A Ucrânia saiu das páginas dos jornais e dos écrans da televisão. Por boas razões.
Boas razões que fazem com que haja quem traga a Ucrânia para as páginas de jornais (só o avante!...) e écrans da televisão (ou dos blogs...).
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Edição Nº2162 - 7-5-2015
Solidaridade internacionalista
Bandeira de Maio na Ucrânia
O Partido Comunista da Ucrânia (PCU) promoveu,
em Kiev, uma concentração e comício de comemoração do 1.º de Maio. Na
iniciativa, que a Junta fascista tentou impedir, participaram vários partidos
comunistas e operários, entre os quais o PCP, que se fez representar por João
Ferreira.
Segundo relatou ao Avante! o membro do Comité
Central e deputado do Partido no Parlamento Europeu, as autoridades golpistas
ainda tentaram impedir que se assinalasse o Dia Internacional do Trabalhador.
Primeiro, proibindo o acto central previsto pelo PCU e pela Associação de
Veteranos da Grande Guerra Pátria para o centro da capital ucraniana. Depois,
tentando que um tribunal replicasse a proibição, o que acabou por não acontecer
apesar de até ao final do dia 30 de Abril subsistir a dúvida sobre o sentido da
decisão judicial.
A comemoração do 1.º de Maio promovida pelo PCU e pela
organização que reúne ex-combatentes soviéticos da Segunda Guerra Mundial acabou
por concretizar-se num parque de Kiev onde se situa o memorial à vitória sobre
as hordas hitlerianas, apesar do forte dispositivo repressivo destacado pela
Junta fascista ucraniana.
Polícias e militares patrulharam o local e grupos
afectos ao partido fascista Svoboda cercaram o evento e tentaram dissuadir a
participação popular e mesmo provocar confrontos, acabando por ser impedidos de
o fazer pela polícia, testemunhou João Ferreira, que notou, ainda, a presença de
uma pouco numerosa contra-concentração com bandeiras da União Europeia e de
alguns dos países cujos partidos comunistas e operários enviaram delegações, o
que faz supor uma mobilização organizada e uma manifestação
encenada.
A presença de vários partidos comunistas e operários
nas comemorações do 1.º de Maio em Kiev teve ampla repercussão nos órgãos de
comunicação sociais ucranianos, tanto mais que a convocatória do PCU e da
Associação de Veteranos mereceu, nos últimos dias de Abril, ampla cobertura e
uma forte campanha de intimidação, incluindo a difusão de alegadas ameaças de
atentados. Tudo a demonstrar que, como tem sublinhado o PCU, a hora é de
resistência.
Nesse sentido, o PCU valorizou muito a presença de
diversas delegações comunistas e o esforço de denúncia da situação política,
social e económica na Ucrânia, bem como o conteúdo das saudações proferidas
pelos representantes dos partidos estrangeiros, entre as quais a do PCP, as
quais se centraram no repúdio da escalada antidemocrática e anticomunista em
particular, na rejeição da manipulação da História e da reabilitação das forças
e protagonistas que colaboraram com a invasão e ocupação nazi-fascista, e na
denúncia da criminalização do comunismo e do período em que a Ucrânia foi uma
das 15 repúblicas socialistas soviéticas, contou ao Avante! João
Ferreira.
Para João Ferreira, o foco, de forma mais acintosa nos
últimos tempos, na criminalização da ideologia, tem como propósito comprimir e
desfigurar os comunistas, a sua organização e os seus aliados. Uma vez que o
processo de ilegalização do PCU está num impasse, atacar os fundamentos
históricos, realizações e conquistas dos comunistas e do movimento operário é um
caminho e uma outra forma de impor ao PCU que «até pode existir, mas só se não
for comunista», concluiu.
Resistência de
classe
Iniciativas de comemoração do Dia Internacional do
Trabalhador ocorreram um pouco por toda a Ucrânia. De acordo com informações
publicadas na página do PCU, os actos em que estiveram na primeira linha os
comunistas e os veteranos da Grande Guerra Pátria, mas também o movimento
sindical, assumiram diversas formas: concentrações, marchas, sessões públicas,
comícios, homenagens junto a monumentos a Lénine ou aos combatentes
antifascistas da Segunda Guerra Mundial.
Provocações (em Nikolaev, por exemplo), impedimento de
realização de desfiles por parte de forças policiais e militares – em Odessa,
onde só a persistência do dirigente local do PCU e a presença de observadores da
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, travou os intentos
violentos (recorde-se que há cerca de um ano, a casa dos sindicatos de Odessa
foi incendiada provocando dezenas de vítimas e expressando um estádio mais
elevado de crime e impunidade na Ucrânia, que até hoje perdura), ou buscas
ilegais por parte da polícia e dos serviços secretos (em Krasnoarmejsk, tendo
como alvo dirigentes comunistas locais), acabaram por não surtir o efeito
desejado. Milhares de ucranianos saíram à rua, não apenas naquelas cidades mas
em dezenas de outras localidades, desafiando a vaga repressiva e mostrando que a
luta continua, por muito áspero que seja o jugo imposto pela oligarquia
autóctone vassala do imperialismo.
Em Donetsk, já este domingo, 3, as autoridades da
denominada república popular denunciaram que forças leais a Kiev bombardearam,
no dia anterior, com munições de elevado calibre, o centro urbano e os
arredores. Imediatamente foi contactada a missão da OSCE no território,
garantiram os responsáveis antigolpistas, citados pela Lusa, que apelaram, por
outro lado, ao cumprimento do cessar-fogo e à retirada das armas pesadas da
frente de combate. O mesmo fez, sábado à noite, o ministro dos Negócios
Estrangeiros da Rússia, noticiou também a agência de notícias
portuguesa.
3 comentários:
Nem tudo lhes convêm,que venha ao conhecimento de todos aqueles,que pelo menos desejam saber a verdadeira Verdade!
Estamos sempre no lugar certo.
Como sempre o PCP estâ presente na luta antifascista.
Bjo
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