A leitura dos estatutos do Partido Comunista Português parece, por vezes, desencadear, ataques de iliteracia em quem muito letrado/a é.
Permito-me pedir que se leia o que diz o art. 54º, nº1:
"Os membros do Partido eleitos para cargos públicos (...) têm o dever político e moral de prestar contas da sua actividade e manter sempre os seus cargos à disposição do Partido".
Permito-me pedir que se leia o que diz o art. 54º, nº1:
"Os membros do Partido eleitos para cargos públicos (...) têm o dever político e moral de prestar contas da sua actividade e manter sempre os seus cargos à disposição do Partido".
Se me dão licença, ajudo:
são os membros do Partido (que ao serem aceites como tal se pressupõe que tomaram conhecimento dos estatutos), e só eles, que têm "o dever político e moral" de manter sempre os cargos para que teriam sido eleitos à disposição do Partido. E o Partido não o esconde dos eleitores, pelo que os eleitores sabem, ou deveriam saber, que, ao votarem numa lista promovida ou participada pelo PCP, com candidatos em sua representação, votam em candidatos que têm esse compromisso, o que reforça a posição de que as candidaturas são de listas, programas, projectos e não de indivíduos representando-se a si próprios, com objectivos e projectos pessoais.
Por isso, quem, sendo membro do PCP, esquece o que teria lido, ou é atacado de iliteracia repentina, e falta ao dever político e moral que assumiu, não pode continuar a merecer confiança política e moral. E se, depois, sendo-lhe isso lembrado, sem que o Partido tenha o direito de lhe retirar o mandato a que se candidatou em sua representação, este/a entra em rota de colisão e em escalada de provocação, necessariamente que tem de cair na alçada da disciplina do colectivo que continua a integrar. Sempre de acordo com os estatutos. Com os procedimentos que estes exigem para defesa dos direitos dos membros. De todos.
Será isto tão difícil de perceber?... e de perceber que quem se faz desentendido dos compromissos que assumiu, além de ignorar deveres morais, está a fazer política, no mau (no pior!) sentido da palavra, que outros sentidos, e excelentes, tem?
5 comentários:
Limpido e claro como a àgua. Muito bom post!
para quem não quer entender, não há explicação que baste. Mas piores, piores são os que entendem muito bem e ainda assim estimulam a incompreensão.
água
... ou o oportunismo político, que se arrasta, e arrasta, e arrasta....
Não esquecer que o candidato proposto pelo Partido ou Coligação, vão através do mesmo e não em nome individual, ou seja, quando o cabeça de lista proposto numa eleição, para um cargo público, há sempre uma quantidade que pessoas a trabalharem, fazendo todo o tipo de campanha, mas todos fazem não para o candidato, mas para o Partido ou a Coligação, daí o lugar não ser da pessoa seja cabeça de lista ou não, mas do colectivo. Ninguém é “dono” do lugar, por essa razão há mais proponentes.
Porque no Partido ou CDU, tudo é discutido até à exaustão, só não entende quem não quer ou é porque quer outras coisas!!!
GR
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