terça-feira, abril 29, 2008

Eram 4 os do Fundo de Coesão!

Em 1972, a Irlanda aderiu ao “Mercado Comum” (com o Reino Unido e a Dinamarca, mas não com a Noruega porque o seu povo não ratificou a negociação para a entrada), passando de 6 para 9 membros.
Em 1982 entrou a Grécia, e em 1986 Espanha e Portugal. 9 mais 3 igual a 12. Não só o dobro dos Estados-membros mas bem diferente a “comunidade”.
A periferia (e as duas velocidades) começou a tomar forma.
O Acto Único definiu o objectivo “mercado interno” para 1992 e, para atenuar graves consequências do inevitável agravamento das desigualdades sociais e das assimetrias regionais, apareceram os fundos estruturais e a coesão económica e social.
No Tratado de Maastrich, que apontou logo para o caminho em que se está de moeda e banco únicos, de passos federalizantes, de crescente neo-liberalização e militarização na União Europeia, ainda se incluiu um Fundo de Coesão para os quatro Estados-membros mais atrasados. Por virtude de quem negociou esse fundo especial, e o impôs na defesa dos interesses nacionais, Portugal apanhou a boleia…
Dos 4 Estados-membros do Fundo de Coesão do começo dos anos 90, a Irlanda foi o que mais cresceu economicamente, estando neste momento em 2º lugar entre os PIB per capita (em PPC) da UE, perto do de 40% acima da chamada “média europeia”, só estando entre Luxemburgo e a Irlanda a Noruega… mas este país não conta para estas contas da União Europeia (e até se duvida se ainda existe depois de 2-vezes-2 os noruegueses terem, em referendo, dito “não à Europa”…).
A Irlanda, desde esse tempo em que era um dos “4 mais pobres”, descolou, convergiu até passar a divergir positivamente. A Espanha recuperou e os seus indicadores estão à roda da tal “média europeia”, a Grécia mantém-se abaixo dessa “média (agora alargada a 27) mas bem acima de Portugal que, depois de ter verificado alguma recuperação, há anos que diverge, e não têm sido os alargamentos que o fazem aproximar-se da “média europeia”.
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Ah! irlandeses, irlandeses… vejam lá o que é que fazem…
Olhem para o exemplo português, vejam como compensa a obediência…

7 comentários:

O Puma disse...

É das melhores cervejas

têm obrigação

de votar certo

isto é contra o tratado

Sérgio Ribeiro disse...

Não se espere muito... mas ainda não acabou este episódio. Da luta!

Anónimo disse...

A (nossa) obediência, apenas serve para nos continuarem a escravizar, mas atenção porque a obediência é da parte dos DESgovernantes, que preferem pavanear-se nas instituições europeias esquecendo o povo, e a situação calamitosa, em que se encontra.
Ainda hoje, os dinheiros que chegam da europa,para formação profissional são desbaratados, sem que alguem peça contas, ao contrário de nós os Irlandeses, souberam aproveitar, conseguindo assim a sua libertação económica e financeira.
Abraço
Manangão

Maria disse...

Se soubessem ler Português....
... se lessem este post... e os que se seguirão...

(e também têm o melhor whisky)

GR disse...

O nosso problema é, quanto mais dinheiro vem, uns quantos enriquecem.
Os sucessivos governos têm feito uma péssima administração.
Uma vergonha!

GR

Fernando Samuel disse...

Não sei porquê - é cá um pressentimento.. - que eles hão-de arranjar maneira de o «sim» ganhar... E como eu gostava de o meu presentimento falhar!

Anónimo disse...

Pois é, fs, o meu pressentimento é igual ao teu. Aquilo lá pela Irlanda deve estar a ser um "ver se te avias" para ganhar os indecisos...
Um autêntico bodo aos ricos (que já pobres foram... isto em termos de "médias europeias"!).
De qualquer modo, às vezes há surpresas, como houve na Dinamarca aquando de Maastrich, há década e meia. Todos, mas todinhos, pelo "sim" - até lá foram Soares e outros "caixeiros viajantes" da demagogia - e o povo disse não.
Este blog espera por 12 de Junho.