terça-feira, janeiro 31, 2006

O que mudou - V

Não me lembro que em 1958 alguém, em S. Tomé, me tivesse dado mostras da sua predilecção clubista relativamente ao futebol da metrópole. E eu, então, deveria estar mais sensível a esse tema que hoje, “doente” que era do Sporting, lagartão impe®tinente, conhecido por “leão de Ourém”.
Pois, agora, o “doente” não sou eu – que me julgo curado de tal maleita… –, mas sim muitos dos santomenses (e principianos) que do futebol luso tudo sabem. Vantagens (?) das novas vias de comunicação.
Ser abordado por velhote (talvez bem mais novo que eu…) que me diz, orgulhosamente, ser tio do Luís Boa-Morte, quererem discutir comigo o decurso do campeonato português e o último escândalo da arbitragem sem eu ter “bagagem” para poder “entrar em jogo", foi experiência nova e significativa.
Até se chega ao ponto de uma banda mais ou menos rock, composta apenas por elementos femininos, se chamar… “no name girls” em implícita conotação com a claque do Benfica dos “no name boys”.
Foi realmente uma demonstração de que muito mudou. Porque os meios de comunicação mudaram, e o nosso património cultural passa pela universalidade do fenómeno desportivo-futebolístico. Um pouco como ópio do povo, servido pela SportTV.
E como foi na primeira “bomba” em que enchemos o depósito, à saída da cidade de S.Tomé, que comecei a confrontar esta mudança na t-shirt orgulhosamente benfiquista que o jovem que nos abastecia ostentava e só de futebol falava, aqui deixo testemunho de uma outra operação de abastecimento, dias depois, em S. João de Angolares, após termos tido alguma dificuldade em encontrar a “estação de serviço” que esperávamos ter à beira da estrada com cartazes e sinais de identificação por nós reconhecíveis…

Se repararem bem,

lá ao fundo está outro “posto de abastecimento”…

2 comentários:

Anónimo disse...

O que é preciso é abastecer...
É incrível quando percebemos a magia que uma bola desencanta nos miudos em qualquer parte do mundo. Desde o Nepal ao Zambujal as pernas magricelas e salpicadas de nodoas negras parecem sempre as mesmas.

Anónimo disse...

O desporto poderá (é!) ser uma forma, de unir os povos!
Mas futebol???
Forma tão própria de se abastecerem!
O cheiro da gasolina, não “lhe” terá afectado as cordas vocais?
Grandes aventuras!

GR