Fui, de súbito, desperto para um grave problema nacional: o preenchimento do lugar de director do Museu do Aljube por Rita Rato.
Já tinha reparado nessa questão em qu'estamos, e confesso que, para mim, fora novidade quando, há uns dias, a vira noticiada. Perguntei-me: a Rita Rato?, porquê e como?.
Fui ver (Fui-te ver estavas lavando/no rio sem [as]sabão/lavas com águas de rosas/lavas com águas de rosas/fica-te cheiro na mão...).
Fui ver (Fui-te ver estavas lavando/no rio sem [as]sabão/lavas com águas de rosas/lavas com águas de rosas/fica-te cheiro na mão...).
Fiquei informado: tinha havido um concurso, com regulamento e júri, houvera mais de 60 candidatos ao lugar, a cidadã Rita Rato, cuidando-se habilitada ao lugar, concorrera, o júri fez sucessivas triagens (de acordo com o regulamento) e, por fim, decidiu: a candidata em melhores condições é Rita Rato! Estou esclarecido, pensei eu, e voltei a pensar noutras coisas em que não tinha deixado de pensar.
De súbito, a Rita Rato passou a ser assunto. Ela. que não o fora quando fizera excelentes intervenções na AR, quando fora candidata a deputada pela emigração e fora envolvida numa redoma de silêncio.
Como era possível ter sido escolhida? Que escândalo?... e foi um ver se t'avias! Ainda pensei , ingénuo que sou, que os indignados viessem refutar o concurso, o regulamento, o júri. Mas não, o alvo era Rita (quere-se dezer: o Partido dela!. Não faltou quem opinasse, em coro com solistas, e foram buscar uma resposta que Rita, não sei a quem nem porquê, dera a uma pergunta, resposta em que dissera que não lera não sei que livros.
Senti-me forçado a interessar-me, até porque, hoje, um historiador encartado escolheu para sua colaboração semanal (ali!,... porque é vária e em variados orgãos), o tema. Quase impondo uma condição extra-concurso, ao jeito daquelas que antes, no antigamente, para entrar para a função pública tinha de se fazer uma declaração em que o candidato rejeitava ideias subversivas (para subverter o quê e quem?). Isto perorado em texto publicado na última e nobre página de um jornal dito de referência.
Por curiosidade fui ver se havia alguma reacção ao momentoso caso Rita Rato, nas preocupações maiores do Partido dela. E fiz o rol:
JERÓNIMO DE SOUSA NO PORTO
Portugal precisa de pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento do País
DECLARAÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA
Deturpação da proposta do PCP de redução das rendas aos pequenos lojistas dos centros comerciais
INTERVENÇÃO DE ANTÓNIO FILIPE
A produção nacional é necessária para defender a soberania. E a soberania é necessária para garantir e promover a produção nacional
10
JUL.
Audição «Por uma Administração Pública ao serviço do povo e do País»
Canais do PCP na Internet, 17:00
Só ninharias... nada sobre Rita Rato!
2 comentários:
Genial abordagem ao "prurido"do momento,motivado pelo vírus do anti-comunismo.Bjo
Vamos ao cerne da questão. 1) Tratou-se de uma nomeação após concurso o que é sempre melhor que nomeações políticas 2) Tenho a absoluta certeza de que Rita Rato conhece a história dos Gulags 3) O ter dito que nunca leu nada sobre o assunto deve enquadrar-se no contexto da luta politico-partidária; obviamente que Rita Rato conhecerá a temática 4) Mais valeria assumir frontalmente que os Gulags existiram (existem?) e que durante o período soviético foram uma forma de reeducar / reabilitar cidadãos que cometeram ilícitos. 5) Acresce que o Museu do Aljube, Liberdade e Resistência trata sobretudo da temática nacional pelo que a sua diretora nem sequer precisará de se comprometer muito sobre este não assunto ... é deixar falar daqui a umas semanas já todos se esqueceram.
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