terça-feira, março 31, 2020

Esperando acontecer?!


de quase-diário (acompanhando):

(...)
Acompanho…

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anunciado
mínimo
Máximo
13-Mar
245
245
245
14-Mar
331
318
340
15-Mar
448
414
474
16-Mar
642
538
659
17-Mar
785
700
917
18-Mar
1020
911
1275
19-Mar
1280
1185
1774
21-Mar
1600
1541
2468
22-Mar
2060
2004
3433
23-Mar
2362
2606
4775
24-Mar
2995
3389
6642
25-Mar
3544
4408
9239
26-Mar
4268
5732
12852
27-Mar
5170
7454
17876
28-Mar
5962
9694
24866
29-Mar
6408
12607
34587
30-Mar
7443
16395
48110
Acompanhei, isto é, li o trabalho do matemático Buescu, que achei interessante e me ajudou, e dele retirei um quadro com os números de infectados anunciados a 13 de Março e as projecções resultantes do estudo realizado, com outros dados, ou dados de outros.

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Pareceu-me que, na gama de hipóteses, deveria dar prioridade ao número de casos infectados

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É evidente que o número de mortos é, ao fim de tudo… como ao fim de tudo é, o que mais nos deveria preocupar, mas acção política (e cidadã) deve ter em atenção prioritária como está a correr a detecção de casos, enquanto, obviamente, se tomam medidas – de emergência e o que forem – a partir desses dados, o mais fiáveis possível, no que respeita a meios de combater epidemia, pandemia, ou o que lhe queiram chamar.  

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A letalidade é muito importante, sobretudo por níveis etários, e correlacionada com a estrutura demográfica dos Estados, mas pareceu-me que na fase em estávamos importava dar prioridade ao acompanhamento da evolução dos infectados face a previsões que tomava como bem fundadas.

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A que teria de corresponder o bem fundado das informações oficiais.

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Ao fim e ao cabo, num misto de procura de informação pessoal sobre o “estado em que estamos” com ocupação útil de uma relativa desmobilização de outras preocupações e tarefas, também e muito, uma “diversão” ou “terapêutica” para eventuais tédios…

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 Assim, fui comparando o previsto com o acontecido, ou anunciado como tal.

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Simples auxiliar de… acompanhamento, há uma enorme distância entre o projectado e o anunciado, que acompanha os mínimos do intervalo previsto até ao que foi anunciado a 23.03 e depois diverge para baixo.

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Assim sendo, face ao que acompanho, ou i) as projecções eram catastróficas, ou ii) os números anunciados estão longe da realidade, ou iii) as medidas tomadas foram muito eficientes no objectivo de atacar a pandemia e está a “achatar-se” a curva dos infectados como pretendido.

segunda-feira, março 30, 2020


Agenda
30 MARÇO
, 17:00

Audição Pública 
«Produção e Soberania Alimentar» 
transmitida em directo em 
e nas contas do PCP nas redes sociais.

domingo, março 29, 2020

Lido e comentado

Lido (do Público):

A humanidade fecha-se em casa e a natureza agradece, porque se a pandemia entre os humanos está a ser uma tragédia, para ela está a ser uma bênção. Com as fábricas paradas ou a meio gás na Europa, nos Estados Unidos da América, na Índia, na China, para apenas referir alguns dos maiores poluidores mundiais, os gases com efeitos de estufa caíram e a qualidade do ar do planeta melhorou substancialmente. À força, o mundo aproximou-se dos padrões definidos no acordo de Paris para o clima e esta é, ou deveria ser, uma lição a ter em conta na altura em que sairmos desta crise sanitária global.
À agitação da globalização, levados pelo imperativo de produzir para consumir e consumir para produzir, sucedeu esta quietude de confinamento, e ficámos reduzidos a uma certa essencialidade de bens, já pouco importando o último modelo de automóvel ou a derradeira tendência da moda do prêt-à-porter. 
O espectáculo da posse a que fomos sujeitos de pouco vale quando a vida e a sua manutenção é o que agora mais importa.
É certo que há vozes prontas a colocar nos pratos da balança uma escolha entre a economia e a sobrevivência, dispostas até ao sacrifico de alguns sob um argumento digno de práticas eugenistas por “apenas se tratar das vidas das pessoas mais velhas”. Na revista alemã Der Spiegel, destaca-se em título que “sim, podemos colocar nos pratos da balança os danos económicos contra as vidas humanas”, e quando chegamos aqui, quando a vida de um idoso não vale o sacrifício da economia, o niilismo venceu. E às urtigas o juramento de Hipócrates, essa promessa solene dos médicos de consagrar a vida ao serviço da humanidade, às urtigas aquele mínimo que faz de nós uma civilização gerida por padrões humanistas. E quem assim pensa, nem sequer se dá conta que o vírus pode ter mutações e dizimar gerações, velhos e novos.

Surdos e cegos

Esses que pretendem colocar as máquinas em marcha em nome da economia são também os mesmos que estão surdos e cegos ao planeta, os mesmos que são indiferentes à cor do céu em Wuhan e Pequim (sem o seu habitual manto de poluição), os mesmos que teimam em não ver a importância da transparência das águas nos canais de Veneza
Há menos de um mês, quase todos nós estávamos hipnotizados no quotidiano consumista, minados pelo vírus do desperdício. Sem quase nos apercebermos, tínhamos a ideia de felicidade associada à posse, sendo que muitas das nossas necessidades eram/são criadas de forma artificial pela publicidade, boa parte delas ecologicamente não sustentável, e tudo isso para manter a concorrência entre empresas, obrigá-las a produzir cada vez mais, um produto dando sempre lugar a um novo produto, numa espiral sem fim, sempre no pressuposto do nosso consumo bulímico. 
Numa altura em que os governos procuram relançar a economia, debaixo do receio e das exigências dos mercados financeiros (insensíveis e amorais à vida), arriscamos a voltar ao mesmo e a rebentar de vez com o planeta. A agricultura industrial é um bom exemplo. Ela repousa sobre as energias fósseis, desde a maquinaria aos pesticidas, a maioria nocivos para o ambiente, nocivos para a saúde. E ao ritmo a que estávamos, grande parte dos insectos arrisca-se a desaparecer em menos de um século, o que é muitíssimo mais problemático do que as suas eventuais picadas. A sua taxa de extinção é mais acentuada do que a dos mamíferos, pássaros ou répteis. É uma catástrofe anunciada. Outra catástrofe. Basta pensar na polinização e na sobrevivência de inúmeros ecossistemas. Mas podíamos falar da moda, dos transportes, de quase tudo o que se foi tornando em hábito…
Nesta altura em que estamos numa emergência de saúde pública, com consequências devastadoras sobre os nossos quotidianos, o que se reerguer daqui não pode deixar de ter em conta o que não conseguimos fazer até aqui para salvaguardar o planeta e o clima da Terra. E se precisamos da ciência para nos tirar deste momento de aflição, precisamos da filosofia para hierarquizar prioridades. A nossa felicidade não pode ser indissociável da manutenção do equilíbrio da natureza, porque para o planeta nós é que estávamos a ser o vírus. 
Jornalista


Comentário (retirado do quase-diário que estava a ser escrito):

Neste momento, repito e sublinho: neste momento em que tanto se diz e tantos dizem tanto, o que menos importa é quem foi o primeiro a dizer… o que quer que seja.

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Também de uma outra maneira, e para fugir a desafios de descoberta de culpados expiatórios (e respectiva manipulação e diversão) menos importará quem foi o infectado zero, melhor se diria nº 1 do que travar a pandemia.

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Neste momento, além de haver mesmo que encarar a sério o que é sério, há que comparar como se enfrenta o grave problema que ataca a humanidade (e a natureza, de que o humano é parte), ser-se capaz, um-a-um e muitos como colectivo, de distinguir entre os objectivos societais.

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Só com a coragem – que alguns têm sempre, e muitos só quando é necessário – de denunciar e combater o interesse individual, egoísta, e de lutar pela prevalência do humano, do social, do solidário, estamos a construir o futuro.

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Para que haja futuro e Humanidade.

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A começar por não dizer fui o primeiro a dizer..., vens tarde porque já foi dito...

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… dito?... e feito?

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Houve alguém/alguns que foi/foram coerente/s com o dito e dessa coerência fez/fizeram o que feito foi? Quais?, Porquê?

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Do conhecimento de quais e porquê não há que o/os tornar ídolos individuais ou vértices metafísicos, não há que criar cultos de pessoais ou de grupo.

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Importa, sim, conhecer, divulgar o/s exemplo/s, seguir o/s mestre/s, falíveis, erráticos como qualquer ser humano.

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Mas há que lembrar que, se existe uma questão – e muito importante – na relação entre o ser humano e a natureza, o ser humano é também natureza, e há uma questão a montante: a da relação do ser humano com o ser humano, a relação social,

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Do tipo desta, da que predomina na/s formação/ões social/ais, histórica/s, resulta a relação da Humanidade como um todo com a natureza, de que o ser humano faz parte.

sábado, março 28, 2020

Citações em estado de virulência - 3

«(...) "Estoy en la cama con gripe" —pero qué transmite eso de la gran experiencia; cómo ha cambiado de forma el mundo; los instrumentos del trabajo se distancian; los sonidos festivos son tan románticos como un tio vivo que se oye al fondo de campos muy lejanos; y los amigos han cambiado, asumiendo unos una belleza extraña, otros deformados, achaparrados como sapos, mientras el panorama general de la vida es tan remoto y bello como la costa vista desde un barco en alta mar, y él se siente en la cima de la exaltación y no necesita ayuda humana ni divina, o se arrastra pasivo en el suelo contento de la patada de una sirvienta— , la experiencia no se puede transmitir y, como ocurre siempre con estas tonterías, el propio sufrimiento sólo sirve para despertar en la mente de los amigos recuerdos de las gripes, dolores y sufrimientos que ellos pasaron sin lamentarse el febrero último y que ahora piden a gritos desesperadamente el divino alivio de la compasión.(...)»

Fuente: Primeras páginas del libro de Virginia Woolf De la enfermedad, escrito en 1925 a petición de T. S. Eliot, para ser publicado en la revista New Criterion.»
em



hoje,
28 de Março

LIDO E COMENTADO - As relações laborais para debaixo do tapete?


Público:


São milhares de trabalhadores: 
PCP junta denúncias que mostram as fugas à lei laboral

Lojas, fábricas, hotéis, call centers – boa parte do mundo laboral está suspenso. 
As empresas tentam resistir à crise contornando a lei laboral. 
Despedimentos, contratos não renovados, férias forçadas, layoff, redução de horário 
e de salário são alguns truques usados.

São já às dezenas e chegam de todo o país, da indústria à restauração, dos transportes ao sector social, passando pelas lojas e hotelaria. Mostram como as leis laborais estão a ser violadas todos os dias e vão antecipando a imagem de um mercado de trabalho debilitado por uma crise que não tem ainda fim à vista. À caixa de correio que o PCP criou na passada semana para receber denúncias de atentados a direitos dos trabalhadores (denuncia@pcp.pt) têm chegado dezenas de casos diariamente, alguns sobre centenas de trabalhadores da mesma empresa.

“No essencial, 90% são questões laborais, seja despedimentos, não renovação de contratos, férias forçadas, layoff com perda de rendimentos, mudança de local de trabalho”, descreve ao PÚBLICO João Frazão, da comissão política do Comité Central do PCP. A outra fatia corresponde a denúncias de especulação de preços ou sobre insuficiências nos serviços públicos como centros de saúde fechados, acrescenta.

Não somos capazes de quantificar trabalhadores atingidos. Em alguns casos os trabalhadores indicam-nos números, noutros reportam a situação geral” do que está a acontecer nas empresas, conta o dirigente comunista. Mas João Frazão admite que se chegue já a vários milhares de postos de trabalho afectados – boa parte mesmo cortada.

Questionado sobre a fiabilidade dos casos que está a tornar públicos através de denúncias que o partido recebe por via electrónica, João Frazão garante: “Asseguramos que as informações que publicamos são verdadeiras. Fazemos essa triagem com trabalhadores que são membros do partido, com as comissões de trabalhadores, com delegados sindicais, com as circulares que são distribuídas internamente nas empresas e com documentos que são enviados aos trabalhadores.”

E o que fazer agora com tantas denúncias? Revelar publicamente o que está a acontecer e pressionar o Governo no “reforço imediato de meios humanos” da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) para que esta possa fiscalizar a acção das empresas e sancionar as que violam a lei laboral. Mas também mostrar que é de facto “imperativo proibir despedimentos” durante a pandemia.


A declaração de emergência... 
e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores?
Menos importantes que os da livre empresa
em economia como a Constituição consagra? 
Estamos perante uma revisão constitucional 
feita virulentamente?

Citações em estado de virulência - 2


«(...)Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que tem uma visão privilegiada sobre a economia portuguesa e europeia, deixa-nos um aviso sério: se a Europa não tiver um mecanismo de partilha de risco da dívida podemos ter nova crise da dívida e a zona euro “corre o risco de quebrar”

António Saraiva, presidente da CIP e ‘patrão’ dos patrões, que acompanha de perto o que se passa na vida das empresas. não hesita em afirmar que “esta será a pior crise que já vivemos”. Considera também “premonitório” o facto de ter sido colocado o ministro da Economia na concertação social. (...)»


em Expresso Economia, hoje


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que concerto...
sem conserto!

Citações em estado de virulência - 1










no Público de hoje

Notícia (entre as muitas significativamente ignoradas)

Brigada médica cubana llegará a Angola para combatir nuevo coronavirus


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Unos 256 especialistas y profesionales de la salud de Cuba, integrantes de la brigada Henry Reeve, llegarán a suelo angolano para combatir la propagación del nuevo coronavirus SARS CoV-2, declarado pandemia el pasado 11 de marzo por la Organización Mundial de la Salud (OMS).
Según publica la embajada cubana en esa nación africana en su cuenta oficial en Twitter, los galenos de la mayor de las Antillas se unirán a los esfuerzos que ya realiza el gobierno de Luanda para enfrentar el virus, causante de la COVID-19.
“La Televisión Pública de #Angola (TPA) informa que aproximadamente 256 profesionales de la salud de #Cuba se unirán a los esfuerzos de este país africano para enfrentar el COVID-19. #CubaSalvaVidas”, tuiteó la sede diplomática.
Con anterioridad, el pasado día 23, Sílvia Lutucuta, ministra de Salud de la República de Angola, expresó públicamente la decisión de su gobierno de solicitar ayuda médica a Cuba, debido a la amplia experiencia de los profesionales de la isla en el combate a diversas enfermedades.
En días recientes la nación antillana ha puesto a disposición de países necesitados varias brigadas médicas, las cuales ya laboran en Venezuela, Nicaragua, Belice, Surinam y en la norteña región italiana de Lombardía.
Cuba y Angola establecieron relaciones diplomáticas el 11 de noviembre de 1975, y desde entonces mantienen vínculos históricos forjados en la lucha por la independencia y defensa de la soberanía de la nación africana.
Ambas naciones han desarrollado relaciones de cooperación en sectores como salud, construcción, educación, ciencia y tecnología, agricultura, defensa, energía y recursos hidráulicos.
En Angola prestan servicio más de 800 cooperantes cubanos de la salud y más de mil de la educación, mientras que en la nación caribeña estudian más de dos mil jóvenes angoleños y se han graduado unos siete mil profesionales.
(Con información de Granma)
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sem comentários!