Lida alguma informação sobre as eleições
no Reino Unido, marcadas para 5ª feira, muitas expectativas existem e muitas
reflexões se suscitam
O
Reino Unido faz parte da União Europeia desde 1972, mas desde sempre esteve
reticente aos avanços que a esta trouxeram. Espécie de “ponte” para o outro
lado do Atlântico, fora, por opção, da União Económica e Monetária (logo, do
euro), os resultados das eleições trarão mais instabilidade ao que tão instável
e desequilibrado está.
Neste começo de “semana inglesa” (ah!, o que esta expressão
me lembra… a arbitragem nos "caixeiros", há 45 anos!), as sondagens preveem o Partido Conservador e o Partido Trabalhista
a um ponto percentual de distância. O “conservador” Cameron pode ficar nos 34%,
enquanto o “trabalhista” Miliband pode atingir 33%. A serem estes os resultados,
nenhum dos partidos terá maioria no parlamento, o que pode levar, depois de 7
de Maio, a uma fase de “grandes manobras” para formação de governo. Que, aliás,
já estão em curso pelos corredores e gabinetes. Se é que não estão sempre,
condicionadas (e condicionando) o voto.
São as “maravilhas” da democracia representativa quando
limitada a essa componente de uma verdadeira democracia, com a componente
participativa a ser encarada apenas como o voto periódico das “gentes” quando é
um direito dos cidadãos para ser exercido num quadro normal e não através de
formas de conquistada e ataca da organização ou inevitável espontaneidade,
protesto, revolta.
O parlamento britânico tem 650 deputados e uma maioria
necessita de 326 deputados, um número impossível para trabalhistas e
conservadores, o que obrigará a entendimentos pós-eleitorais.
Uma empresa de pesquisa de
mercados e sondagens prevê, para a próxima quinta-feira, uma vitória muito
escassa dos “conservadores”, a conseguirem 283 lugares no parlamento, enquanto
os “trabalhistas” teriam 261 lugares.
Depois, há um retrato elucidativo da ausência de
proporcionalidade entre a manifestada vontade dos eleitores e a representarão
que virão a ter. Em terceiro lugar, quanto a percentagens de voto, está o UKIP
de Farage, dissidente dos “conservadores e radical opositor ao euro, e que,
apesar de poderá vir a ter mais de 12%, apenas elegeria 2 deputados, seguido
pelos liberais que, com 8%, conseguiriam eleger mais de 30 deputados; os Verdes,
com cerca de 5%, poderão vir a eleger apenas 1 deputado e, entretanto(s), o
SNP, partido que defende a independência da Escócia, poderá ter menos de 6% mas,
devido à distribuição de lugares nos círculos eleitorais do Reino Unido, poderá
eleger 50 deputados, tornando-se numa das possíveis chaves para resolver a
necessidade de coligação que os dois maiores partidos terão após as eleições.
Apesar de recusar para já essa hipótese, os “trabalhistas”
poderão tentar uma coligação com o SNP e os “conservadores” procurar reeditar o
entendimento com os liberais que dura desde 2010 no governo britânico. No
entanto, mesmo na procura de coligações, o parlamento ficará suspenso e, no
caso de uma nova coligação entre conservadores e liberais, o Guardian adianta
que as negociações podem vir a durar dias. Já a Reuters indica que os mercados
se mostram nervosos com a possibilidade de não haver um governo logo após as
eleições e de tudo ficar suspenso de negociações cupulares.
Num contexto
europeu continental de enorme instabilidade.
7 de maio de 2015 | ||||
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Candidato | David Cameron | Ed Miliband | ||
Partido | Conservador | Trabalhista | ||
Natural de | Witney | Doncaster North | ||
Candidato | Nick Clegg | Nigel Farage | ||
Partido | Liberal Democrata | UKIP | ||
Natural de | Sheffield Hallam | Sudeste da Inglaterra |
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os escoceses
podem impedir os "trabalhistas"
de terem maioria para formarem governo
e, depois,
coligarem-se com eles
para formarem governo.
(:-))..
2 comentários:
Que baralhada,
vai por terras de sua Majestade!
Estas manobras eleitorais,lâ como câ,fazem-me "azia"!Seria pacîfico,se,se coligassem para trabalhar ,pondo o interesse do povo acima de tudo.Mas sabemos,que nao ê assim.
Beijo
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