A tarefa (assim tomei as iniciativas e/ou convites, com gosto e proveito) de falar sobre a revolução de Outubro na passagem do seu centenário obrigou-me (repito: com gosto e proveito!) a reflectir, a ler e reler coisas para a necessária actualização da informação sobre factos e período, factos e período que são fruto e rumos da História da Humanidade. E a fazê-lo, obviamente, no momento vivo/vivido da luta de classes, em que a luta ideológica e, nesta, o papel da comunicação, são fulcrais.
As referências inevitáveis ao 7 de Novembro e a Lenine foram esclarecedoras. Pela positiva, quando se vê ou pressente a procura objectividade para as análises, independentemente das posições político-ideológicas de quem as faz; pela negativa, quando a "informação" se revela abjecta por apenas procurar cumprir o papel sabujo de mentir, caluniar, insultar. Enquanto no pouco tempo livre (ou por mim liberto...) saboreava páginas de ensinamentos de Barata-Moura Sobre Lenine e a Filosofia, tropecei em/cito dois exemplos retirados da "nossa" informação...
Foi num jornal dito de referência que encontrei a raiz para uma reflexão (lenta, demorada), a partir de uma observação sobre a posição de Putin sobre e em Volgogrado, recusando (noutros termos, claro...) a demonização de Estaline e o seu apagamento da História versus a excessiva bondade no tratamento do papel de Lenine (nalguns lados, objecto de culto). O ataque sem tréguas (nem quaisquer peias de vergonha ou simples bom senso) ao comunismo passa por etapas e tem sempre o carimbo da fulanização, como seria inevitável num lado das abordagens que tudo analisa numa perspectiva do indivíduo, do homem uno e só a fazer a História. Pode quase dizer-se que Estaline serve, e serviu tanto que já está arquivado e só é referido como anátema e repulsa ou, surpresa..., porque não foi esquecido na cidade que teve o seu nome como referência e memória da resistência mais heróica de um povo ao avanço nazi e assim lembrado pelos habitantes da cidade agora crismada, pode muito fazer-se para apagar que o Exército Vermelho - se acaso existiu... - foi o que primeiro chegou a Berlim, e etc. E parece ser Lenine, se poupado pela "informação de classe", a modos de contraponto, o senhor que se segue na demonização fulanizada, arrumado que estará o "outro". É certo que, por exemplo com o aproveitamento do misterioso (?) assassinato de Trotsky, o currículo do tal de Lenine tem estado a acumular provas de malfeitorias que algumas franjas vão fornecendo, e têm ficado de reserva para uso oportuno.
Pois terei encontrado um caso desse uso oportuno numa coluna de referência bibliográfica do express(iv)o semanário, de onde retiro a seguinte frase, no meio de muitas outras aleivosias de semelhante jaez:
"... tal como noutra fase (Lenine) quis que os camponeses passassem fome, para acelerar a revolução..."
E não perco mais tempo, que ele é cada vez menos para tanto ainda a/por fazer...
1 comentário:
Pode-se,ou não,ser Leninista,mas haja honestidade intelectual!Quem escreve uma aleivosia (utilizo o termo,porque é isso mesmo)dessa,não tem inteligencia nem noção
que o que escreve é lido,não só por analfabetos com diploma,mas também, por gente informada.Bjo
Enviar um comentário