segunda-feira, maio 04, 2015

No começo da “semana inglesa”

Lida alguma informação sobre as eleições no Reino Unido, marcadas para 5ª feira, muitas expectativas existem e muitas reflexões se suscitam
O  Reino Unido faz parte da União Europeia desde 1972, mas desde sempre esteve reticente aos avanços que a esta trouxeram. Espécie de “ponte” para o outro lado do Atlântico, fora, por opção, da União Económica e Monetária (logo, do euro), os resultados das eleições trarão mais instabilidade ao que tão instável e desequilibrado está.  
Neste começo de “semana inglesa” (ah!, o que esta expressão me lembra… a arbitragem nos "caixeiros", há 45 anos!), as sondagens preveem o Partido Conservador e o Partido Trabalhista a um ponto percentual de distância. O “conservador” Cameron pode ficar nos 34%, enquanto o “trabalhista” Miliband pode atingir 33%. A serem estes os resultados, nenhum dos partidos terá maioria no parlamento, o que pode levar, depois de 7 de Maio, a uma fase de “grandes manobras” para formação de governo. Que, aliás, já estão em curso pelos corredores e gabinetes. Se é que não estão sempre, condicionadas (e condicionando) o voto.
São as “maravilhas” da democracia representativa quando limitada a essa componente de uma verdadeira democracia, com a componente participativa a ser encarada apenas como o voto periódico das “gentes” quando é um direito dos cidadãos para ser exercido num quadro normal e não através de formas de conquistada e ataca da organização ou inevitável espontaneidade, protesto, revolta.   
O parlamento britânico tem 650 deputados e uma maioria necessita de 326 deputados, um número impossível para trabalhistas e conservadores, o que obrigará a entendimentos pós-eleitorais.
Uma empresa de pesquisa de mercados e sondagens prevê, para a próxima quinta-feira, uma vitória muito escassa dos “conservadores”, a conseguirem 283 lugares no parlamento, enquanto os “trabalhistas” teriam 261 lugares.
Depois, há um retrato elucidativo da ausência de proporcionalidade entre a manifestada vontade dos eleitores e a representarão que virão a ter. Em terceiro lugar, quanto a percentagens de voto, está o UKIP de Farage, dissidente dos “conservadores e radical opositor ao euro, e que, apesar de poderá vir a ter mais de 12%, apenas elegeria 2 deputados, seguido pelos liberais que, com 8%, conseguiriam eleger mais de 30 deputados; os Verdes, com cerca de 5%, poderão vir a eleger apenas 1 deputado e, entretanto(s), o SNP, partido que defende a independência da Escócia, poderá ter menos de 6% mas, devido à distribuição de lugares nos círculos eleitorais do Reino Unido, poderá eleger 50 deputados, tornando-se numa das possíveis chaves para resolver a necessidade de coligação que os dois maiores partidos terão após as eleições.
Apesar de recusar para já essa hipótese, os “trabalhistas” poderão tentar uma coligação com o SNP e os “conservadores” procurar reeditar o entendimento com os liberais que dura desde 2010 no governo britânico. No entanto, mesmo na procura de coligações, o parlamento ficará suspenso e, no caso de uma nova coligação entre conservadores e liberais, o Guardian adianta que as negociações podem vir a durar dias. Já a Reuters indica que os mercados se mostram nervosos com a possibilidade de não haver um governo logo após as eleições e de tudo ficar suspenso de negociações cupulares. 
Num contexto europeu continental de enorme instabilidade.




7 de maio de 2015
David Cameron official.jpg Ed Miliband 2.jpg
Candidato David Cameron Ed Miliband
Partido Conservador Trabalhista
Natural de Witney Doncaster North
Nick Clegg 2012.jpg Nigel Farage.jpg
Candidato Nick Clegg Nigel Farage
Partido Liberal Democrata UKIP
Natural de Sheffield Hallam Sudeste da Inglaterra

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os escoceses 
podem impedir os "trabalhistas" 
de terem maioria para formarem governo 
e, depois, 
coligarem-se com eles 
para formarem governo.
(:-))..


2 comentários:

Unknown disse...

Que baralhada,
vai por terras de sua Majestade!

Olinda disse...

Estas manobras eleitorais,lâ como câ,fazem-me "azia"!Seria pacîfico,se,se coligassem para trabalhar ,pondo o interesse do povo acima de tudo.Mas sabemos,que nao ê assim.

Beijo