terça-feira, abril 25, 2006

Histórias em 100 palavras e 1lustração - 27


Poder Local
O presidente da Junta de Freguesia, que fora escolhido pelo padrinho, o senhor presidente da Câmara, nomeado este por quem seu padrinho era, SEXA. ministro do Interior, nem queria acreditar.
No dia 25-de-Abril, uns capitães em MFA e o povo nas ruas fizeram cair dos poleiros padrinhos e padrinhos dos padrinhos.
Como seria inevitável, também caíram afilhados… Ele deixou de ser presidente da Junta.
Depois, cumprindo-se honradamente um programa, houve eleições.
Ele, que tinha sido presidente apadrinhado da Junta, votou para a Assembleia Constituinte, votou para a Câmara, foi candidato à Junta.
Não foi eleito. Dessa primeira vez…

8 comentários:

Anónimo disse...

Não faltarão nas Juntas, nas Câmaras e nos Parlamentos, os primos dos padrinhos e dos afilhados de presidentes das juntas como esse que perdeu as eleições nessa primeira vez!

Anónimo disse...

O Poder Local uma das grandes conquistas de Abril está devassado, (não em todo o lado).
É pena onde chega a prepotência do poder, por pessoas que se dizem democratas e mais não são que ladrões engravatados!

Abril Vencerá!

GR

Sérgio Ribeiro disse...

Pois é...
A luta continua. Contínua!
Obrigado, Teresa e obrigado, GR1
Pelo sonho é que vamos, pela memória e pelo projecto é que somos!

Anónimo disse...

Para ti Presidente,
Era o teu dia.
Unhas riscadas de alegria.
O casarão, com o mesmo rubro das flores do dia, queixava-se da tensão das costuras.
A tribo armava-se de longas foices. Soltava as asas dos pés. Continha a apreensão. Pensava em ti.
Na arena o sinaleiro limitava a cinco as almas. Almas que sentiam as convulsões das que no purgatório se inquietavam.
Quando chegou a agua fresca já o golias crescia e maior ficou.
Com cinco golpes os ossos incharam. Incharam e empurraram a fibra que de um coliseu fez vulcão.
Sem torneiras no vulcão nem espartilhos na fibra a tribo andou à solta que nem matilha. Mudavam os cães mas a fibra não desinflamava.
Aliviados , mas não alegres, ao chefe do clã ofereceram o que dele era: o dia.
Afinal os ossos incham.

Sérgio Ribeiro disse...

Excelente. Parabéns, Mário!

Como não podia dar o meu cravo a todos, e todos o mereciam, entreguei-o ao que mais que todos se sacrificou, ao que adiou o gesso e a todos empurrou.
Depois, se outro cravo tivesse comigo, porque para todos não havia, tê-lo-ia entregue a quem foi substituido, e que tão mal estivera, mas que quis e soube ajudar, apoiar, aplaudir, quem lhe tomara o lugar.
Foi bonito. Digno do dia. Que o dia merecia. Porque de todos é, e de todos foi!

Dir-m~eão que também o dia era dos de lá de riba... mas eles não traziam cravos. Que tenham paciência! Não foram os "inimigos", foram os companheiros de uma grande jornada.

Anónimo disse...

Voltando um pouco atrás, à ilustração - 21
(Sobre a comunicação na cadeia)

«… Na cela ao lado estava Orlando Gonçalves, esse querido amigo e camarada que tanto me ajudou na publicação de alguns livros, quando as portas das editoras não se abriam a livros sobre a guerra colonial, por exemplo.
Na cela ao lado da dele, estava Sérgio Ribeiro. Comunicávamos pelo sistema das pancadinhas na parede e a situação já era menos difícil.»

“Prisão e Isolamento em Caxias” de António Modesto Navarro

GR

Anónimo disse...

“O dia em que as portas dos tarrafais se abririam pelo lado de fora. Pelo povo!
Para todos sairmos da prisão-Portugal com 48 anos contados a riscos de unha em paredes brancas”. S.R.

Peniche, 30 de Abril 2006 pelas 11 horas

Dia marcante 32 anos após a Revolução!
A justa homenagem a todos os Resistentes antifascistas que, Lutaram heroicamente pela Liberdade!

Camarada Sérgio, (a todos os Sérgios)

Com o mais profundo respeito, o meu muito OBRIGADO!

GR

Anónimo disse...

Morreu Jean-François Revel. A França ficou mais pobre, intelectualmente falando! http://chezrevel.net/