Procuro informar-me e recordo. E é quase um jogo. Não de joguinhos polítiqueiros.
Cada leitura que me informa, provoca processos de recapitulação (atenção, bem diversos de capitulação...), e tudo me parece matéria dada.
Depois da regionalização, em que se confunde, deliberadamente, descentralização com desconcentração ou com endosso de obrigações sem facultação de meios, há esta dos gestores, a nova "classe", CEO, ou lá o que era.
E lembro, há 40 anos, quando se cumpria a CRP (isto é, a Constituição da República Portuguesa, aprovada por larga maioria - só não foi por unanimidade porque o CDS votoucontra - numa Assembleia Constituinte eleita por esmagadora maioria dos cidadãos portugueses praticamente todos recém-recenseados após o 25 de Abril de 1974, com uma abstenção que nunca mais se repetiu), pois dizia eu..., há 40 anos havia um sector público de uma economia mista (público, privado, cooperativo) e começaram a aparecer os tais gestores. Entretanto, as escolas que eram de economia e de finanças foram-se metamorfoseando em escolas de gestão, mudando nome e tudo (agora é em inglelixe-se).
Pois bem, os gestores das empresas do sector público pareciam destinados a provar que boa era a gestão privada. Por graça (sem graça nenhuma...), lembro-me que dizia, em intervenções que ia fazendo aqui e ali, que havia gestores de empresas públicas que me lembravam condutores de táxi a quem o cliente, desconhecedor de itinerários do burgo, pedia que os levassem às Berlengas. E vai eles conduziam muito bem o conduzido, dando voltas e mais voltas, queixando-se do nevoeiro e da falta de auto-estradas, "esquecendo-se" de dizer que às Berlengas só se pode ir de barco!
Depois, veio a leva das privatizações e eles aí estavam, impantes, os gestores a gerirem, a serem elogiados, a estenderem o pescoço para lhes meterem pela cabecinha o colar de doutores honoris causa e respectivo diploma. Querem nomes? Estão no rol dos arguidos em processos do Ministério Público. Presos? Poucos, só arguidos. Mas que geriram bem algumas continhas de suas contas pessoais, lá isso parece bem que sim.
Hoje, soube que os gestores do banco onde tenho conta minha (pequenina) serviram-se do meu dinheirinho (e de muito de outros como eu) para entrar em transacções com 70% de desconto de não sei que vendedores para não sei que compradores. O meu rico dinheirinho... mas cala-te boca, que ainda te confiscam a conta!
1 comentário:
E até houve um muito famoso,"tão...tão",que até foi condecorado.É mesmo para azedar.Bjo
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