sexta-feira, julho 10, 2020

Na crista das ondas da informação - critérios... elucidativos

Fui, de súbito, desperto para um grave problema nacional: o preenchimento do lugar de director do Museu do Aljube por Rita Rato. 
Já tinha reparado nessa questão em qu'estamos, e confesso que, para mim, fora novidade quando, há uns dias, a vira noticiada. Perguntei-me: a Rita Rato?, porquê e como?.
Fui ver (Fui-te ver estavas lavando/no rio sem [as]sabão/lavas com águas de rosas/lavas com águas de rosas/fica-te cheiro na mão...)
Fiquei informado: tinha havido um concurso, com regulamento e júri, houvera mais de 60 candidatos ao lugar, a cidadã Rita Rato, cuidando-se habilitada ao lugar, concorrera, o júri fez sucessivas triagens (de acordo com o regulamento) e, por fim, decidiu: a candidata em melhores condições é Rita Rato! Estou esclarecido, pensei eu, e voltei a pensar noutras coisas em que não tinha deixado de pensar.

De súbito, a Rita Rato passou a ser assunto. Ela. que não o fora quando fizera excelentes intervenções na AR, quando fora candidata a deputada pela emigração e fora envolvida numa redoma de silêncio.
Como era possível ter sido escolhida? Que escândalo?... e foi um ver se t'avias! Ainda pensei , ingénuo que sou, que os indignados viessem  refutar o concurso, o regulamento, o júri. Mas não, o alvo era Rita (quere-se dezer: o Partido dela!. Não faltou quem opinasse, em coro com solistas, e foram buscar uma resposta que Rita, não sei a quem nem porquê, dera a uma pergunta, resposta em que dissera que não lera não sei que livros. 
Senti-me forçado a interessar-me, até porque, hoje, um historiador encartado escolheu para sua colaboração semanal (ali!,... porque é vária e em variados orgãos), o tema. Quase impondo uma condição extra-concurso, ao jeito daquelas que antes, no antigamente, para entrar para a função pública tinha de se  fazer uma declaração em que o candidato rejeitava ideias subversivas (para subverter o quê e quem?). Isto perorado em texto publicado na última e nobre página de um jornal dito de referência.
Por curiosidade fui ver se havia alguma reacção ao momentoso caso Rita Rato, nas preocupações maiores do Partido dela. E fiz o rol:



DECLARAÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA






INTERVENÇÃO BRUNO DIAS

O Parlamento tem de impedir as práticas inaceitáveis que os fundos internacionais estão a impor aos lojistas

2 comentários:

Olinda disse...

Genial abordagem ao "prurido"do momento,motivado pelo vírus do anti-comunismo.Bjo

João Baranda disse...

Vamos ao cerne da questão. 1) Tratou-se de uma nomeação após concurso o que é sempre melhor que nomeações políticas 2) Tenho a absoluta certeza de que Rita Rato conhece a história dos Gulags 3) O ter dito que nunca leu nada sobre o assunto deve enquadrar-se no contexto da luta politico-partidária; obviamente que Rita Rato conhecerá a temática 4) Mais valeria assumir frontalmente que os Gulags existiram (existem?) e que durante o período soviético foram uma forma de reeducar / reabilitar cidadãos que cometeram ilícitos. 5) Acresce que o Museu do Aljube, Liberdade e Resistência trata sobretudo da temática nacional pelo que a sua diretora nem sequer precisará de se comprometer muito sobre este não assunto ... é deixar falar daqui a umas semanas já todos se esqueceram.