quarta-feira, março 23, 2016

Hoje, 22 de Março - páginas de um (quase) diário

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Hoje, foi mais um dia de terror e medo.

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Mas há, de um lado, os seres humanos que são terroristas e, do outro lado, os seres humanos que têm medo; de um lado, os seres humanos que se fazem morrer e, do outro lado, estejam os seres humanos que têm medo de ser mortos?

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É esta a linha que divide nós dos outros; o terror dos outros do medo de nós; o deus (os deuses) de nós, o juíz, do deus (os deuses) dos outros, o réu; os outros carrascos de nós que ardemos em autos de fé.  

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Mas não somos nós os outros e não são os outros o nós?; não é a minha desmesurada abastança de tudo a tua desumana fome de tudo?

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As palavras dizem "vamos unir-nos contra os outros" quando os outros são paridos pelos nossos actos. 

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Atiro perplexidades, que se querem lúcidas, para este diário de horrores E DE ESPERANÇA.

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... porque de luta, e porque gosto de ler coisas como esta, quanto me magoam, me ferem, as razões os motivos que levaram a que fossem escritas:
Tal como a pobreza, a fome, o desemprego, os baixos salários, a criminalidade, a degradação cultural, artística, social e ambiental, também o terrorismo é resultado da acção dos NOSSOS governos.
Se queremos resolver o terrorismo, temos de acabar com a política de direita aqui. Se queremos só fingir que resolvemos para que mais tarde o terrorismo caia mais violento ainda sobre nós, basta agitar as bandeiras do ódio. As mesmas que, pintadas com estrelinhas sobre um fundo azul, com ou sem riscas vermelhas, se fizeram passar por bandeiras da democracia.
Miguel Tiago

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Em todos os aquis. E impedir-nos de deixar criar os corvos que nos arrancarão os olhos.

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