terça-feira, maio 05, 2015

Sobre a "situação no Mediterrâneo" - duas posições antagónicas

A viagem de Cavaco Silva à Noruega começou por nos lembrar o primeiro-ministro português que é responsável pela destruição da nossa vantagem comparativa de haver tanto mar nosso que decidiu promover o abate da frota pesqueira e que hoje, travestido de Presidente da República (por nossa culpa... porque não é nem rei nem  ditador), se apresenta como um estrénuo defensor do aproveitamento do que (des)criou condições para não ser aproveitado.
Mas, agora, ao ler o Público, tudo se apaga com o confronto das posições de CS e da primeira-ministra norueguesa sobre a tragédia do Mediterrâneo (segundo Sollberg) que será uma ameaça ("para a Europa"!), segundo CS. Situação para que este... tem uma solução expedita, e para que deseja a conjugação dos esforços da União Europeia e da NATO: "impedir os imigrantes ilegais de embarcar nos portos líbios" (!) (talvez, se for necessário, matando-os em terra para que não se afoguem no Mediterrâneo), enquanto a primeira-ministra declarou ser necessário "atacar as causas, nomeadamente o sentimento de falta de futuro" dessa parcela da Humanidade (sim, da Humanidade, sr. dr. Cavaco).
---------------------------------------------
Público:
Situação no Mediterrâneo 
“é uma ameaça”

No encontro que mantiveram ontem à tarde, em Oslo, Cavaco Silva e a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, discutiram a relação da Europa com o Mediterrâneo.
Na conferência de imprensa conjunta, na residência oficial da primeira-ministra, o Presidente português considerou que a situação “é uma ameaça”, enquanto Solberg preferiu qualificá-la como uma “tragédia”.
Cavaco Silva frisou que a “ameaça para a Europa” decorre da instabilidade da “situação na Líbia, no Iraque e na Síria” e realçou o empenho militar português nas forças de paz em zonas como o Kosovo, o Iraque, o Afeganistão, o Mali e a República Centro-Africana.
Para o Presidente português, é necessário “impedir os imigrantes ilegais de embarcar nos portos líbios”, uma missão que deve conjugar os esforços da União Europeia e da NATO. A primeira-ministra norueguesa declarou que é preciso atacar “as causas de base”, nomeadamente o sentimento de “falta de futuro” em alguns países de África, assim como a “instabilidade” e o “terrorismo”.
------------------------------------------------------

É de fazer corar
de indignação e vergonha!

2 comentários:

Unknown disse...

Para este senhor pequeno, pequenino,muito pequenino,mesmo muito pequenininho...tudo é uma ameaça!
Tristeza das tristezas...uma vergonha!

Sérgio Ribeiro disse...

Pois é, Bela!
Espreita o meu ficções do cordel e ouve o Edduardo Galeano sobre os pequenotes...
Um beijo amigo