitável), empresa que não será A mas que terá tudo o resto de A (património, trabalhadores, clientes) expurgado do que terá passado a ser “problemático” (o que é definição indefinida, nebulosa, opaca…), que fica na empresa A que continuará a ser A mas já não será A.

Simples? Claro (como água) para quem tiver uma “abordagem dialéctica” perfeita (que não há quem) destas coisas e, por isso, muito complicado. Para todos, ou para todo o mundo e ninguém.

O que é certo (?) é que se deu um passo de dita – e abençoada por Bruxelas e Frankfurt(o) – “resolução”, que não resolverá nada embora momentaneamente pareça que sim… e o que parece é. Assim será até que se abra uma porta de saída nesta organização do mundo que não tem janelas nem portas. Porta aberta (a abrir) pela chave da “dialéctica” e gazua do “materialismo”. Como nos ensina o “materialismo” e o “histórico”, ou seja, o vivido. Por todos, por todos os séculos. Ámen.

publique-se!
não por estar acabado 
mas por haver (sempre) pressa em
 chegar aos outros

Castelo de cartas sobre areias movediças

Resumo, para ver se se percebe a informação do “regulador” e “supervisor”:
Depois de todas as cont(h)abilidades, “eles” chegaram ao número 4,9 mil milhões (à maneira  dos “preços psicológicos” a 99 cêntimos para não dar número certo ou “redondo”) como sendo o montante necessário para a capitalização do novo banco “novo banco”, limpinho e asséptico. 4,9 mil milhões a cargo de um Fundo de Resolução recentemente criado por contribuições (mais ou menos voluntárias) mais impostos bancários consignados, cujo fundo dispõe de (pasme-se!) 0,1 mil milhões. Pelo que a diferença (o “buraco” do que deveria preencher o “buraco”--> cerca de 4,8 de 4,9 mil milhões) será coberta (temporariamente, claro… dizem “eles”) por empréstimo do “estado garantidor” a partir do crédito a este aberto pela “troika” para esses fins e de que se pagarão, evidentemente juros. Juros sobre juros sobre juros …
Toda esta "arquitectura financeira" foi acordada com (ou com o aval de) Bruxelas, após laboriosas conversações, a que falta a quantificação (e outras coisas) do que será lixo (e) tóxico!
E, quanto a números, basta… e aqui ficam, sem nenhuma confiança ou certeza, para ter e dar uma ideia.
Um castelo de cartas sobre areias movediças!
Depois, bem… depois há outros aspectos (diria) políticos a referir, a começar pela inaceitável ausência do governo no acto de informação aos portugueses, como se uma decisão destas pudesse, ou devesse, ser informada aos portugueses por alguém outro que não um (ou mais) responsável governamental.
Ficarão, talvez..., para amanhã.


domingo, agosto 03, 2014

A ,,, informação da resolução

… e aqui estou eu, precisamente às 21:46 (no televisor) à espera. Nada ansioso mas impenitente cidadão, à espera das 22:30. Hora anunciada para a informação do “regulador” sobre o BES. Depois das “surpresas” que a cont(h)abilidade trouxe sobre os prejuízos do primeiro semestre. A juntar a tudo o que já se sabia e do que se vai sabendo.
Espero, exasperadamente lúcido, ainda que acompanhado por um pequeno cálice de aguardente velha (de uma velha garrafa da Sociedade Vinícola Borges & Irmão, família que também foi banqueira). Espero. Mas não espero nada de "novo"... e acabo de ser informado que a informação será às 22:45.
O único pormenor que me levanta dúvidas é o sentido (ou o sem-sentido) de a informação anunciada só vir ser dada pelo “regulador” e "supervisor" por a isso se eximir o representante do “Estado garantidor” (dos interesses privados…)

Já ouvi!
(muita gente a comentar a informação sobre 
"banco bom" e "banco mau"
 antes de haver... informação)

Por mim: