terça-feira, outubro 23, 2007

Princípios... - 1

Princípios de vida.
Princípios devidos à vida.
Princípios que, na vida, são pervertidos, distorcidos, privatizados, adulterados, derrogados.
Princípios de que alguns usam e abusam, pervertendo-os, distorcendo-os, privatizando-os, adulterando-os, derrogando-os, contra os… outros, contra a imensa maioria de quem esses princípios são direitos.
Princípios que são os nossos valores.
Pelos quais lutamos. Porque são os nossos princípios de vida.
Por agora, são cinco, e foram escritos em 2005, quando a minha vida fazia mais uma curva. E que, hoje, mais de dois anos passados, me vieram “ajudar”… e pedir publicação.
.....- O princípio do dever de participar na actividade política
.....- O princípio da igualização no progresso
.....- O princípio da boa memória
.....- O princípio do rigor
.....- O princípio do direito à cultura

1. Os princípios e os seus atropelos e perversões
ou
Em democracia não há… classe política


O princípio do dever de participar na actividade política

Numa democracia tal como a entendo, um cidadão tem o direito de escolher os seus representantes e tem o dever de estar disponível para ser candidato à representação dos seus concidadãos.
Este direito e este dever têm de ser acompanhados do direito, para todos os cidadãos sem excepções ou discriminações, à informação. E, no concreto, a uma informação objectiva, e também plural, isto é, das várias candidaturas à representatividade. Não de quem é o candidato mas do que pretende fazer se e quando estiver nas funções de representante.
Para ser democrática, esta face representativa da democracia, tem de ser acompanhada do direito (e do dever) dos cidadãos escolhidos/eleitos para representantes manterem, entre-eleições, o contacto permanente com os representados, informando-se e prestando contas da sua actividade, e os representados têm o direito (e o dever) de se informarem e de participarem na vida social em sintonia (ou não…) com os seus representantes.

A diferença (de que os portugueses beneficiam)
entre Ser e Estar
.
Ninguém é, ou deverá ser, candidato a representar os outros individualmente, pelos “seus lindos olhos”, mas pelo que se propõe fazer, pelo partido que tomou na vida (mesmo que seja apartidário), e que só em colectivo poderá concretizar.
Pelo que os mandatos não pertencem a uma “classe política” que entre si os reparte, como não são propriedade deste ou daquele cidadão individualmente eleito.
Porque todos os eleitos o são num grupo, numa lista, numa proposta… mesmo quando o cargo é individual. Até o candidato a PR não o pode ser sem uma lista de proponentes e sem um programa que apresente a quem se propõe representar num mandato, logo, não pode ser candidato sem um compromisso que ultrapassa a individualidade. O que impede qualquer eleito de se julgar proprietário do lugar para que foi mandatado, ou de ter passado a ser aquilo em que passou a estar.
Ninguém poderá dizer “votem em mim”, sempre terá de dizer “votem no que defendo, e no que represento, para que vos possa representar”.
Por isso, aproveitando a riqueza da língua portuguesa, insisto muito na formulação de que nenhum cidadão representante/eleito é – ou passou a ser – o que resulta da sua eleição mas está – e só enquanto estiver – a cumprir um mandato. Não há quem seja PR, deputado, presidente da Câmara, vereador, presidente da junta, eleito em suma.
Qualquer eleito está em!
continua (vamos a ver quando...)

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho muito importante a clarificação de alguns conceitos, e a discussão dos princípios fundamentais de uma vida digna. E tu fá-lo bem.
Sim, continua.

GR disse...

O grande problema é, ambição do poder! Mesmo se esse poder for muito pequenino. A sede do “poder”, entra, corrompe e faz esquecer. Esquecem o compromisso, afastam-se do colectivo. O povo que escolheu, esse fica a perder!
A ambição do poder cega e empobrece, perdendo a dignidade e o respeito!

Tão gratificante poder ler-te!

GR