sexta-feira, janeiro 20, 2006

Se me dão licença...

Não venho aqui dizer certezas. Se tenho convicções – e tenho! –, fujo das certezas. Venho só deixar algumas reflexões sobre estas eleições presidenciais, reflexões que me são provocadas e me fizeram saltar os dedos para as teclas do computador.
Nesta manhã, em que acordei a ouvir rádio, torna-se-me evidente, ainda mais do que em outras eleições, a utilização das sondagens como instrumento da campanha política.
Ao longo de semanas e meses, a fortíssima máquina promocional da candidatura de Cavaco Silva veio criando o ambiente de uma vitória inevitável, esmagadora, de Cavaco Silva. As sondagens foram utilizadas despudoramente para a criação desse ambiente.
Nos últimos dias aconteceu o que seria previsível, ou que tenho a pretensão de ter previsto. Como as vitórias anunciadas só se concretizam pelo voto, seria perigoso para as intenções de quem está por detrás da candidatura de Cavaco Silva que esse ambiente levasse à desmobilização do potencial eleitorado por “não valer a pena”, por estar “no papo”.
Por isso, com a utilização mais que despudorada escandalosa das sondagens, aí está o alerta para a necessidade de levar a votar por Cavaco Silva… porque a margem se tornou escassa e é preciso votar no domingo!
Mas não só. Simultaneamente, passa-se a “mensagem” de que há apenas utilidade nos votos em Soares ou Alegre nesta eventualidade de uma 2ª volta. O que é falso!
Em eleições como esta, na 1ª volta todos os votos que não sejam em Cavaco – em Soares e Alegre, como em Jerónimo, Louça ou Pereira – são votos que contam exactamente o mesmo para impedir a vitória de Cavaco na 1ª volta.
Para mais, é igualmente escandaloso, nestes últimos dias, o agravamento do apagamento da campanha de Jerónimo, a que só se resiste porque a campanha tem sido, sem sombra de dúvida, excelente e excepcionalmente mobilizadora. E os promotores de Cavaco sabem bem que é nesta candidatura que está o adversário. De classe. E muito os preocupa o modo como esta campanha correu.

Assim se faz (e desfaz) a democracia em que vivemos. Desta democracia burguesa, em que o poder é do povo e, por isso, o que há a fazer é manipulá-lo até todos os limites. Com o apoio inestimável da utilização das sondagens.

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu tenho uma certeza!
É mesmo necessário, muito necessário, Votar!
Tenho também uma convicção!
O voto no Jerónimo, é o voto da Razão!

Não podemos esquecer que esta política neoliberal (PS/PSD) quase com trinta anos, enfraqueceu a nossa Jovem Democracia! Debilitou, desacreditou os portugueses!
Não podemos querer que Cavaco Silva, vá para o poder! Um exemplo de como é perigoso para a democracia e para todos os trabalhadores, deixar CS, ganhar! O economista Fernando Ulrich, o patrão do BPI, homem da confiança de CS, defende que “os salários dos portugueses deviam baixar 10%”, por sua vez Cavaco Silva, diz : «É fundamental que o Presidente da República contribua para que o maior número de portugueses compreenda e apoie as medidas necessárias ao progresso do País». Estas medidas??? NÃO!

É necessário, que todos votem com consciência!
Eu por mim voto, na construção do futuro, na consolidação da democracia.
O meu voto é na esperança de um Portugal melhor!

Hoje pelas 21:30 h, no Coliseu do Porto, irei estar presente (eu e muito milhares de democratas, verdes, comunistas, pessoas de bem), no comício com Jerónimo de Sousa, para bem alto dizermos: “Jerónimo Avança com toda a Confiança!”
A Luta continua!
Vale A Pena Lutar!

GR

Anónimo disse...

Vamos aguardar, com a certeza que os nossos votos contam!
Jerónimo não será porventura o presidente! Mas será o nosso voto!

Anónimo disse...

Eu não estive no Porto mas estive na arruada na Baixa. Nunca tinha visto nenhuma assim. Parecia uma das manifestações contra a guerra (não a maior, claro)!
Muito, muito bonito!

Ao que me disseram, as arruadas dos outros candidatos (Cavaco e Alegre) não foram comparáveis.

Da do Louçã só vi a cauda, mas não deve ter sido grande coisa.

Anónimo disse...

No Porto o Coliseu, transbordou!
Foi um Comício muito emotivo, muito sentido!
No Atlântico, houve mais “disciplina”, no Porto/Norte, nós somos assim, mostramos o que sentimos cá dentro!
Uma barulheira terrível, muita alegria!
Deixou de ser um Comício para ser uma Festa!
O Jerónimo, estava extremamente feliz e nós muito orgulhosos!
Vamos ver como corre, amanhã!

GR