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1- E
se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB) (1)?
2- E
se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra (PSDB)?
3- E
se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras,
Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alckmin (PSDB) colocou as do Sistema
Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações
da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?
4- E
se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e,
dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela
teria que ter presidido este país por quase trezentos anos para tê-lo comprado,
caso de FHC (PSDB) (2)?
5- E
se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a
revista Forbes a colocasse como detentora de um das maiores fortunas
brasileiras, como no caso do Serra (PSDB) (3) e sua filhinha?
6- E
se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro
que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um
Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37
as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático
de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres (Dem) (4); se
tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível
um ladrão é uma “atitude nazi-fascista” (sic), tendo a família envolvida em
grilagem de terras indígenas (5), como Gilmar Mendes (Ministro do STF) (6)?
7- E
se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na
operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na
Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro
tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de
fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a
assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha (PMDB) (6)?
8- E
se Dilma tivesse vendido uma estatal (7), avaliada em mais de 100 bilhões, por
apenas 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?
9- E
se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas
da família, como fez Aécio Neves (PSDB)?
10- E
se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de
narcotráfico internacional, gerando diversas reportagens na televisão norte
americana e agentes do DEA (Departamento Anti Drogas dos EUA) tivessem vindo ao
Brasil para investigá-la e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de
cocaína fosse apreendido em uma fazenda de um amigo pessoal e sócio dela como
ocorreu com Aécio Neves (PSDB)?
11- E
se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alckmin (8), José
Serra, Aécio Neves (todos do PSDB)...entre outros?
12- E
se Dilma estivesse acusada de receber propinas (9) da Petrobrás, como Aloysio
Nunes (PSDB) (10)?
13- E
se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da
empreiteira OAS (10) e ter achacado o Detran do seu estado, em 1 milhão de
reais, como fez Agripino Maia (DEM) (11)?
14- E
se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor
Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho
escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado (DEM) (12)?
15- E
se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão
de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do
sistema da Receita Federal, como Nardes (Conselheiro do TCU (13), ligado ao
PSDB)?
16- E
se a filha de Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista
junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC
suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de
Eduardo Cunha (PMDB)?
17- E
se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no
Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de
dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro (PSDB) (14)?
18- E
se Dilma, quando prefeita de Belo Horizonte, tivesse sumido com 166 milhões das
obras do Metrô, como Antônio Imbassay (PSDB) (15)?
19- E
se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de
votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois, como Cássio Cunha Lima
(PSDB)?
20-E
se Dilma, em sociedade com Mário Covas (PSDB) tivesse comprado uma enorme
fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um
aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira,
constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no
governo FHC (PSDB), sócio de Covas?
21- E
se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE (16) ter um patrimônio de 1,5
milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16
milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias (PSDB,
depois PV) (17)?
22- E
se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na
Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio (PSDB) (18)?
23- E
se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase
um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o
compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão
da dívida com o fisco e financiamento do BNDES (19), para quitar as dívidas da
empresa, como ocorreu no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da
Rede Globo de Televisão?
Certamente
Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento,
sem sequer evidências de crimes, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos
advogados dos réus “uma mulher honrada”, não estaria com os citados pedindo o
seu impeachment.
O
seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não
tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois.
Isto
é pedalada (20) e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.
Porque
é desonesta ou porque é um risco para os desonestos? Para apressar a tramitação
dos processos em curso ou para arquivá-los?
Texto
escrito por Francisco Costa
Notas
minhas
(1) Durante
o mandato de presidente da Câmara dos Deputados, está a ser investigado
pela Operação Lava Jato e foi denunciado pela Procuradoria-Geral
da República ao Supremo Tribunal Federal. Acusado de mentir na Comissão
Parlamentar de Inquérito da Petrobras, tem contra ele em aberto um processo
conducente à sua destituição como deputado por quebra de decoro
parlamentar. Em 3 de Março passado, o Supremo Tribunal
Federal acolheu por unanimidade, a denúncia do Procurador-Geral da
RepúblicaRodrigo Janot contra Eduardo Cunha por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro
(2) Fernando
Henrique Cardoso, ex-presidente da República, com boa influência na comunicação
social portuguesa.
(3) Senador,
colunista, ex-governador de S. Paulo, do PSDB, de que foi um dos fundadores.
Perdeu as eleições presidenciais contra Lula em 2002 e contra Dilma em 2010.
Perdeu a reeleição para governador de S. Paulo.
(4) Senador
pelo Partido Democratas (DEM), liberal, foi destituído em Julho de 2012 por
ligações a um “bicheiro”. Os bicheiros que operavam o jogo do bicho,
ilegal, acabaram por se tornar em mafiosos donos de bingos que dão lucros
milionários. Compram juízes, o apoio de políticos e a amizade de celebridades.
A Polícia Federal durante a Operação Hurricane, em 2007, revelou a
extensão do seu poder.
(5) O
termo "grilagem" provém da técnica usada para o envelhecimento
forçado de papéis, que consiste em colocar escrituras falsas dentro
de uma caixa com grilos, de modo a deixar os documentos amarelados (devido
aos excrementos dos insetos) e roídos, dando-lhes uma aparência antiga e, por
consequência, mais verosímil. A grilagem dos terrenos indígenas tornou-se
um poderoso meio de roubo das comunidades indígenas (e não só) por madeireiros,
criadores de gado e especuladores agrários que contam com a cumplicidade de
cartórios notariais de registo de bens.
(6) Juiz
do Supremo Tribunal Federal, com um largo conjunto de denúncias de traficar
influências, favorecer as posições dos partidos da oposição contra os governos
de Lula e Dilma e de, mais recentemente, ter deliberado pela impossibilidade de
Lula da Silva, integrar o governo de Dilma
(7) Empresa
pública, do Estado.
(8) Dirigente
do PSDB que disputou com Lula a reeleição deste sendo derrotado. É um dos mais
influentes e ricos dirigentes do PSDB.
(9) No Brasil, propina é
o dinheiro obtido ou fornecido de forma ilícita, como suborno,
em atos de corrupção. Principalmente pela sobrefaturação em obras públicas
exercido por políticos que por alguma razão tem influência na administração de
empreitadas contratadas por esses administradores e/ou gestores governamentais.
O fato é antigo no Brasil.
(10) Contra
ele decorre processo de acusação de recebimento de subornos para adjudicar
empreitadas de vulto ao empreiteiro em resultado de uma denúncia deste para
receber do Ministério Público os favores de redução de pena que sobre ele
incumbe.
(11) Empreiteira,
primeira vítima da Operação Lava Jato há anos atrás.
(12) Senador
pelo Estrado de Goiás.
(13) Tribunal
de Contas da União.
(14) Senador.
Presidiu ao Sindicato (entidade patronal) da Indústria da Construção do Estado
do Pará (Sinduscon/PA) e à Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). Também
é diretor daConfederação Nacional da Indústria.
(15) Deputado
federal.
(16) Tribunal
Regional Eleitoral de Amazonas.
(17) Senador
que mudou de partido para se poder candidatar às próximas eleições
presidenciais.
(18) Promotor
de justiça e político brasileiro Foi vereador em Campinas, deputado
estadual e deputado federal.
(19) Fundado
em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) é um
dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e, hoje, o principal instrumento
do Governo Federal para o financiamento de longo prazo e investimento em todos
os segmentos da economia brasileira
(20) Termo
que se refere a operações orçamentais realizadas pelas Finanças, não previstas
na legislação, que consistem em atrasar a passagem de verbas para bancos
públicos e privados com a intenção de aliviar a situação fiscal do governo num
determinado mês ou ano, apresentando melhores indicadores económicos ao mercado
financeiro e aos especialistas em contas públicas.
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