SEJAMOS SÉRIOS QUE O CASO É SÉRIO
Pronto! Convenceram-me.
Convenceram-me do que não
estavam convencidos mas de que acabaram por se convencer.
Convenceram-me do que (antes
de virem a estar convencidos) me queriam convencer. Pelo medo, pelo pânico, pelo “demónio” vindo
da China.
Estou convencido. A situação
é mesmo muito grave!
Estou convencido. Não só porque,
no mundo de consciência do mundo em que nasci e vivo – na superstrutura de
formação social capitalista… deixe-me eu de eufemismos –, a minha situação
individual se assustou. E se assustou porque eu posso ser infectado, porque eu posso
ter a despensa vazia e, por isso, devo enchê-la, porque eu não posso ir domingo
à bola ver o meu clube vencer o adversário, chamar macaco a um preto que mete
golos na balisa que é minha ou à mãe do árbitro, porque eu não posso ir aos
Estados Unidos fechar aquele negócio ou porque eu tenho de cancelar aqueles
dias de férias… p’ráqui sem aviões e com os hotéis fechados.
Estou convencido porque,
além da informação em que não confio, tenho acesso a alguma informação
alternativa, e – mais decisivo ainda – porque a realidade da gravidade do
estado do mundo em pandemia se impõe. Porque a consciência do momento-mundo que
estamos a viver me faz acreditar no que habitualmente desconfio. Com comprovadas
razões fortíssimas para não confiar.
Façamos (tempo do verbo em
plural majestático) a retrospectiva, sem entrar em teorias da conspiração que
já vimos insinuadas em alguma informação alternativa:
Numa aldeia-cidade da China
(com dezenas de portugais como habitantes) apareceu e expandiu-se um vírus, que
não era desconhecido (houve conferências a propósito no mundo capitalista há 20
anos, de onde sairam projectos de pesquisa que ficaram em projecto…). O Estado
chinês, como era sua obrigação, deu conta da situação ao mundo (ao mundo
inteiro-OMS), e atacou a situação e previsível evolução dentro do seu enorme
território, com a sua imensa população. No seu Estado, tal como organizado. Dito
de dois-sistemas.
Logo a comunicação-ao-serviço,
a mediatização da super-estrutura capitalista, começou a (a)guerr(id)a campanha.
Em plena liberdade neoliberal.
Era uma oportunidade na
guerra comercial, económica, total, em que está com este inimigo (ela é uma
super-estrutura carente e à cata de inimigos, e aquele, com a ideia peregrina
de “dois sistemas”, é um proto-inimigo).
Foi um ver se te avias.
Contrafeito o arranque, teve
de ser moderado porque a epidemia entrou no desigual e desequilibrado mundo
capitalista (parte dominante do mundo total que se considera – a si próprio –
como global, como único, como final da evolução da espécie humana). A criar
problemas.
Ao mesmo tempo, pediu-se à
ciência respostas urgentes, que tinham sido adiadas por… questões orçamentais e
outras que tais. À maneira de cada um para si, de salve-se quem puder, enquanto
se procura um horizonte de oportunidades, de terapêuticas, de vacinas, de
negócios.
E a pandemia transformou-se
em pandemónio!
Exemplo “à mão”, caseiro… e
modesto.
Entretanto, a China faz o
seu caminho.
Um povo com um Estado… e em
estado de resolver coisitas (mesmo as muito graves) como esta. Porque a a consciência
(a superstrutura) é outra. Não prevalece o individual, a pessoa (e parentes ou
próximos) mas o colectivo, o povo.
O futuro.
2 comentários:
Não se pode ocultar a realidade a partir de uma certa altura.A China tem dado uma grande lição e feito moderar os media sempre prontos a tirar proveito das circunstâncias.Bj
Óptimo artigo para consciencialização atempada de acção-conhecimento e conhecimento-acção. Vale sempre uma "despensa" ter/ser o que/quem sabe bem.
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